O estudo demonstrou os fundamentos físicos e o conceito de funcionamento do futuro relógio nuclear, cujo protótipo está próximo.

Responsáveis por regular uma grande variedade de sistemas e tecnologias no mundo inteiro, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122601-a-solucao-atomica-para-padronizar-o-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os relógios atômicos podem estar com os seus dias contados</a>. Segundo um anúncio recente publicado no site do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA (NIST), uma equipe internacional de pesquisadores está prestes a concluir o que pode ser o protótipo do primeiro relógio nuclear.Embora não exista ainda na realidade um relógio nuclear completo, um estudo publicado na Nature descreve com detalhes a viabilidade dos seus fundamentos físicos e conceitos capazes de viabilizar seu funcionamento ultrapreciso. Com as ferramentas já testadas, agora é uma questão de tempo o desenvolvimento do dispositivo real.Quando o novo relógio estiver pronto, diz o estudo, a sua precisão otimizada será capaz de atualizar tudo que é hoje cronometrado pelos relógios atômicos, desde o GPS até as velocidades de internet e confiabilidade da segurança digital.&nbsp;<h2>Quais as diferenças entre o relógio atômico e o nuclear?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12221049922000.jpg" alt="x"><figcaption>Relógio atômico de rede de itérbio ultraestável do NIST. (Fonte: NIST)</figcaption></figure></figure>Embora o princípio de funcionamento dos dois relógios possa mostrar algumas similaridades, há uma distância abissal em termos de escala entre os dois modelos. Relógios atômicas funcionam medindo as transições de átomos para designar um segundo.&nbsp;Para isso, um laser de alta potência é sintonizado para interagir com um átomo de césio-133. Assim, cada segundo dura 9.192.631.770 períodos da radiação emitida entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo. O relógio de fonte de césio do NIST é o padrão atual primária nos EUA desde 2014, com uma incerteza de 1 segundo em 300 milhões de anos.Já nos relógios nucleares, como o próprio nome diz, o laser é direcionado em núcleos, uma estrutura 100 mil vezes menor do que o átomo total. Isso garante naturalmente mais ciclos de onda por segundo. "Imagine um relógio de pulso que não perderia um segundo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/sera-que-todos-nos-sentimos-o-tempo-passar-do-mesmo-jeito" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mesmo se você o deixasse funcionando por bilhões de anos</a>", compara o coautor Jun Ye, físico do NIST.<h2>Desafios para os relógios nucleares</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12223244419000.jpg" alt="Relógio nuclear funciona usando luz ultravioleta para excitar o núcleo de um átomo. (Fonte: N. Hanacek/NIST/Divulgação)"><figcaption>Relógio nuclear funciona usando luz ultravioleta para excitar o núcleo de um átomo. (Fonte: N. Hanacek/NIST/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O primeiro obstáculo para a criação de um relógio nuclear — a inexistência de uma tecnologia capaz de gerar raios X com energia capaz de induzir transições em núcleos atômicos, foi contornado com o uso do tório-229.Esse isótopo é famoso por possuir um estado nuclear excitado de baixa energia. Dessa forma, os pesquisadores puderam usar na estimulação <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/42001-por-que-e-que-os-raios-ultravioletas-queimam-a-nossa-pele-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">somente a luz ultravioleta de baixa energia</a>.Usando feixes de laser UV sobre núcleos de tório em um pequeno cristal, através de um pente de frequência óptica para contar os “tiques” dos prótons e nêutrons, os autores obtiveram um nível de precisão quase 1 milhão de vezes maior do que as baseadas em comprimento de onda. Além de quebrar as barreira de medição, a nova matriz permitiu observar um núcleo de tório em detalhes nunca vistos antes.

medium_relogios-nucleares-de-cronometragem-ultraprecisa-podem-aposentar-atomicos-thumb.png

small_relogios-nucleares-de-cronometragem-ultraprecisa-podem-aposentar-atomicos-thumb.png

thumbnail_relogios-nucleares-de-cronometragem-ultraprecisa-podem-aposentar-atomicos-thumb.png

relogios-nucleares-de-cronometragem-ultraprecisa-podem-aposentar-atomicos-thumb.png

Relógios nucleares de cronometragem ultraprecisa podem aposentar relógios atômicos

A monitoração Copernicus mostrou que o processo anual de formação do buraco da camada de ozônio começou mais tarde, o que é uma boa notícia. 

Para marcar o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, comemorado no dia 16 de setembro, o Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS), gerido pela Comissão Europeia, anunciou que, “Em 13 de setembro de 2024, a área total do buraco de ozônio [sobre a Antártida] era de 18,48 milhões de km2, menor do que nos últimos anos para este período”.Segundo a publicação feita no site do programa de observação da Terra, se a atual tendência for mantida, é possível que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115885-niveis-de-ozonio-subiram-nos-ultimos-20-anos-segundo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o ozônio se recupere aos níveis de 1980</a>, quando ainda não se tinha conhecimento da existência de qualquer "buraco" naquela região. A restauração total da camada, segundo o CAMS, poderá ocorrer "por volta de 2066 sobre a Antártida, sobre o Ártico em 2045 e até 2040 para o resto do mundo".Em um comunicado de imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, comemorou: "A camada de ozônio, que já foi um paciente doente, está no caminho da recuperação".&nbsp;<h2>A importância da camada de ozônio na proteção à vida na Terra</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/HSbJpwTNbog" title="3D rendering of the ozone hole evolution in 2024" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Localizada entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície da Terra, a camada de ozônio é uma região específica da estratosfera terrestre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117823-o-que-e-o-ozonio-e-qual-sua-importancia-para-a-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde esse gás se concentra de forma mais elevada</a> do que em outras partes da atmosfera. Composto por três átomos de oxigênio, ele tem um importante papel na proteção da vida no planeta por vários motivos.Primeiramente, porque filtra a radiação ultravioleta nociva do Sol, especialmente a UV-B e a UV-C, funcionando como uma espécie de escudo protetor da vida na Terra.&nbsp;Sem a camada de ozônio, a radiação UV chegaria facilmente à superfície do planeta, causando danos a organismos vivos (câncer de pele e catarata entre outras doenças), impactos na cadeia alimentar marinha e a desregulação dos padrões climáticos e atmosféricos.<h2>A importância do Protocolo de Montreal&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/17/17182150018352.jpg" alt="x. (Fonte: World Ozone Day 2024/Divulgação)"><figcaption>O Acordo de Montreal foi o único tratado ca ONU com ratificação universal. (Fonte: World Ozone Day 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O restabelecimento da camada de ozônio na atmosfera terrestre não ocorreu por acaso, mas foi fruto de um dos acordos internacionais mais bem-sucedidos da história, tanto que o Acordo de Montreal, de 1987 continua sendo o único tratado com ratificação universal, ou seja, confirmado por todos os 197 países membros da ONU, mais a União Europeia.Assinado no dia 16 de setembro de 1987, <a href="https://www.megacurioso.com.br/aquecimento-global/71590-o-cfc-ainda-e-um-dos-viloes-do-planeta-terra-e-sera-por-muito-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o acordo internacional proibiu os clorofluorcarbonetos (CFCs)</a>, produtos químicos usados em sprays de aerossóis, solventes e gases refrigerantes. Eles foram, na época, identificados como os principais responsáveis pela destruição da camada de ozônio estratosférica.No press release de comemoração do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, o diretor do CAMS, Laurence Rouil, exaltou o Acordo de Montreal: “Isso mostra como a humanidade é capaz, por meio da cooperação internacional e da tomada de decisões baseadas na ciência, de transformar nosso impacto na atmosfera do planeta”.

large_GettyImages-1438555539.jpg

medium_GettyImages-1438555539.jpg

small_GettyImages-1438555539.jpg

thumbnail_GettyImages-1438555539.jpg

GettyImages-1438555539.jpg

Buraco na camada de ozônio está diminuindo e deve fechar até 2066

A superalface obtida na pesquisa produz mais betacaroteno e pode suprir a deficiência de vitamina A em crianças de países em desenvolvimento.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Politécnica de Valência (UPV), na Espanha, acaba de divulgar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125611-cientistas-desenvolvem-superbanana-capaz-de-salvar-vidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um método inédito de biofortificação de folhas e tecidos vegetais verdes</a>, turbinando o conteúdo de substâncias saudáveis, principalmente do betacaroteno, devido ao seu valor nutricional como precursor (substância transformadora) da vitamina A na alimentação humana.Publicada na revista The Plant Journal, a pesquisa tem como objetivo produzir uma superalface para suprir a deficiência de micronutrientes, chamada de “fome oculta”, uma crise global que atinge vários países em desenvolvimento. A falta da vitamina A expõe cerca de 140 milhões de crianças a doenças graves, como perda auditiva, cegueira e até morte, diz o estudo.Testes realizados com técnicas biotecnológicas e tratamentos com alta intensidade de luz mostraram que os níveis de betacaroteno nas folhas podem ser amplificados em até 30 vezes. Esse acréscimo pode ser armazenado em novos locais do tecido vegetal, sem prejudicar a fotossíntese.&nbsp;<h2>A importância do betacaroteno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/17/17160806622268.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Betacaroteno se transforma em vitamina A no organismo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O betacaroteno é um dos mais importantes carotenoides, pigmentos naturais encontrados em plantas, algas, bactérias e alguns fungos. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128544-cientistas-descobrem-evidencia-de-fotossintese-oxigenica-mais-antiga-ja-registrada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Eles têm papel fundamental na fotossíntese</a>, e também protegem as células contra o estresse oxidativo, neutralizando os radicais livres que se formam pela superexposição à luz solar.Precursor da vitamina A, isso significa que o betacaroteno é transformado nesse importante retinoide, que desempenha no corpo humano funções essenciais para a saúde dos olhos, multiplicação e especialização de células, e fortalecimento do sistema imunológico.Para o coautor Manuel Rodríguez Concepción, da UPV, embora carotenoides como o betacaroteno sejam fundamentais nos complexos fotossintéticos dos cloroplastos, "quando muito ou pouco betacaroteno é produzido nos cloroplastos, eles param de funcionar, e as folhas eventualmente morrem", alerta o pesquisador em um release<h2>Obtendo 30 vezes mais betacaroteno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/17/17153231143251.jpg" alt="As folhas ficam douradas de betacaroteno, mas continuam fazendo fotossíntese. (Foto: Universidade Politécnica de Valência/Divulgação)"><figcaption>As folhas ficam douradas de betacaroteno, mas continuam fazendo fotossíntese. (Foto: Universidade Politécnica de Valência/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para garantir o crescimento normal das folhas, os autores combinaram duas estratégias iniciais: uma produz betacaroteno no citosol das células foliares, e a outra converte cloroplastos (plastídeos que realizam fotossíntese) em cromoplastos não fotossintéticos superacumuladores de carotenoides em folhas agroinfiltradas.&nbsp;Em várias tentativas de melhorar o conteúdo foliar de betacaroteno via engenharia metabólica, tratamentos hormonais e exames genéticos, o betacaroteno aumentou no máximo cinco vezes. Elevando pequenos plastoglóbulos com tratamentos intensos de luz e enzimas de bactérias, a equipe obteve não só 30 vezes mais betacaroteno, mas aumentou também a bioacessibilidade. &nbsp;Em um comunicado, os autores destacam que produzir e armazenar betacaroteno em níveis altíssimos e de forma bioacessível, fora dos locais costumeiros nas folhas, "representa um avanço muito significativo para melhorar a nutrição por meio <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119208-7-beneficios-da-alface-para-o-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">da biofortificação de vegetais como alface, acelga ou espinafre</a>, sem abrir mão de seu aroma e sabor característicos".

medium_conheca-a-alface-dourada-planta-fortificada-com-30-vezes-mais-betacaroteno-thumb.png

small_conheca-a-alface-dourada-planta-fortificada-com-30-vezes-mais-betacaroteno-thumb.png

thumbnail_conheca-a-alface-dourada-planta-fortificada-com-30-vezes-mais-betacaroteno-thumb.png

conheca-a-alface-dourada-planta-fortificada-com-30-vezes-mais-betacaroteno-thumb.png

Conheça a alface dourada, planta fortificada com 30 vezes mais betacaroteno

As quatro plantas consumidas por gorilas e usadas por curandeiros na medicina tradicional demonstraram propriedades antibacterianas e antioxidantes.

Se o medicamento receitado por seu médico foi ineficaz contra uma bactéria resistente, talvez seja hora de procurar... um gorila. Estudos recentes têm demonstrado que certas plantas usadas por animais podem ter também <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127518-ozempic-e-outros-5-remedios-derivados-de-veneno-de-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os mesmos propósitos terapêuticos em seres humanos</a>.&nbsp;Esse ramo da etologia, chamado zoofarmacognosia, investiga os comportamentos de automedicação de animais não humanos, explorando o potencial das substâncias naturais de origem vegetal, animal ou mineral como remédios.Recentemente, uma equipe de cientistas do Centro Interdisciplinar de Pesquisa Médica de Franceville, no Gabão, passou um tempo observando gorilas-das-planícies-ocidentais (Gorilla gorilla gorilla) do Parque Nacional Moukalaba-Doudou. O objetivo foi descobrir quais plantas eles estavam comendo, e pesquisar seus efeitos medicinais.<h2>Testando as propriedades dos remédios dos gorilas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/15/15122317852004.jpg" alt="Todas as plantas consumidas pelos gorilas tinham propriedade medicinais. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Todas as plantas consumidas pelos gorilas tinham propriedades medicinais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Entrevistando curandeiros e herbalistas locais, os autores identificaram quatro espécies de plantas nativas regularmente consumidas por gorilas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128107-6-plantas-medicinais-que-voce-deve-ter-em-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">e usadas na medicina tradicional</a>: a árvore fromager (Ceiba pentandra), a amoreira-amarela gigante (Myrianthus arboreus), a teca africana (Milicia excelsa) e as figueiras (Ficus).&nbsp;Em seguida, eles testaram amostras das cascas de cada uma das plantas para possíveis propriedades antibacterianas e antioxidantes, e pesquisaram sua composição química. As quatro plantas analisadas continham compostos que têm efeitos medicinais, diz o estudo, incluindo fenóis, alcaloides, flavonoides e proantocianidinas.O mais surpreendente foi encontrar, nas quatro cascas, propriedades antibacterianas contra pelo menos uma cepa multirresistente da bactéria Escherichia coli, causa comum de infecções, especialmente urinárias e gastrointestinais. A árvore fromager mostrou “atividade notável” contra todas as cepas de E. coli testadas, segundo o estudo.&nbsp;<h2>Qual a utilidade das novas plantas descobertas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/15/15123003211005.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os gorilas poderiam fornecer novas dicas de tratamento, dizem os autores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As propriedades excepcionais dessas plantas podem ser bastante úteis, principalmente em um cenário mundial <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128218-como-evitar-que-bacterias-criem-resistencia-a-antibioticos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde a resistência antimicrobiana pode ter contribuído para 4,95 milhões de mortes em 2019</a>, segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde. Por isso, os autores apoiam a ideia de ficarmos de olho em nossos colegas de escala evolutiva, para obtermos novas dicas de tratamentos. &nbsp;Em um comunicado de imprensa, os autores reconhecem que: "Esses resultados mostram que o extrato bruto da casca dessas plantas pode ser usado como um tratamento eficaz para doenças provocadas por radicais livres e por cepas bacterianas resistentes a antimicrobianos".Isso faz da "farmacopeia" dos grandes primatas, a tal da zoofarmacognosia, um poderoso arsenal terapêutico a ser explorado, principalmente pela afinidade genética entre os humanos e os grandes símios, explicam os autores. E concluem: "Medicamentos e terapias alternativas oferecem esperança definitiva para a resolução de muitos problemas de saúde pública presentes e futuros".A pesquisa com o estudo observacional foi publicada na revista PLOS ONE.

large_gorilas-se-automedicam-com-plantas-de-reconhecido-efeito-antibacteriano-thumb.png

medium_gorilas-se-automedicam-com-plantas-de-reconhecido-efeito-antibacteriano-thumb.png

small_gorilas-se-automedicam-com-plantas-de-reconhecido-efeito-antibacteriano-thumb.png

thumbnail_gorilas-se-automedicam-com-plantas-de-reconhecido-efeito-antibacteriano-thumb.png

gorilas-se-automedicam-com-plantas-de-reconhecido-efeito-antibacteriano-thumb.png

Gorilas se automedicam com plantas de reconhecido efeito antibacteriano

Primeira análise global das tendências sobre o fenômeno das superbactérias diz que melhor acesso a cuidados de saúde pode salvar 92 milhões de vidas até 2050.

Divulgado às vésperas de uma reunião de alto nível nas Nações Unidas sobre superbactérias. o Estudo Global sobre Resistência Antimicrobiana (RAM) é a primeira análise global das tendências sobre o fenômeno em que microrganismos, em sua maioria bactérias, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127528-superbacterias-como-evitar-a-resistencia-aos-antibioticos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desenvolveram a capacidade de sobreviver e se reproduzir na presença de antibióticos</a>.Realizada com dados de 520 milhões de registros individuais em 204 países e territórios, a pesquisa analisou 22 patógenos, 84 combinações de drogas/patógenos e 11 síndromes infecciosas, como meningite. Ela mostrou que a RAM matou mais de um milhão de pessoas por ano entre 1990 e 2021.As projeções também assustam: segundo os autores, as mortes diretas por RAM em 2050 podem chegar a 1,91 milhão de pessoas, ou seja, um aumento de quase 70% ao ano em comparação a 2022. Já o número de mortes anuais nas quais a RAM desempenha um papel, mas pode não ser a única causa, aumentará em quase 75%, de 4,71 milhões para 8,22 milhões.<h2>Microrganismos resistem desde o início dos antibióticos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/18/18132110765183.jpg" alt="Microrganismos já reagiam à penicilina quando ela foi criada. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Microrganismos já reagiam à penicilina quando ela foi criada. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora reconhecida como ameaça desde o início da era dos antibióticos, em 1950, a RAM só teve seu status de desafio crítico à saúde reconhecido na última década. Em 2015, a Assembleia Geral da ONU classificou o fenômeno como uma prioridade de saúde global.&nbsp;Ainda assim, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128218-como-evitar-que-bacterias-criem-resistencia-a-antibioticos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nenhum estudo havia avaliado até agora as tendências da RAM</a>, e nem fornecido previsões sobre seus impactos futuros.Um estudo global sobre RAM publicado em 2022 foi o primeiro a revelar, ainda de forma limitada, a verdadeira escala do fenômeno. Nele, os autores concluíram que as mortes globais relacionadas à RAM em 2019 foram superiores às causadas por HIV/AIDS ou malária. Foram 1,2 milhão de mortes diretas e 4,95 milhões de mortes relacionadas ao fenômeno.<h2>Compreender RAM pode salvar 92 milhões de vidas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/18/18134004644197.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Entender como as bactérias mudaram pode ajudar a salvar vidas no futuro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Líder da Equipe de Pesquisa de RAM na Universidade de Washington, nos EUA, o autor do estudo, Mohsen Naghavi, explica em um release que "a RAM tem sido uma ameaça global significativa à saúde por décadas e que essa ameaça está crescendo".&nbsp;Dessa forma, entender como as tendências nas mortes por RAM mudaram até hoje e como provavelmente mudarão será crucial na tomada de decisões para ajudar a salvar vidas, conclui o cientista de métricas em saúde. Isso evidencia uma urgência de implementação de medidas preventivas contra infecções, programas de imunização, uso racional de antibióticos e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128499-zosurabalpina-o-novo-antibiotico-que-pode-ser-super-heroi-contra-superbacterias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">investimento em pesquisa de novos medicamentos</a>.A modelagem de cenários usada no estudo prevê que, se as autoridades de saúde conseguirem melhorar o atendimento a infecções graves e o acesso aos agentes antimicrobianos, 92 milhões de vidas poderão ser salvas até 2050.&nbsp;

large_bacterias-resistentes-a-remedios-poderao-matar-mais-de-39-milhoes-ate-2050-thumb.png

medium_bacterias-resistentes-a-remedios-poderao-matar-mais-de-39-milhoes-ate-2050-thumb.png

small_bacterias-resistentes-a-remedios-poderao-matar-mais-de-39-milhoes-ate-2050-thumb.png

thumbnail_bacterias-resistentes-a-remedios-poderao-matar-mais-de-39-milhoes-ate-2050-thumb.png

bacterias-resistentes-a-remedios-poderao-matar-mais-de-39-milhoes-ate-2050-thumb.png

Bactérias resistentes a remédios poderão matar mais de 39 milhões até 2050

A descoberta do forte mostrou a importância militar desse tipo de edificação e também o dia a dia dos soldados que o ocupavam.

Um antigo forte egípcio, da época do chamado Novo Reino, que durou entre 1550 a.C. a 1070 a.C., foi descoberto recentemente em escavações arqueológicas do distrito de Hosh Issa, no norte daquele país, na região do Delta do Nilo. As ruínas incluem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124828-arqueologos-encontram-trofeus-de-guerra-macabros-no-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um complexo militar feito de tijolos de barro</a>, com instalações para soldados e salas para armazenamento de armas, alimentos e outras provisões.Segundo o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito (SCA), Mohamed Ismail Khaled, o forte recém-encontrado "É uma descoberta importante que destaca o papel estratégico de Tell Al-Abqain como um posto militar crucial na estrada militar ocidental, protegendo as fronteiras noroeste do Egito de possíveis invasões de tribos líbias e povos do mar", explicou ao site Ahram Online.Esse forte segue uma linha arquitetônica semelhante a outros já descobertos, que foram cuidadosamente projetados com uma divisão ao meio que separava as duas metades com uma passagem estreita, diz Khaled. Essa característica pioneira à época pode ter sido fundamental para aumentar a capacidade defensiva da estrutura militar.<h2>A importância militar do forte de Hosh Issa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16111743693090.jpg" alt="x. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)"><figcaption>Os arqueólogos se surpreenderam com a qualidade da arquitetura dos antigos egípcios. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A preocupação defensiva com esses enigmáticos “Povos do Mar”, cuja origem não se conhece muito bem, deve-se a uma onda de invasões que levou ao colapso várias civilizações por volta de 1200 a.C. Por isso, fortes como o descoberto em Hosh Issa formavam um reforço de fortalezas ao longo da costa mediterrânea e do Delta do Nilo.Liderados pelo arqueólogo Said El-Khar, do SCA, os pesquisadores participaram diretamente das escavações, e destacaram que o projeto detalhado e exato dos edifícios descobertos comprova <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124406-como-eram-as-piramides-do-egito-quando-foram-construidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as habilidades avançadas de engenharia dos antigos egípcios</a>. &nbsp;<h2>Importância da descoberta do novo forte&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16111508343086.jpg" alt="x. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)"><figcaption>Vários itens pessoais foram achados no forte. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Esse tipo de descoberta arqueológica oferece, mais do que o contexto histórico, importantes vestígios de como era a vida pessoal e as atividades militares dos ocupantes do forte. Um artefato em especial chamou a atenção de todos: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127181-khopesh-a-espada-que-ajudou-o-egito-a-se-tornar-um-imperio-forte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma espada de bronze gravada com o cartucho do rei Ramsés II</a>, aquele símbolo oblongo com um traço no final, onde se escrevia o nome do faraó.&nbsp;Essa espada acaba por se constituir em um artefato histórico significativo, pois atesta a importância do forte durante o reinado de Ramsés II, pois a presença do cartucho real sugere que ela possa ter sido feita em sua homenagem, ou mesmo ter pertencido a ele.Os outros artefatos encontrados no forte formam uma ampla coleção de itens pessoais, como ferramentas de caça, adornos, objetos religiosos, amuletos protetores, armas e dois blocos de calcário. Um desses blocos traz hieróglifos listando os títulos de Ramsés II, e outro identificava um oficial chamado "Bay".&nbsp;

large_forte-militar-do-tempo-do-farao-ramses-ii-e-encontrado-no-egito-thumb.png

medium_forte-militar-do-tempo-do-farao-ramses-ii-e-encontrado-no-egito-thumb.png

small_forte-militar-do-tempo-do-farao-ramses-ii-e-encontrado-no-egito-thumb.png

thumbnail_forte-militar-do-tempo-do-farao-ramses-ii-e-encontrado-no-egito-thumb.png

forte-militar-do-tempo-do-farao-ramses-ii-e-encontrado-no-egito-thumb.png

Forte militar do tempo do faraó Ramsés II é encontrado no Egito

Embora a concha do trompete-australiano seja descrita desde o século 17, somente nos anos 2000 foi feito um estudo sobre os hábitos alimentares do molusco.

Isolada geograficamente do resto do mundo, a Austrália normalmente exibe uma fauna única e diversificada. Por isso, é comum encontrar no continente, e em seus mares, algumas espécies endêmicas, ou seja, aquelas que você só encontra lá. Um desses animais singulares, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121567-por-que-lesmas-morrem-com-sal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o trompete australiano, é o maior caramujo do mundo</a>.Quem quiser conhecer esse “bichinho”, conhecido cientificamente como Syrinx aruanus, terá que mergulhar nas planícies de areia lamacenta, normalmente submersas, de Withnell Bay, uma zona de conservação ambiental perto da cidade de Karratha, na costa noroeste da Austrália Ocidental.Acumulando também o título de maior gastrópode vivo, o trompete tem uma grande concha de cores que vão do creme ao alaranjado, com ângulos e arestas bem definidos, ou seja, não é arredondada, mas tem as voltas de sua espiral bem pronunciada. Sobre um pé amarelo vibrante, o S. aruanus pode chegar aos 91 cm de comprimento e pesar até 18 kg.<h2>Como vive o caramujo-trompete-australiano?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/06/06172859935325.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O trompete-australiano se alimenta de grandes vermes poliquetas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um estudo de 2003, chamado “Alimento dos gigantes: observações de campo sobre a dieta de Syrinx aruanus, o maior gastrópode vivo", descreve o encontro dos autores com o caramujo: "Ao afastar suavemente os animais do sedimento, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128502-por-que-os-caracois-e-as-lesmas-sao-tao-lentos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">viu-se que alguns indivíduos tinham probóscides</a> [trombas de alimentação] inseridas em grandes tubos de poliquetas [vermes marinhos]”.Observações de campo posteriores e análise fecais do caramujo-trompete mostraram que o molusco se delicia com esses anelídeos marinhos como Polyodontes, Loimia e Diopatra, que são mais “parrudos”, chegando a atingir um metro de comprimento. Os Syrinxes são predadores ativos e sua probóscide de até 25 cm é considerado muito eficiente para sugar os vermes de seus abrigos.Os caramujos-trompetes-australianos são ovíparos e se reproduzem com as fêmeas depositando seus ovos para incubação na água. Quando nascem, as larvas permanecem na coluna de água como plânctons, até se fixarem no fundo e se tornarem adultos.&nbsp;<h2>Por que o nome trompete?</h2><iframe width="560" height="316" src="https://www.youtube.com/embed/3C5DyBLA0AQ" title="Syrinx Shell Demo - Don Chilton" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Até o estudo de 2003, o caramujo-trompete-australiano só era conhecido pela sua concha, que vem sendo reproduzida desde 1681, quando o jesuíta Filippo Bonanni criou o primeiro guia prático ilustrado para colecionadores de conchas.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-nao-devemos-retirar-conchas-das-praias" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Item disputado entre colecionadores, essas conchas vazias são usadas</a>, como o nome indica, como trompete ou trombone primitivo até mesmo em orquestras. Trompetistas de conchas são capazes de extrair diversos sons, que podem variar de tom ou volume, conforme a técnica do instrumentista e do tamanho e design da concha utilizada.Apesar de não estar oficialmente na lista de conservação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o S. aruanus enfrenta alguns riscos justamente pela intensa coleta para o comércio de conchas, além da degradação de habitats marinhos, como os recifes de coral, fundamentais para sua sobrevivência.

large_trompete-australiano-maior-caramujo-do-mundo-tem-quase-1-m-de-comprimento-thumb.png

medium_trompete-australiano-maior-caramujo-do-mundo-tem-quase-1-m-de-comprimento-thumb.png

small_trompete-australiano-maior-caramujo-do-mundo-tem-quase-1-m-de-comprimento-thumb.png

thumbnail_trompete-australiano-maior-caramujo-do-mundo-tem-quase-1-m-de-comprimento-thumb.png

trompete-australiano-maior-caramujo-do-mundo-tem-quase-1-m-de-comprimento-thumb.png

Trompete-australiano: maior caramujo do mundo tem quase 1 m de comprimento

Uma pesquisadora de bruxaria moderna descobriu em suas palestras que há milhares de pessoas que se autodeclaram bruxas e praticam a Wicca.

A estreia da série Agatha Desde Sempre no Disney+, na próxima quinta-feira (19), resgata um dos personagens mais icônicos do Universo Marvel, a bruxa Agatha Harkness, que foi coadjuvante em revistas do Quarteto Fantástico e na série WandaVision. Ela retorna agora mais poderosa do que nunca na pele da atriz Kathryn Hahn em um momento particularmente importante da chamada "bruxaria moderna".O conceito, citado em uma reportagem do The New York Times&nbsp;intitulada "<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/128649-bruxa-de-endor-conheca-a-unica-medium-citada-na-biblia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando todas se tornaram bruxas</a>?", lembra que "pode não haver necessidade de se esgueirar por aí", pois as bruxas já estão caminhando de cabeça erguida entre nós e "aparentemente em todos os lugares", diz a publicação.Exemplos são garotas da geração Y lendo cartas de tarô em seus intervalos de almoço, convites para uma festa de Lua Nova para turbinar o "sucesso profissional" ou influencers que usam a hashtag #witchesofinstagram para compartilhar horóscopos, feitiços e memes com o slogan "Nós somos as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar".<h2>As bruxas do século 21</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16144616864201.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Há muitos grupos de jovens bruxas no TikTok. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A bruxaria moderna tem sido tema de estudo há décadas pela professora Helen A. Berger, acadêmica do Centro de Pesquisa de Estudos Femininos da Universidade Brandeis, nos EUA. Ela sempre abordou o assunto em uma perspectiva histórica até que, em uma palestra ministrada em 1986, um membro da plateia perguntou se havia alguma bruxa praticante na sala, e muita gente levantou as mãos.Falando com essas pessoas após a palestra, Berger foi convidada a se juntar a um coven Wiccan (encontro regular de bruxas). Ela topou na hora e acabou se deparando com um universo totalmente novo e desconhecido.&nbsp;Hoje, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122175-wicca-um-ritual-de-bruxas-tentou-parar-invasao-nazista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os praticantes da Wicca, uma religião minoritária alternativa&nbsp;</a>cujos adeptos, independentemente do gênero, se declaram bruxos, são mais de 1,5 milhão de praticantes, segundo uma pesquisa antiga (2014) da organização Pew Research Center. Em um artigo na plataforma The Conversation, Berger diz que os bruxos wiccans estão crescendo, em pesquisas e em grupos "como os do TikTok", diz a socióloga.<h2>Bruxaria e empoderamento feminino</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16154726730220.jpg" alt="Nós alimentamos o poder da bruxa, diz Jung. (Fonte: Disney+/Divulgação)"><figcaption>Nós alimentamos o poder da bruxa, diz Jung. (Fonte: Disney+/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Embora as bruxas não sejam, em essência, feministas, afirma Berger, algumas feministas, como a filósofa Mary Daly, passaram a incorporar a bruxaria como um símbolo de empoderamento feminino. Ela defendeu que o termo "bruxa" foi usado historicamente para demonizar e controlar mulheres poderosas ou independentes.&nbsp;Ao ressignificar "bruxa", a líder do segundo movimento feminista pode ter iniciado uma virada de mesa. "É a noção de que essas palavras que foram usadas contra as mulheres foram retomadas e remodeladas em algo que poderíamos usar que fosse positivo", destaca Berger.Estudando o arquétipo da bruxa, o fundador da psicologia analítica Carl Gustav Jung dizia que, como tudo que faz parte do inconsciente coletivo, a bruxa desaparece quando os tempos estão bons, mas ressurge quando as coisas estão tensas. "Seu poder arquetípico então infecta a humanidade,<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/125636-4-dos-casos-de-histeria-em-massa-mais-inexplicaveis-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;incitando a histeria em massa e os horrores das epidemias persecutórias</a>", afirmava. Temerosos e vulneráveis, nós alimentamos esse poder.&nbsp;

large_bruxas-desde-sempre-empoderamento-feminismo-e-tiktok-thumb.png

medium_bruxas-desde-sempre-empoderamento-feminismo-e-tiktok-thumb.png

small_bruxas-desde-sempre-empoderamento-feminismo-e-tiktok-thumb.png

thumbnail_bruxas-desde-sempre-empoderamento-feminismo-e-tiktok-thumb.png

bruxas-desde-sempre-empoderamento-feminismo-e-tiktok-thumb.png

Bruxas desde sempre: empoderamento, feminismo e TikTok

Jogar um pacote de lanches no chão pode parecer normal para uma pessoa, mas as consequências do desleixo causam impactos gigantes em uma caverna.

Uma lambança ecológica que poderia ter sérias consequências ocorreu nas cavernas de Carlsbad, nos EUA, quando um turista desatento — ou desleixado — deixou cair um saquinho de salgadinho na principal delas, a famosa Big Room, considerada uma das maiores câmaras naturais do mundo.Responsável pela administração das vastas formações de calcário esculpidas ao longo de milhões de anos pela ação da água e outros processos geológicos, o Serviço Nacional de Parques (NPS) dos EUA se manifestou de forma rigorosa no Facebook.Reconhecendo que gostam de receber milhares de pessoas nas cavernas diariamente, eles lembraram que alguns impactos são completamente evitáveis. Para o dono do saco de salgadinhos, o impacto é provavelmente incidental. Mas para o ecossistema da caverna, teve um impacto enorme.<h2>O que o pacote de salgadinho causou dentro da caverna?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12111227473087.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As cavernas de Carlsbad são Patrimônio Mundial da UNESCO. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para chegar à Big Room, onde o saquinho de lanches foi deixado, é necessário caminhar por pelo menos uma hora no subsolo. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128310-caverna-de-16-mil-anos-com-sinais-impressionantes-de-habitacao-e-descoberta-na-espanha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como a caverna é úmida,</a> os salgadinhos de queijo provocaram uma "mistureba" no ecossistema. "O milho processado, amolecido pela umidade da caverna, formou o ambiente perfeito para hospedar a vida microbiana e os fungos", diz a nota.Logo, uma multidão de insetos endêmicos do local, como grilos, ácaros, aranhas e moscas voaram, alguns literalmente, para a proximidade dos petiscos, dispersando os nutrientes em toda a extensão da grande caverna e em algumas formações vizinhas. Incentivados pelos restos de comida, alguns fungos começaram a se desenvolver no ambiente.Em pouco tempo, eles se espalharam na região circunvizinha ao local do descarte incorreto do lixo e produziram esporos, até morrer e provocar mau cheiro, devido à decomposição. Uma vez iniciado, esse processo de crescimento, reprodução e decomposição cria um ciclo contínuo que é extremamente nocivo para o equilíbrio ecológico da caverna.<h2>O que aconteceu com o lixo espalhado na caverna?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12104043593054.jpg" alt="As cavernas de Lascaux tiveram que ser fechadas ao público. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As cavernas de Lascaux, na França, tiveram que ser fechadas ao público. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Segundo a publicação do NPS, os guardas florestais tiveram que passar vinte minutos removendo cuidadosamente o lixo e o mofo da superfície da caverna principal, pois, embora alguns habitantes desse efêmero ecossistema já sejam moradores de longa data, outras formas de vida microbiana e mofos são invasores.&nbsp;Como são parcialmente isoladas do mundo exterior, as cavernas formam ecossistemas vulneráveis e delicados, com muitos organismos especializados e endêmicos (que só vivem naquele local). Por isso, qualquer migalha de lixo é capaz de desestabilizar esse equilíbrio natural. &nbsp;"Grande ou pequeno, todos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122967-voce-realmente-sabe-reciclar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nós deixamos um impacto onde quer que vamos</a>. Vamos todos deixar o mundo um lugar melhor do que o encontramos!", encoraja o NPS.

medium_image_5.jpg

small_image_5.jpg

thumbnail_image_5.jpg

image_5.jpg

Embalagem de salgadinho gera caos em ecossistema de patrimônio cultural dos EUA

Pouco conhecidas e depreciadas, as salpas são um exemplo fascinante de como pequenos organismos podem ter impactos positivos na ecologia da Terra.

Um dos animais marinhos mais abundantes no mundo, as salpas continuam relativamente pouco conhecidas, além de serem injustamente associadas a apelidos depreciativos como “bolas de gelatina” ou “baldes de meleca”. Outra confusão frequente é associá-las às águas-vivas que, apesar de também gelatinosas, têm uma biologia e ecologia diferentes.Enquanto as águas-vivas são cnidários, as salpas são tunicados, parentes dos vertebrados e não portadoras das células que causam queimaduras em banhistas. &nbsp;Elas têm o corpo cilíndrico e transparente, e se locomovem por propulsão jato. Enquanto filtram partículas de alimentos, as salpas se contraem ritmicamente e expulsam a água por uma abertura atrial,&nbsp;Além de sua classificação biológica, elas também são consideradas zooplânctons durante parte de suas vidas, quando flutuam livremente na coluna d'água e são arrastadas pelas correntes oceânicas. Salpas são os animais multicelulares com crescimento mais rápido da Terra, atingindo sua maturidade em apenas 48 horas, e aumentando seu crescimento em 10% por hora.<h2>Reprodução das salpas: machos se transformam em fêmeas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31201546956008.jpg" alt="Salpas agregadas em um longa cadeia. (Fonte: L. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole)"><figcaption>Salpas agregadas em um longa cadeia. (Fonte: L. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole)</figcaption></figure></figure>Por ter um ciclo de vida relativamente curto, as salpas tiveram que desenvolver uma estratégia reprodutiva que permitisse uma multiplicação rápida, feita de forma assexuada, mas que continuasse preservando sua diversidade genética. Por isso, alternam ciclicamente para a reprodução sexuada, conforme fatores ambientais, como densidade populacional e disponibilidade de nutrientes,Na fase assexuada, uma salpa sozinha consegue se reproduzir por brotamento, formando longas correntes de clones. A fase é ideal para quando existe grande disponibilidade de alimento no ambiente. Essas correntes se desenvolvem em blastozoides que se reproduzem sexuadamente, atuando como hermafroditas sequenciais.A princípio, a cadeia inteira é de machos, que produzem espermatozoides, mas, depois de um período, esses blastozoides se tornam fêmeas e produzem ovos. Essa alternância de sexo (protandria) faz com que a fertilização aconteça dentro da mesma corrente de salpas, pois o espermatozoide liberado pelos blastozoides mais jovens fertiliza os óvulos dos blastozoides mais velhos.&nbsp;<h2>Salpas reduzem o CO2 da atmosfera terrestre</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31202004290013.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reproduçao)"><figcaption>A alimentação das salpas faz com que produzam fezes ricas em carbono. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Seja na superfície do oceano ou a 800 metros de profundidade, as salpas desempenham um papel vital na saúde dos oceanos. Elas são eficientes filtradoras de água, alimentando-se de fitoplâncton e outras partículas orgânicas.&nbsp;Ao fazer isso, elas ajudam a manter o equilíbrio ecológico, removendo grandes quantidades de carbono da água e transferindo-o para as profundezas do oceano, tanto em suas fezes densas que afundam rapidamente na coluna d'água, como em seus corpos, quando encerram suas breves vidas.Um enxame de salpas espalhadas por uma área de 100 mil quilômetros quadrados consegue capturar, em uma única noite, cerca de 4 mil toneladas de CO2. Esse processo de sequestro de carbono é importante na mitigação das mudanças climáticas, pois reduz a quantidade de dióxido de carbono no sistema de circulação superficial oceano-atmosfera.&nbsp;

Jorge Marin