'Planta mais fedorenta do mundo' está em exibição há 135 anos em Londres

15/06/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 15/06/2024 às 18:00

Quem decidir visitar o Jardim Botânico Real de Kew, em Londres, nessa época do ano, terá uma baita surpresa: a "planta mais fedorenta do mundo" (Amorphophallus titanum) floresceu no início de junho — com uma planta vizinha também prestes a passar pelo mesmo processo em breve. Segundo entusiastas da botânica, esse é um evento imperdível.

O motivo? Essas plantas normalmente só florescem uma vez por década. Isso ocorre porque elas passam anos armazenando energia na base do caule para impulsionar sua enorme inflorescência. Se esses dados não fossem impressionantes o suficiente, flor-cadáver possui a maior flor não ramificada do mundo, com 3 metros de altura. Mas vale o alerta: prenda o nariz perto dela, pois o cheiro não é nada agradável.

Cheiro desagradável

Flor cadáver consegue atrair polinizadores a quilômetros de distância com seu cheiro impactante. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)
Flor-cadáver consegue atrair polinizadores a quilômetros de distância com seu cheiro impactante. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)

A Amorphophallus titanum é bastante conhecida pelo seu cheiro que se assemelha ao de carne podre. Por esse motivo, ela acabou recebendo o apelido de "flor-cadáver".

Mas, de onde vem esse cheiro? Ela irradia calor e odor pútrido para atrair uma série de polinizadores carnívoros, como moscas e besouros. O odor é tão impactante que pode chegar a animais que estão a quase 1 km de distância.

No entanto, quem visitou o exemplar da planta em Londres saiu afirmando que o odor era mínimo. Com duração média de 24 a 48 horas, a primeira flor da planta já murchou. Contudo, como uma segunda planta está se preparando para florescer e com abertura prevista para essa semana, ainda não é tarde para quem estiver pela região presenciar essa maravilha da natureza.

A flor-cadáver é um verdadeiro ícone do Jardim Botânico de Londres. Mas é preciso ressaltar que essas gigantes plantas tropicais só sobrevivem na região por serem mantidas em uma estufa que imita as condições da sua terra natal: Sumatra, uma pequena ilha equatorial da Indonésia.

Pesquisas botânicas

Segunda planta da Amorphophallus titanum deve florescer ainda nesta semana. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)
Segunda planta da Amorphophallus titanum deve florescer ainda nesta semana. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)

A obsessão dos botânicos pelo A. titanum começou no final de 1800, quando muitas plantas foram descobertas e coletadas para cultivo em todo o mundo como resultado da colonização ocidental. Por sua vez, essa era uma espécie de joia real entre a coleção de plantas tropicais do Império Britânico, que mantinha o cultivo de plantas em estufas para exibir a sua riqueza e diversidade.

Em 1878, então, o botânico italiano Odouardo Beccari chamou a atenção da ciência ocidental para a espécie ao visitar Sumatra. Foi ele quem forneceu espécimes para cultivo no Jardim Botânico Real de Kew. Então, em junho de 1889 (há 135 anos), a primeira flor-cadáver nasceu.

A primeira flor cultivada durou apenas três dias e foi considerada uma visão inadequada para as mulheres, pois seu nome em latim se traduz para "pênis gigante deformado". Desde então, essas plantas continuam atraindo polinizadores e espectadores com a sua biologia bizarra.

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