Samambaia rara e pequena da Nova Caledônia tem o maior genoma do mundo

04/06/2024 às 08:002 min de leituraAtualizado em 04/06/2024 às 08:00

Uma espécie rara de samambaia da Nova Caledônia tem o maior genoma já descoberto entre todos os organismos vivos, chegando a 160,45 bilhões de pares de gigabases (Gbp), a medida do DNA. Ela agora faz parte do livro dos recordes.

Geneticistas do Royal Botanic Gardens (Reino Unido) e do Institut Botànic de Barcelona (Espanha) extraíram material de espécimes coletados na ilha do Pacífico e detectaram a quantidade de corante ligado ao DNA para medir o genoma da espécie Tmesipteris oblanceolata. Quanto mais corante, maior é o genoma.

A tiny fern não cresce muito. (Fonte: Royal Botanic Gardens/Divulgação)
A pequena samambaia não cresce muito. (Fonte: Royal Botanic Gardens / Divulgação)

Os resultados estão em um estudo divulgado na revista iScience, no dia 31 de maio. Segundo os autores, o DNA de uma das células da planta, se desvendado, atingiria mais de 100 m, um pouco mais alto que a Estátua da Liberdade e quase três vezes a altura do Cristo Redentor.

Isso representa um tamanho 7% maior que a recordista anterior, a Paris japonica. Já em comparação com os humanos a diferença é muito maior, pois temos um genoma com “apenas” 3 bilhões de pares de Gbp que se estende por aproximadamente 2 m.

Ter um genoma grande pode não ser bom

O genoma humano é muito menor. (Fonte: Getty Images/Reprodução
O genoma humano é muito menor. (Fonte: Getty Images/Reprodução

Também conhecido como código genético, o genoma contém todas as informações necessárias para o organismo funcionar, armazenadas nas cadeias de DNA. Seu tamanho varia bastante entre as espécies, mas as medidas avantajadas nem sempre são benéficas.

Segundo os especialistas, um genoma grande exige células maiores para o armazenamento da sequência completa do DNA. No caso das plantas, isso pode representar crescimento mais lento e afetar a capacidade de fotossíntese, essencial para a produção da energia que garante a sobrevivência do vegetal.

“Se você tem um genoma grande, precisa de uma célula grande para abrigá-lo. Então, o que vemos é que as plantas com genomas grandes são restritas, portanto, a fotossíntese é menos eficiente do que as espécies com genomas pequenos, onde você obtém toda uma gama de recursos fotossintéticos”, explicou a coautora do artigo, Ilia Leitch, ao IFLScience.

Obstáculos para a pesquisa

Os pesquisadores tiveram dificuldade para encontrar a samambaia. (Fonte: Royal Botanic Gardens/Divulgação)
Os pesquisadores tiveram dificuldade para encontrar a samambaia. (Fonte: Royal Botanic Gardens/Divulgação)

O estudo que descobriu a samambaia com o maior genoma do mundo só aconteceu após a equipe realizar a árdua tarefa de encontrar a T. oblanceolata. Disponível em uma região remota do Pacífico, a espécie é pequena, medindo de 5 a 10 cm, e cresce nos troncos e galhos de árvores.

Com a ajuda de moradores e cientistas locais, dois integrantes do grupo foram à Nova Caledônia em busca da pequena samambaia, procurando em meio a centenas de espécies da floresta tropical. Os geneticistas não descartam a existência de plantas com genomas ainda maiores.

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