Dados da escravidão: site de genealogia abre registros de 183 mil escravizados nos EUA

21/06/2024 às 10:002 min de leituraAtualizado em 21/06/2024 às 10:00

Imagine descobrir que uma simples busca online pode abrir as portas para o passado da sua família, revelando histórias há muito perdidas. É exatamente isso que o site de genealogia Ancestry está oferecendo com sua nova coleção “Artigos de Escravidão”, uma base de dados gratuita com registros de mais de 183.000 pessoas escravizadas nos Estados Unidos, datados entre 1788 e 1867

Essa iniciativa surge como uma poderosa ferramenta para os descendentes de indivíduos escravizados, permitindo-lhes traçar suas raízes e entender melhor as dificuldades e resistências enfrentadas por seus antepassados.

Jogando luz às identidades

Os negros escravizados construíram as Américas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
Os negros escravizados construíram boa parte das Américas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Para muitos negros americanos, investigar a história da família tem sido uma tarefa árdua (assim como no Brasil, que sofre do mesmo problema). A falta de documentação e a natureza impessoal dos poucos registros existentes tornaram essa busca um verdadeiro desafio. 

Mas agora, com a empresa de genealogia Ancestry digitalizando e disponibilizando 38.000 artigos de jornais históricos, essa jornada ganhou uma nova dimensão. Esses artigos não só contêm nomes, idades e descrições físicas, mas também revelam detalhes sobre a vida cotidiana e as experiências dos escravizados, oferecendo um vislumbre raro e valioso da história afro-americana.

Por meio dessa coleção, os usuários podem encontrar avisos de leilões de escravizados, anúncios de fugitivos e até mesmo detalhes pessoais que humanizam aqueles que foram tratados como mercadoria. 

Por exemplo, um artigo de 1791 no Poughkeepsie Journal menciona um homem escravizado de 33 anos chamado Robert, que fugiu levando seu violino. Essas narrativas revelam a resiliência e a luta pela liberdade, destacando a complexidade das vidas que foram forçadas à escravidão.

A Ancestry reconhece o impacto emocional que a leitura desses documentos pode ter. Especialistas da empresa enfatizam a importância de abordar essa pesquisa com uma mentalidade aberta e crítica. Além disso, a empresa se associou a profissionais capacitados para oferecer orientações sobre como lidar com as implicações emocionais dessa investigação. 

Reconhecendo histórias

Muitas histórias de escravos ainda não foram contadas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
Muitas histórias de escravizados ainda não foram contadas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

A iniciativa da Ancestry é um passo significativo em direção à inclusão e ao reconhecimento das histórias afro-americanas. Historicamente, muitos registros de escravizados foram destruídos ou simplesmente nunca existiram, tornando a pesquisa genealógica extremamente difícil. 

Com essa nova coleção, milhões de descendentes podem finalmente ter acesso a informações que antes eram inacessíveis. Além disso, a utilização de tecnologia de IA pela Ancestry facilita a pesquisa, conectando nomes e informações de outros bancos de dados da plataforma, ampliando ainda mais o alcance das descobertas.

Para os historiadores, essa coleção também representa uma oportunidade de aprofundar o entendimento sobre a escravidão nos Estados Unidos. Para eles, juntar as histórias individuais desses registros pode construir uma imagem mais detalhada das experiências vividas pelos negros americanos, enriquecendo nossa compreensão coletiva da história.

A Ancestry não apenas digitalizou esses registros, mas também os disponibilizou gratuitamente, reafirmando seu compromisso com a preservação e disseminação de uma história culturalmente significativa. Isso complementa os mais de 18 milhões de registros já acessíveis na plataforma, que documentam a vida de indivíduos ex-escravizados ou recentemente emancipados.

Em suma, a nova coleção “Artigos de Escravidão” da Ancestry é uma ferramenta poderosa e transformadora, tanto para indivíduos em busca de suas raízes quanto para historiadores dedicados a entender melhor o passado. É uma oportunidade de reconectar com a história, honrar a memória dos antepassados e enriquecer a narrativa coletiva sobre a experiência afro-americana.

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