Embora tenham sido descobertos há mais de uma década, os sapinhos-pulga tiveram que ser revisitados para confirmar suas características

Em um artigo publicado recentemente na revista científica Zoologica Scripta, um trio de pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual de Santa Cruz, de Ilhéus (BA), provou que <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124328-6-fatos-curiosos-sobre-o-sapo-cururu-a-maior-especie-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um pequeno anuro brasileiro, conhecido como sapinho-pulga</a>&nbsp;(Brachycephalus pulex),&nbsp;é o menor anfíbio e o menor vertebrado do mundo.Um dos autores, o herpetólogo Mirco Solé, descobriu o pequeno sapo em 2011 em uma área de conservação privada chamada Reserva Serra Bonita, na região sul da Bahia. Segundo o estudo, a espécie parece habitar apenas dois topos de colina submontanas florestadas da região.Logo após a descoberta, Solé já se perguntava se a espécie poderia ser considerada o menor anfíbio descoberto até então. No entanto, a quantidade de anuros coletada, além de insuficiente, não teve suas gônadas examinadas, o que é fundamental para confirmar se os indivíduos eram adultos.&nbsp;<h2>Retornando à montanha dos sapinhos-pulga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06130704523228.jpg" alt="(Fonte: Renato Gaiga/Reprodução)">(Fonte: Renato Gaiga/Reprodução)</figure>Para realizar o estudo atual — "De olho nos anfíbios: Qual é o menor vertebrado do mundo?" —, os pesquisadores tiveram que se aventurar pelas mesmas trilhas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/sapos-de-chernobyl-mudaram-de-cor-apos-acidente-nuclear-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde os espécimes originais foram capturados na primeira vez</a>. Só que agora, antes de libertarem os 46 sapinhos-pulga analisados, eles mediram cada um, verificando sinais de maturidade através das gônadas.&nbsp;Como as fêmeas têm um corpo 1 milímetro maior que o dos machos, Solé e seus colegas também verificaram a presença de fendas vocais em suas gargantas, uma característica exclusiva dos machos.Falando à BBC, o curador de Herpetologia do Museu de História Natural da Dinamarca, Mark D. Scherz, que não participou do presente estudo, afirmou que, se tomarmos como conceito de "menor" apenas a medida linear, "os sapos são atualmente&nbsp;os claros vencedores".<h2>O que as novas medições de sapos-pulga revelaram?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/05/05162806463293.jpg" alt="(Fonte: Mark D. Scherz)">(Fonte: Mark D. Scherz/Reprodução)</figure>Concluídas as medições, os pesquisadores comprovaram que os machos adultos do B. pulex têm um comprimento médio de apenas 7,1 milímetros, o que é um milímetro a menos do que a menor espécie de sapo do mundo até agora, o Paedophryne amauensis da Papua-Nova Guiné, conhecido como sapo-pigmeu.O corpo de um B. pulex médio é menor do que uma ervilha, diz o estudo, estimando que dois sapinhos-pulga poderiam descansar tranquilamente sobre a unha de um dedo mínimo humano. Como esperado, as fêmeas se mostraram, em média, 1 milímetro mais compridas. O menor indivíduo medido tinha 6,45 milímetros de comprimento, 30% menor <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126949-especie-minuscula-de-sapo-e-descoberta-em-sc.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">do que o menor sapo observado na expedição anterior</a>.Embora seja indiscutivelmente o menor vertebrado já observado, dizem os pesquisadores, é possível existirem criaturas ainda menores não descobertas. No entanto, a observação do B. pulex impôs alguns limites: a maioria desses microssapos têm algumas singularidades, como menos dedos que os sapos comuns, ou orelhas insuficientemente formadas, o que pode ser um traço de dificuldades para a espécie sobreviver.

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Sapinho-pulga: o menor anfíbio e o menor vertebrado do mundo é brasileiro

Uma das maravilhas mais imponentes do mundo antigo, o Farol de Alexandria colapsou deixando apenas ruínas e muitas histórias

Uma das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124633-o-que-aconteceu-com-as-7-maravilhas-do-mundo-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sete Maravilhas do Mundo Antigo</a>, o Farol de Alexandria foi durante muitos anos a construção humana mais imponente na superfície da Terra. Erguida na entrada do porto da icônica cidade egípcia, a construção ocupava um ponto elevado da pequena ilha de Faros, permitindo que os navios pudessem se guiar com segurança, pois sua chama era visível do mar a quase 50 quilômetros de distância.&nbsp;A estrutura é considerada um dos avanços tecnológicos mais notáveis da época, erguendo-se a mais de 300 metros de altura. A partir de sua construção, quase todos faróis do mundo utilizaram, além do prefixo comum ao nome da ilha, o seu design inovador. O Farol de Alexandria tornou-se um ícone para a segurança naval, além de importante marco histórico e cultural para o Egito.&nbsp;Mas nem suas paredes de cor clara, nem sua inscrição dedicada a Zeus, impediram que a sólida construção sucumbisse a uma sucessão de danos ocorridos com o passar do tempo, como terremotos e outros desastres naturais.&nbsp;<h2>Como foi construído o Farol de Alexandria?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21141734178240.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>A construção do Farol de Alexandria foi um dos primeiros projetos do reinado de Ptolomeu I Sóter, um general grego que estabeleceu seu próprio reino no Egito, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128678-familia-de-alexandre-o-grande-e-identificada-em-tumba-grega.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">após a morte de seu comandante, Alexandre, o Grande, em 323 a.C.</a> Autoproclamando-se faraó, ele delegou a tarefa da construção a Sóstrato de Cnídio, um arquiteto e engenheiro grego.&nbsp;Embora não se tenha um tempo exato da conclusão da obra faraônica, o farol demorou até pelo menos uma década para ser erguido, embora alguns falem em três décadas. No entanto, a maioria dos historiadores concorda que a inauguração do farol ocorreu no reinado de Ptolomeu II Filadelfo, que sucedeu seu pai como faraó, de 284 a 246 a.C.Na obra Pharos, antike, Islam und Occident, de 1909, o arqueólogo alemão Hermann Thiersch, descreve a construção do farol em três etapas: o estágio mais baixo era quadrado; a segunda etapa, um octógono; e o estágio superior era um cilindro. Cada estágio era inclinado para o interior, e uma rampa em espiral contornava a parte externa, conduzindo ao fogo no topo, que jamais se apagava, refletido em um espelho de bronze.&nbsp;<h2>O fim do Farol de Alexandria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21144340105259.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>Violentos terremotos ocorridos entre os anos de 796 a 956 d.C. afetaram significativamente o farol, causando diversas fissuras em sua estrutura, particularmente nos 18 metros superiores. Outros tremores subsequentes, ocorridos em 1303 e 1323 d.C., determinaram o colapso final da estrutura.&nbsp;A parte de cima, com uma estátua do deus Poseidon, mergulhou no mar,&nbsp;enquanto a base e os restos da torre viraram ruínas &nbsp;&nbsp;Em 1480, o sultão do Egito, Al-Ashraf Abu Al-Nasr Qaitbay, determinou que, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/111294-como-seriam-as-7-maravilhas-do-mundo-antigo-se-fossem-construidas-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sobre as ruínas do Farol de Alexandria, fosse erguida uma fortaleza militar no século XV</a>. Atualmente conhecido como Cidadela de Qaitbay, o local é uma atração turística popular em Alexandria.

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Farol de Alexandria: a queda de uma das Maravilhas do Mundo Antigo

Evidências históricas sugerem que Jesus Cristo tenha nascido entre 6 a.C. e 4 a.C. embora a data exata seja desconhecida

Esperamos passar as comemorações do Natal, e do Carnaval também, para revelar uma verdade: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128673-5-eventos-historicos-famosos-que-nunca-aconteceram-de-verdade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus Cristo não nasceu no dia 25 de dezembro</a>. E provavelmente, em uma data bem distante do inverno no hemisfério norte (verão por aqui). É difícil dizer, na real, quando o chamado “filho de Deus” nasceu, pois essa questão envolve alguns mistérios.No entanto, algumas pistas deixadas através da história permitem que teorias interessantes possam ser estudadas sobre a data correta do aniversário desse ser tão importante para milhões de pessoas em nosso planeta.Mas, a quase certeza de que o nascimento não ocorreu no dia 25 de dezembro, quando é tradicionalmente celebrado, também levanta algumas questões. Afinal, por que essa data específica foi escolhida para celebrar o Natal?<h2>O ano do nascimento de Jesus Cristo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/20/20183001440344.jpg" alt="(Fonte: Museu Wallraf-Richartz/Wikipedia)."> (Fonte: Museu Wallraf-Richartz/Wikipedia).</figure>Embora alguns calendários cristãos fixem o ano 1 d.C. como o Anno Domini, ou seja, "no ano do Senhor", a maioria dos historiadores situa o nascimento de Jesus Cristo entre 7 a.C. e &nbsp;1 a.C., período que pode ser restrito entre 6 a.C. e 4 a.C., devido ao registro bíblico do rei Herodes, o Grande. Sim, aquele rei que teria ordenado a matança de todas as crianças do sexo masculino com menos de dois anos que viviam perto de Belém.Esse "massacre dos inocentes", descrito no Evangelho segundo Mateus, não pode ter sido realizado na época descrita na Bíblia, pois o rei Herodes, historicamente, morreu em 4 a.C., o que leva o nascimento de Jesus para um pouco antes.&nbsp;Para o site Christianity.com, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128250-quando-foi-que-o-presepio-comecou-a-ser-simbolo-do-natal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a Virgem Maria e José, o pai legal do menino-deus</a>, tinham viajado para "Belém, a cidade de Davi" para se registrar em um censo decretado por César Augusto, quando "chegou a hora do bebê nascer", segundo a Bíblia. Esse censo é relatado em algumas evidências históricas como tendo ocorrido exatamente entre 6 a.C. e 4 a.C.<h2>Por que o 25 de dezembro foi escolhido para comemorar o Natal?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/20/20183228075345.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>A popularização do nascimento de Jesus Cristo só começou mais de duzentos anos após sua crucificação. Naquela época, a grande festa da cristandade era a Páscoa,&nbsp;que celebrava a ressurreição do filho de Deus. Mas, com a propagação do cristianismo pelo Império Romano, algumas mudanças ocorreram.Uma delas, conta o site History, foi a conversão do imperador Constantino I ao cristianismo, quando os líderes da igreja correram para substituir os rituais pagãos até então praticados, por festividades cristãs.&nbsp;Como o ritual mais popular dos romanos era a Saturnália, uma festa parecida com o nosso Carnaval que acontecia no inverno, o dia 25 de dezembro pode ter sido estrategicamente escolhido como data de nascimento de Jesus.&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128387-12-dias-de-natal-qual-a-origem-da-cantiga-natalina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A ideia pode ter sido tornar mais "familiar"</a> uma festa que, tradicionalmente, tinha as normas sociais suspensas e todos participavam juntos de banquetes, festas e danças para celebrar a fertilidade.&nbsp;

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Quando Jesus realmente nasceu? Não foi em 25 de dezembro, dizem estudos 

Nos olhos das vieiras, pequenos espelhos curvos colocados lado a lado melhoram a visão periférica em condições de baixa luminosidade

<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128340-moluscos-podem-ser-a-chave-da-longevidade-segundo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Parentes próximos dos mexilhões</a>, as vieiras não apenas conseguem ver, mas seus até 200 olhos são capazes de detectar predadores, como uma estrela-do-mar, por exemplo, se aproximando sorrateiramente. Mas, ao contrário do olho humano, que funciona como uma lente, os olhos da vieira usam um espelho côncavo para focar a luz, e contêm duas retinas.&nbsp;Esses olhinhos, localizados na borda do manto que reveste as conchas desses moluscos bivalves, estão sendo descobertos aos poucos pela ciência, até mesmo como inspiração para o design de objetivas de microscópios. Um estudo publicado na Current Biology revelou que os olhos de vieira têm pupilas que se dilatam e contraem conforme a luz, e são bem mais reativos do que se pensava.&nbsp;Usando simulações de computador, os pesquisadores descobriram que, quando a luz entra diretamente no campo visual das vieiras, ela sensibiliza a parte superior das retinas. No entanto, quando incide em ângulo, a luz vai para a retina inferior, incrementando a capacidade da visão periférica, especialmente em condições de penumbra, explicaram os pesquisadores à revista Science.<h2>Como funcionam os olhos das vieiras?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/bbNfV2zoodU" title="Hubble in a bubble: Scallop eyes act like tiny telescopes" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Segundo o estudo, à medida que a luz penetra o olho de uma vieira, ela passa pela pupila, um cristalino, duas retinas (distal e proximal), até atingir um espelho feito de cristais de guanina, semelhante aos que equipam o Telescópio Espacial Hubble, na parte posterior do olho.Esse espelho curvo atua como um refletor, direcionando a luz para a superfície interna das retinas. Ali, fotorreceptores convertem a luz em sinais neurais transmitidos para um pequeno gânglio visceral, um aglomerado de células nervosas que controlam o intestino e o músculo adutor, justamente a parte da vieira mais apreciada na culinária.Em comunicado, o autor sênior do estudo da Current Biology, Dan Speiser, da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA, explica que a luz próxima do espelho não desfoca porque as pupilas das vieiras são capazes de abrir e contrair. E, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128859-sensibilidade-as-cores-diminui-conforme-envelhecemos-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">embora essas respostas pupilares não sejam tão rápidas quanto às humanas</a>, alteram o diâmetro da pupila em até 50%.&nbsp;<h2>Copiando o design dos olhos de vieiras em novos modelos de microscópio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/15/15133657463178.jpg" alt="(Fonte: Dan-Eric Nilsson/Universidade de Lund)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://scx1.b-cdn.net/csz/news/800a/2017/5a207696c30bc.jpg"> Dan-Eric Nilsson/Universidade de Lund </a>(Fonte: Dan-Eric Nilsson/Universidade de Lund)</figure>Recentemente, uma equipe de pesquisadores liderada pelo neurocientista Fabian Voigt, da Universidade de Zurique, se inspirou nos olhos das vieiras para criar um novo modelo de microscópio.&nbsp;O protótipo foi feito a partir de um telescópio Schmidt, instrumento astronômico que faz correção óptica para obter imagens de campo amplo com alta qualidade. A equipe simplesmente preencheu o telescópio comum com um meio de imersão líquida e o reduziu.&nbsp;Com isso, a objetiva resultante funciona como um minitelescópio que, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127713-china-desafia-limites-construindo-o-maior-telescopio-subaquatico-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apesar de submerso, continua fornecendo imagens nítidas</a>. Usando um espelho esférico em vez de lentes, como aprendido com as vieiras, os cientistas poderão em breve examinas tecidos tumorais humanos ou detectar doenças neurológicas.

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Olhos de vieira: design do molusco é adaptado em novo modelo de microscópio

O Säntis operou por 40 anos antes de ser afundado no lago Constança e agora terá que ser refluído, pois sua estrutura está ameaçada por mexilhões

Em 1933, um navio a vapor chamado Säntis repetiu uma cena trágica <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128820-como-as-garrafas-de-bebida-do-titanic-continuam-intactas-no-fundo-do-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ocorrida 21 anos antes com o transatlântico Titanic</a> e afundou com a popa erguida no momento em que a água invadiu a embarcação. Só que, diferentemente do maior naufrágio da história, o navio de lago suíço não levava passageiros a bordo, o que não impediu que fosse eternizado como "o Titanic dos Alpes".Também de forma diversa do maior navio de passageiros do mundo, que afundou em sua viagem inaugural, o também luxuoso vapor construído pelo estaleiro Escher Wyss &amp; Cie., de Zurique, já estava operando há 40 anos, e o afundamento foi proposital, como se verá a seguir.No entanto, enquanto o Titanic continua a repousar no fundo do Atlântico, o Säntis pode estar prestes a ressurgir das águas geladas do Lago Constança, onde afundou, na fronteira entre Alemanha, Áustria e Suíça. O motivo é que alguns mexilhões, que invadiram o lago desde 2016, estão colocando em risco a conservação do navio.&nbsp;<h2>Como foi o naufrágio dos Säntis?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14230249161010.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"> (Fonte: Wikimedia Commons)</figure>Da mesma forma que o Titanic original, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127998-como-era-a-experiencia-de-jantar-no-famoso-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sua versão alpina sempre viajava apinhada de passageiros</a> em seus 48 metros de comprimento. O vapor transitava constantemente de um lado para outro do lago Constança, muitas vezes tendo até 400 pessoas a bordo.&nbsp;Porém, na década de 1930, um problema operacional acabou impactando a saúde do empreendimento: a troca do motor a óleo da embarcação por um novo motor a óleo. Considerada desastrosa, a operação fez com que a Swiss Lake Constance Shipping Company, dona do navio,&nbsp;optasse por afundá-lo no meio do lago, uma vez que um sucateamento sairia ainda mais caro.&nbsp;Dessa forma, após retirar e vender toda a madeira do convés como lenha, e doar suas portas, a companhia levou o Säntis para o meio do Constança, e o afundou até uma profundidade de 210 metros.&nbsp;<h2>Como tirar o Säntis das profundezas do lago Constança?</h2>Em 2013, o Daily Mail publicou uma reportagem mostrando a redescoberta do Säntis por uma equipe de pesquisa subaquática. "Temos aqui um lago de água doce, é muito profundo e é muito escuro lá, não há muito oxigênio, então está realmente bem conservado", afirmou Silvan Paganini, presidente da Ship Salvage Association (SSA), <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128135-galeao-san-jose-de-quem-e-o-tesouro-de-20-bilhoes-de-dolares-naufragado-ha-300-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que decidiu comprar os destroços</a>.Para refluir a embarcação, explicou Paganini ao jornal britânico, a SSA planeja usar os chamados "sacos de elevação", espécies de balões submarinos gigantes que, após serem insuflados com ar ou gás comprimido, elevam a carga. O plano é que, em abril, o Säntis possa ser trazido novamente à superfície do lago.&nbsp;O ressurgimento é providencial, pois mergulhadores já relataram a presença de mexilhões quagga, um novo hospedeiro do lago, cobrindo a chaminé do navio, mas poderiam cobri-lo totalmente em pouco tempo. O Säntis será levado a um estaleiro em Romanshorn e posteriormente para um museu suíço.&nbsp;

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Destroços do "Titanic dos Alpes", afundado em 1933, serão resgatados

Saber por que não sentimos a rotação da Terra é uma questão aparentemente simples, mas envolve princípios como inércia e gravidade

Deitados no sofá, assistindo televisão, é difícil acreditar que estamos a bordo de um planeta que, além de viajar pelo espaço, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124148-o-que-aconteceria-se-a-terra-comecasse-a-girar-mais-rapido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gira em torno do seu próprio eixo a uma velocidade de cerca de 1,67 mil quilômetros por hora</a> — aceleração que daria para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro em pouco mais de 15 minutos. Como&nbsp;não sentimos essa velocidade toda?Em rotações menos velozes, como a plataforma giratória de um parque de diversões, por exemplo, sentimos que estamos sendo empurrados para fora do brinquedo. Essa sensação é normalmente chamada de força centrífuga, mas, nesse caso, ela não é real.&nbsp;O que está acontecendo é que nosso corpo quer continuar se movendo em linha reta, mas, como o equipamento gira, nosso corpo parece empurrado para o lado. Mas isso é apenas uma sensação, uma ilusão causada pela nossa inércia relativa ao brinquedo em movimento curvo. Mas, por que o mesmo não acontece com a Terra, que é bem maior e mais rápida?<h2>Por que não percebemos o movimento relativo na rotação da Terra?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/10/10192644209000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>Se, no contexto da física, o movimento relativo é o único com o qual devemos nos preocupar, de acordo com Einstein, a ausência dessa sensação na rotação da Terra é meio desconcertante, mas tem uma explicação. É que, "a bordo do planeta" compartilhamos uma referência comum com os demais observadores terrestres.&nbsp;Além disso, o movimento da Terra é suave e, embora possa ser afetado por fatores externos, a velocidade angular (ou taxa de rotação) pode ser considerada relativamente constante em escalas de tempo humanas.Isso é muito importante, pois, se o movimento de rotação fosse brusco, sentiríamos com certeza a aceleração e a desaceleração. No entanto, da mesma forma que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127786-por-que-nao-percebemos-a-real-velocidade-de-um-aviao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conseguimos ir ao banheiro em um voo doméstico a 900 quilômetros por hora</a>, caminhamos tranquilamente na superfície do planeta, ainda que ele orbite o Sol a quase 107 mil quilômetros por hora.<h2>O papel da gravidade na rotação do planeta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/10/10204748966000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>É importante lembrar que, quando um objeto se encontra em movimento de rotação a um ponto fixo, como é o caso da Terra em volta do seu eixo, gera uma força centrífuga, devido à tendência do próprio objeto em se mover em linha reta, em vez de curva.&nbsp;Essa força, que teoricamente poderia nos expulsar do planeta, não o faz porque a força gravitacional que nos mantém "presos" na superfície é muito mais forte.&nbsp;Para o professor de física e ciências ópticas da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, Greg Gbur, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128711-sera-que-os-astronautas-em-marte-terao-uma-percepcao-diferente-da-passagem-do-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"a aceleração da gravidade é de cerca de 9,8 m/s2 na superfície da Terra"</a>, explicou ao Live Science. Mas, no equador, onde a velocidade de rotação é máxima, essa aceleração é ligeiramente menor (0,03 m/s2) do que seria se a Terra não girasse.&nbsp;

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Mesmo a 1,6 mil km/h, por que não sentimos a Terra girando?

Imagem de O sabor do vinho na Roma Antiga pode ter sido "picante", diz estudo  no megacurioso

Não tendo como degustar diretamente o vinho romano, os autores recorreram às panelas de barro onde a bebida era armazenada

Uma pesquisa publicada recentemente na revista científica Antiquity faz <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128680-arqueologos-descobrem-loja-de-vinhos-do-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma abordagem inédita dos vinhos da Roma Antiga</a>, através das tradicionais dolia, grandes recipientes de cerâmica&nbsp;“cuja composição, tamanho e forma contribuíram para o sucesso da produção de diversos vinhos com características organolépticas específicas”, diz o estudo.Estudando alguns vinhos contemporâneos tradicionais, como o qvevri georgiano, os autores traçaram um paralelo entre as ânforas nas quais esse vinho atual é armazenado e as dolia. (em latim, dolia é o plural de dolium). O objetivo é responder, via conhecimento enológico moderno, às perguntas: qual a aparência, cheiro e sabor dos vinhos romanos?Sem ter como fazer a degustação diretamente, pois a única garrafa de vinho romano que continua intacta (em um museu da Alemanha) não está disponível, nem “convidativa” após 1,7 mil anos lacrada, a investigação foi feita de forma indireta, através dos recipientes onde o vinum romanum era armazenado.<h2>Comparando vasos de fermentação de Roma Antiga e da Geórgia atual</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig2.png"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/12/12091146108000.jpg" alt="(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)"><span class="img-fc desc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig2.png">(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103506-a-garrafa-de-vinho-que-esta-fechada-ha-1650-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A dupla de pesquisadores explica sua opção</a>, afrimando que "nenhum estudo examinou ainda o papel destes vasos de barro na vinificação romana e o seu impacto na aparência, cheiro e sabor dos vinhos antigos". Por isso, o primeiro passo foi comparar os vasos de barro romanos com as ânforas (qvevri) utilizadas para fermentar alguns vinhos na Geórgia, no leste europeu.Concluída a comparação, os pesquisadores concluíram que o vinho romano era amarelo-escuro ou de cor âmbar, visto que a base estreita dos vasos impedia que os sólidos da uva tivessem contato com a bebida à medida que ela envelhecia. Quanto ao bouquet (aroma). A&nbsp;fermentação poderia ter produzido um composto químico chamado sotolon, que produz aromas de "pão torrado, maçãs, nozes torradas e curry", diz o estudo.Finalmente, em relação ao sabor do vinho, a dupla diz que, graças à argila porosa (que permite a oxidação), a característica gustativa principal seria picante, refletindo&nbsp;"agradáveis sabores de gramíneas, nozes e frutas secas", combinação capaz de evocar memórias antigas e provocar respostas emocionais.&nbsp;<h2>Qual a importância do estudo comparativo do vinho romano?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig4.png"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/12/12110932138000.jpg" alt="(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)"><span class="img-fc desc" data-fonte="&nbsp;Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar&nbsp;" data-fonte-url="https://static.cambridge.org/binary/version/id/urn:cambridge.org:id:binary:20240106095420934-0491:S0003598X2300193X:S0003598X2300193X_fig4.png">(Fonte: Dimitri Van Limbergen/Paulina Komar)Além de terem uma visão ampliada sobre a verdadeira devoção que os romanos tinham ao vinho, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126781-mitos-e-verdades-sobre-as-orgias-de-gregos-e-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com direito a um deus próprio (Baco)</a>, os autores concluíram que os enólogos da Roma Antiga estavam longe de ser amadores,&nbsp;e tinham um controle total dos processos de fabricação, fermentação e armazenamento dos vinhos.&nbsp;Dizendo que o trabalho mudou muito a "nossa compreensão atual da vinificação romana", Van Limbergen concluiu, em comunicado ao IFLScience: "O valor de identificar, muitas vezes inesperados, paralelos entre a vinificação moderna e antiga reside tanto em desmascarar a suposta natureza amadora da vinificação romana, quanto em descobrir traços comuns em procedimentos de vinificação milenares".

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O sabor do vinho na Roma Antiga pode ter sido 'picante', diz estudo 

Imagem de Operação Big Bang: o dia em que os ingleses tentaram afundar uma ilha no megacurioso

Uma ilha a meio caminho entre Alemanha e Inglaterra foi considerada uma ameaça após a Segunda Guerra Mundial e explodida com 3,2 quilotons de TNT

<head></head><body>Heligolândia, uma pequena ilha do Mar do Norte na Europa, a 46 quilômetros da costa da Alemanha e 70 quilômetros da costa da Inglaterra, protagonizou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127158-oppenheimer-o-detalhe-oculto-que-o-filme-nao-contou.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um dos eventos literalmente mais explosivos do planeta</a>. No dia 18 de abril de 1947, a Marinha Real Britânica detonou no local o equivalente a 3,2 quilotons do explosivo TNT, até então a maior explosão artificial não nuclear da história mundial.Com menos de dois quilômetros quadrados (pouco mais que o Parque do Ibirapuera, em São Paulo), a ilha é considerada a única ilha offshore da Alemanha, pois não é visível da costa. Existem, atualmente, 1,2 mil habitantes no local, que vivem do turismo e de turístico e uma indústria de turbinas eólicas instalada. &nbsp;No passado, a ilhota já havia sido cenário de conflitos, quando os britânicos a tomaram da Dinamarca em 1807, durante as Guerras Napoleônicas. Em 1890, ela foi devolvida aos alemães em troca de Zanzibar, ilha que era uma potência comercial no oceano Índico. O Kaiser Guilherme II aproveitou para equipar Heligolândia com fortificações e armas, para proteger o recém criado Canal de Kiel, que ligava o mar do Norte ao Báltico.<h2>Operação Big Bang: o bombardeio da ilha</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08171708393394.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Durante a Segunda Guerra Mundial, Heligolândia foi considerada uma ameaça potencial para as forças aliadas. Na época, a Alemanha instalou na ilha novas fortificações e instalações, para apoiar sua frota naval na Batalha do Atlântico. As instalações incluíam túneis subterrâneos, artilharia costeira, um campo de aviação militar e até canetas de armazenamento (docas submarinas) para submarinos nazistas.&nbsp;A Grã-Bretanha bombardeou fortemente a ilha em 1945, que acabou tendo pouca participação na guerra, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127621-milhares-sao-evacuados-em-singapura-devido-a-bomba-da-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depois que seus dois mil ilhéus foram evacuados para o continente alemão</a>. Terminado o conflito mundial, os britânicos ocuparam Heligolândia e usaram o local para armazenar as chamadas munições excedentárias.Mas, em 1947, o governo britânico viu uma oportunidade para se livrar para sempre da problemática ilha, que continuaram vendo como potencial ameaça. Por isso, decidiram detonar mais de 7 mil toneladas de munição de guerra britânica excedente que lá se encontrava, em sua maioria projéteis navais e bombas aéreas.<h2>Vida em Heligolândia após o Big Bang</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08175801658420.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Embora jurem que seu objetivo primário não era eliminar a ilha, os britânicos não hesitaram em realizar a grande explosão, mesmo sabendo que o impacto poderia destruir o seu arenito poroso.&nbsp;A detonação eliminou toda a rede de túneis subterrâneos e outras instalações militares de Heligolândia, restando de pé apenas um edifício onde funcionava uma torre antiaérea alemã, mais tarde remodelada como um farol.Quando os ilhéus retornaram em 1952, após a devolução da ilha à Alemanha, não recuperaram nenhuma de suas antigas memórias, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111074-esta-amoreira-se-transforma-em-mini-cachoeira-sempre-que-rola-tempestade.htm#:~:text=Fen%C3%B4meno%20Mega%20Curioso&amp;text=Segundo%20o%20habitante%20que%20aparece,observado%20pela%20popula%C3%A7%C3%A3o%20de%20Dino%C5%A1a." rel="noopener noreferrer" target="_blank">a não ser uma altiva amoreira,</a> que sobreviveu à explosão de 1947 e é reconhecida até hoje como o “Milagre de Heligolândia”.</body>

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Operação Big Bang: o dia em que os ingleses tentaram afundar uma ilha

Imagem de Escrita misteriosa da Ilha de Páscoa é anterior à colonização europeia no megacurioso

O fato de ser inscrita na tábua de uma árvore derrubada antes da chegada dos europeus à ilha mostra que o rongorongo é uma escrita independente

<head></head><body>Para tentar localizar no tempo a origem de uma escrita indecifrada, o rongorongo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/126789-a-verdade-por-tras-das-misteriosas-estatuas-da-ilha-de-pascoa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">criada pela civilização indígena Rapa Nui na ilha de mesmo nome</a>, mas também conhecida como Ilha de Páscoa, uma equipe internacional de pesquisadores decidiu submeter quatro tabuinhas com inscrições a testes para datação por radiocarbono.&nbsp;O resultado mostrou que uma das tábuas rongorongo, que haviam sido preservadas em Roma, teve como origem uma árvore derrubada no final século XV ou início do XVI. Isso significa que a inscrição foi feita pelo menos dois séculos antes da chegada dos europeus à ilha, na década de 1720.O estudo, publicado recentemente na revista Scientific Reports, apoia de forma convincente a tese de que o rongorongo é um dos poucos sistemas de escrita conhecidos que foi inventado de forma independente. No entanto, como grande parte do território de Rapa Nui, e de sua própria história, sua escrita acabou também se tornando vítima da destruição.<h2>O rongorongo é uma invenção dos ilhéus de Rapa Nui</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/12/12151819381000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Embora seja <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124500-nova-estatua-moai-e-encontrada-na-ilha-de-pascoa.htm#:~:text=Essas%20gigantescas%20esculturas%20de%20pedra,um%20lago%20em%20Rano%20Raraku." rel="noopener noreferrer" target="_blank">mundialmente conhecida pelas monumentais esculturas moai lá existentes</a>, a ilha da Páscoa (nome imposto pelos colonizadores europeus) possuía uma escrita própria, ignorada completamente pelos estrangeiros até 1864. Quando perceberam se tratar de uma forma de comunicação, os missionários enviaram as pequenas tábuas para o exterior.Desviadas ou destruídas de propósito, as pequenas tabuletas com inscrições em rongorongo se resumem atualmente a 27, nenhuma das quais mantidas na ilha.&nbsp;De acordo com o estudo, os textos são relativamente longos e escritos em sinais pictóricos, geralmente chamados de glifos.Primeira autora do artigo, a filóloga italiana Silvia Ferrara, da Universidade de Bolonha, explicou ao LiveScience que, em vez de serem influenciados pela escrita que eles viram sendo usada pelos europeus, os ilhéus Rapa Nui inventaram originalmente o rongorongo.<h2>Tentando entender o rongorongo</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/12/12155327728001.jpg" alt="Fonte: Jacques B. M. Guy/Wikimedia Commons)">Fonte: Jacques B. M. Guy/Wikimedia Commons)<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124768-os-moais-da-ilha-de-pascoa-realmente-tem-corpos-enterrados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que dificulta a compreensão do rongorongo</a> é que os glifos, além de complexos, não se parecem com nenhum tipo de letra europeia, nem de outras culturas, o que reforça a teoria de que se trata de uma forma de escrita inédita e independente. "Historicamente falando, se você pega emprestado um sistema de escrita, então você o mantém o mais próximo possível do original", destaca Ferrara.E, ainda que seja difícil comprovar que o contato com civilizações alfabetizadas possa ter inspirado o rongorongo, é inegável que os glifos pictóricos são diferentes de qualquer tipo de escrita conhecida no mundo. Na verdade, se há algum tipo de semelhança é com os motivos da antiga arte rupestre encontrada na própria ilha.&nbsp;No entanto, epidemias de doenças trazidas pelos europeus e ataques e sequestros esporádicos de traficantes de escravos peruanos dizimaram a população de Rapa Nui e, com ela, perdeu-se uma escrita independente, como a dos sumérios, egípcios e chineses.</body>

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Escrita misteriosa da Ilha de Páscoa é anterior à colonização europeia

Imagem de Cogumelo brota no corpo de sapo e cientistas não conseguem explicar o motivo no megacurioso

Pesquisando rãs intermediárias na Índia, herpetólogos descobriram um animal com um inexplicável cogumelo no corpo

<head></head><body>Durante o abafado e chuvoso verão indiano no ano passado, Lohit YT, um especialista em rios e zonas úmidas do World Wildlife Fund - Índia, saiu com um grupo de amigos herpetólogos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128742-ra-carregando-sementes-nas-costas-e-o-primeiro-caso-registrado-de-dispersao-por-anfibios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para estudar anfíbios no sopé da cordilheira Ghats Ocidentais</a>. O passeio de rotina se transformou, no entanto, em uma curiosa descoberta científica.Entre dezenas de rãs intermediárias de dorso dourado de Rao (parecidas com as Hylaranas intermedias existentes no Brasil), a equipe se surpreendeu com uma delas, que estava empoleirada em um galho, com um pequeno cogumelo brotando do corpo. Curiosos por ver uma estrutura reprodutiva de fungo "saindo" de um anuro, eles se aproximaram e fotografaram a rã.Compartilhando as imagens nas redes sociais, os pesquisadores começaram a receber comentários de micologistas (especialistas em fungos), afirmando que o cogumelo mostrado poderia ser do gênero Mycena, que geralmente se alimenta de matéria orgânica em decompoisção. Com esse feedback, Lohit e seu coautor Chinmay C Maliye documentaram recentemente a descoberta na revista Reptiles and Amphibians.<h2>Como os cogumelos se formam?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Lohit YT/WWF-Índia&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2024/02/12/multimedia/12tb-mushroom-02-tqpj/12tb-mushroom-02-tqpj-superJumbo.jpg?quality=75&amp;auto=webp"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21160024676317.jpg" alt="(Fonte: Lohit YT/WWF-Índia/Reprodução)">(Fonte: Lohit YT/WWF-Índia/Reprodução)<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125126-ha-milhoes-de-anos-a-terra-era-coberta-por-cogumelos-gigantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A produção de cogumelos por fungos não é automática</a>. Para que um esporo de fungo produza um cogumelo, ele tem antes que se instalar e produzir micélios. Essas estruturas finas e ramificadas são responsáveis por absorver nutrientes. Parecido com uma pequena raiz, quando o micélio encontra nutrientes, ele produz um cogumelo.&nbsp;O biólogo de fungos da Universidade da Flórida, Matthew Smith, que não esteve presente na descoberta, disse ao The New York Times que, se existentes, esses micélios teriam que estar na superfície da pele ou dentro do corpo do anfíbio.Mas assegurou à publicação jamais ter visto um cogumelo nascendo em tecido animal vivo.&nbsp;<h2>O que aconteceu ao sapo com cogumelo?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Lohit YT/WWF - Índia&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2024/02/12/multimedia/12tb-mushroom-01-fjpq/12tb-mushroom-01-fjpq-superJumbo.jpg?quality=75&amp;auto=webp"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21181536594383.jpg" alt="(Fonte: Lohit YT/WWF - Índia/Reprodução)">(Fonte: Lohit YT/WWF - Índia/Reprodução)<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128531-nova-menor-especie-de-ra-com-presas-do-mundo-e-encontrada-na-indonesia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como o grupo de herpetólogos optou por não coletar a rã</a>, não foi possível efetuar qualquer tipo de exame que pudesse comprovar se o fungo cresceu de dentro do corpo dela ou na superfície de sua pele. Entre os comentaristas das postagens, alguns micologistas sugeriram que o fungo pode ter se hospedado em alguma infecção ou ferida aberta no corpo do anuro.&nbsp;Como não foram encontrados ferimentos visíveis e, segundo o estudo, o fungo não parece estar prejudicando o anfíbio, o pesquisador Christoffer Bugge Harder, da Universidade de Copenhaguen na Dinamarca, afirmou à Forbes que a erupção pode ser "uma infecção de pele puramente superficial com Mycena", como uma infecção fúngica em pele humana.Assim como Harder, que não participou do estudo, a herpetóloga do Museu de Zoologia Comparada de Harvard, Sonali Garg, lembrou em entrevista ao&nbsp;The New York Times que, embora nunca tenha visto nada parecido, o ambiente quente e úmido da região é propício ao surgimento de cogumelos. "Combine isso com a pele úmida de um sapo e poderá ser a tempestade perfeita para o crescimento de cogumelos", concluiu.</body>

Jorge Marin