Muitos anos antes do 3º Reich, havia um plano europeu para deportar todos os judeus para a ilha de Madagascar.

Um dos equívocos quando se fala em Holocausto é pensar que o extermínio sistemático dos judeus europeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial tenha sido uma espécie de ato de loucura, adotado por um perverso. Na verdade, esse tipo de “solução final”, como eles a definiram, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127933-4-pistas-que-precederam-os-eventos-terriveis-do-holocausto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">é parte de um processo planejado, estruturado e executado durante muito tempo</a>.Em 1878, quando ainda nem se pensava em Terceiro Reich, o estudioso alemão Paul de Lagarde, expert em culturas do Oriente, propôs em seu livro Escritos Alemães que os judeus da Europa deveriam ser “encorajados” ou diretamente deportados para a ilha de Madagascar, na África.Essa aparente "preocupação com o bem-estar dos judeus", vítimas constantes de pogroms (perseguições e massacres) em países da Europa Oriental e na Rússia imperial, escondia na verdade o temor de que ondas de imigrantes judeus chegassem aos países da Europa Ocidental, principalmente no Reino Unido e França, além da Alemanha, que já abrigava uma significative população judaica.<h2>Planos para transferir judeus para Madagascar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09174635676335.jpg" alt="Autoridades alemãs queriam levar os judeus para Madagascar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Autoridades alemãs queriam levar os judeus para Madagascar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essa ideia odiosa, que combinava antissemitismo religioso, cultural e racial, além de teorias da conspiração, nacionalismo e racismo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127404-carta-revela-que-papa-pio-xii-tinha-conhecimento-dos-horrores-do-nazismo-e-do-holocausto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">era defendida por vários países</a>, e chegou mesmo a ser considerada pelo Movimento Sionista, que considerava a ideia um primeiro passo para o assentamento judaico na Palestina.Em 1937, o governo da Polônia arquitetou com a França, então país dominante de Madagascar, a viabilidade de transformar a ilha em uma comunidade israelense. No entanto, uma força-tarefa enviada apurou que o local poderia acomodar, no máximo, 7 mil famílias, e o plano foi arquivado.No ano seguinte, após os judeus terem sido privados de seus direitos na Alemanha pelas leis de Nuremberg, a primeira “solução final” foi: deportar todos eles para Madagascar.<h2>Madagascar foi o "ovo da serpente" da Solução Final</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09165214584313.jpg" alt="Com a impossibilidade de implantar o Plano Madagascar, os nazistas optaram pelo extermínio."><figcaption>Com a impossibilidade de implantar o Plano Madagascar, os nazistas optaram pelo extermínio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Depois que a França se rendeu incondicionalmente em julho de 1940, o Plano Madagascar voltou a ganhar força entre os governantes nazistas, mas não pôde ser implementado, pois a Marinha Real Britânica controlava todas as rotas marítimas fora da Europa. Confiante em uma vitória sobre a Grã-Bretanha, Hitler passou a flertar com a ideia de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/circulo-do-terror-os-companheiros-intimos-de-hitler" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a frota mercante britânica pudesse ser requisitada</a> para levar os judeus da Europa para a ilha africana.A derrota da força aérea alemã na Batalha da Grã-Bretanha foi um balde de água fria nas pretensões alemãs, pois os britânicos continuaram no controle dos mares. Para piorar as coisas para os nazistas, os Aliados invadiram Madagascar em 1942, e colocaram a ilha sob controle da França Livre.No dia 20 de janeiro de 1942, uma delegação de autoridades alemãs se reuniu em Berlim e resolveu de uma vez por todas o “problema judaico”, optando pela Solução Final, eufemismo para o plano de genocídio sistemático da população judaica na Europa. Embora o Projeto Madagascar tenha sido esquecido, ele foi o “ovo da serpente”, um alerta para a necessidade de denunciar ideologias perigosas em seus estágios iniciais. &nbsp;

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Madagascar: o 1º plano nazista para eliminar judeus antes do Holocausto

O objetivo do estudo foi testar a hipótese de que o CBD neutraliza os efeitos do THC quando a canábis é utilizada como analgésico.

Um estudo recente contestou a teste geralmente aceita de que o canabidiol (CBD), <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128654-corredores-aproveitam-mais-seus-treinos-apos-uso-de-canabis-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o componente não psicoativo da maconha (cannabis)</a>, é capaz de reduzir os efeitos intoxicantes do componente ativo, o delta-9-tetraidrocanabinol (THC). Após um ensaio clínico duplo-cego, os autores concluíram que não existe afinal esse “cabo de guerra” entre os dois canabinoides.Em doses mais altas, o CBD chegou mesmo a potencializar possíveis efeitos adversos do THC. Não se trata aqui da experiência psicodélica, mas de consequências indesejadas ou potencialmente prejudiciais que podem ocorrer como efeitos colaterais, tanto quando a substância é usada terapeuticamente quanto no uso recreativo.Os pacientes que, durante os experimentos, tomaram 9 mg de THC e 450 mg de CBD via oral, relataram se sentir mais “chapados” no corpo e na mente, do que quando tomaram só o THC. Análises de sangue revelaram concentrações mais elevadas de THC naqueles casos, o que levou os autores a suspeitar que doses altas de CBD podem inibir o metabolismo do THC no corpo, aumentando seus efeitos.<h2>Como foi realizado o teste de tolerância ao THC?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05161425230276.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>O ensaio clínico avaliou a tolerabilidade da cannabis como analgésico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para testar a hipótese de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128459-maconha-o-que-mudou-no-uruguai-apos-10-anos-da-legalizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o CBD neutraliza os efeitos indesejados do THC,</a> ou seja, aumenta a tolerabilidade da canábis como analgésico, a equipe realizou um ensaio aleatório, duplo-cego, com 37 voluntários adultos saudáveis, de idades entre 18 e 45 anos. Pacientes com experiência anterior com a maconha não usaram a droga por pelo menos três semanas antes do experimento.Em cinco visitas diferentes, os participantes receberam via oral: um placebo duplo, THC 9 mg com placebo CBD, ou THC 9 mg com 10, 30 ou 450 mg de CBD. Nem os participantes, nem os pesquisadores sabiam quem estava tomando o quê.Nas horas seguintes à ingestão, os participantes expressaram seus sentimentos subjetivos de dor e intoxicação medidas por dois testes padronizados. Amostras de sangue também foram coletadas antes da tomada dos comprimidos e depois em vários intervalos até oito horas.&nbsp;<h2>Quais os resultados dos efeitos do CBD no THC?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05163709696301.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O CBD pode causar interação medicamentosa com o THC. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Publicado na revista Clinical Pharmacology &amp; Therapeutics, o estudo concluiu que doses mais baixas de CBD oral não tiveram qualquer efeito nos efeitos intoxicantes do THC, mas doses mais elevadas de CBD influenciaram de forma substancial a maioria das medidas psicoativas avaliadas.&nbsp;Segundo a equipe, uma "interação medicamentosa<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128375-adolescentes-tem-duas-principais-motivacoes-para-usarem-maconha-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;tendo o CBD como substância perpetradora e o THC como substância vítima</a> parece ser a explicação mais provável para os achados farmacocinéticos deste estudo". Perpetradora é a substância que causa alteração no metabolismo ou efeito da outra, que é a vítima.Ao final, os autores ressaltaram que o estudo teve uma amostra muito reduzida e considerou exclusivamente a ingestão oral de CBD e THC.&nbsp;

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Como o CBD e o THC da maconha interagem um com o outro?

A nova análise química da liga de bronze do Leão de Veneza mostrou que a escultura se originou na China, com cobre de uma mina no rio Yangtze.

O Leão de Veneza, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127510-veneza-vai-cobrar-taxa-de-entrada-para-turistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">símbolo máximo da cidade italiana</a>, e um grande ícone histórico, cultural e artístico da humanidade, pode ter sido, na verdade, construído na China antiga, especificamente durante a dinastia Tang, de 618 a 907 d.C., considerada a era do ouro cultural do país asiático. O conhecido Leão Alado de São Marcos pode ter sido esculpido em uma liga de bronze, feita de cobre de uma mina da bacia do rio Yangtze.A descoberta foi comprovada em uma análise química dessa liga de cobre e estanho feita por “uma equipe de geólogos, químicos, arqueólogos e historiadores da arte da universidade - juntamente com a Associação Internacional de Estudos Mediterrâneos e Orientais e a Universidade Ca' Foscari de Veneza”, segundo um comunicado da Universidade de Pádua.Embora exista um estudo anterior, de 1980, sugerindo que a famosa escultura teria vindo da Anatólia, na Turquia, as análises precisas da nova pesquisa mostraram dois isótopos de chumbo, variantes do elemento químico, não deixam dúvidas quanto à datação e a origem de onde o cobre foi extraído. Além disso, uma avaliação estilística sugere que a estátua é uma variação de um zhènmùshòu, os “guardiões de tumbas” da dinastia Tang.<h2>O leão chinês e as viagens de Marco Polo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23164418362262.jpg" alt="x"><figcaption>Durante suas viagens, Marco Polo permaneceu 17 anos na China. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A divulgação dos resultados da nova análise foi feita na abertura da conferência internacional sobre Marco Polo, no dia 11 de setembro, que ocorreu durante as comemorações do 700º aniversário da morte do viajante veneziano. Isso não ocorreu por acaso, porque os autores acreditam que há uma conexão entre o Leão de Veneza e o famoso cronista de viagens.<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127109-4-fatos-surpreendentes-sobre-o-explorador-marco-polo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marco Polo nasceu em Veneza por volta de 1254</a> e foi comerciante, aventureiro e viajante, passando grande parte de sua em viagens pelo mundo, registradas no seu famoso diário Viagens de Marco Polo.Quando o explorador voltou à cidade, depois de passar 17 anos na China, o Leão de Veneza já havia sido erguido na Piazzetta de São Marcos. Mas os pesquisadores suspeitam que a estátua possa ter chegado à Itália, provavelmente em pedaços, trazida por Nicolò e Maffeo, pai e tio de Marco Polo, que passaram um tempo na corte mongol em Pequim, entre 1264 e 1266.<h2>Mais pesquisas sobre o Leão de Veneza</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23173029852290.jpg" alt="O Leão de Ouro é também o prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Veneza. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Leão de Ouro é também o prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Veneza. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de o novo estudo ter apresentado algumas provas robustas da origem asiática do Leão de Veneza, e até construído um relato convincente da viagem da escultura, conduzia por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124565-como-veneza-foi-construida-sobre-milhoes-de-estacas-de-madeira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma célebre família de viajantes venezianos</a>, ainda há muito a se pesquisar sobre o famoso monumento."Se a estátua enigmática continuará a esconder alguns de seus segredos, hoje, sob uma nova luz, ela conta um episódio até então desconhecido da grande Rota da Seda, que por milênios uniu os povos da Eurásia oriental ao Mar Adriático" concluem os pesquisadores.

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O famoso Leão de Veneza é, na verdade, "made in China", diz estudo

Pesquisadores descobriram que um componente do veneno do caramujo mortal imita um hormônio humano que regula os níveis de açúcar no sangue.

Estudando <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121576-veneno-de-perigoso-caracol-e-capaz-de-aliviar-dores-intensas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o veneno de um caramujo marinho</a>, considerado o mais mortal do mundo, pesquisadores podem ter encontrado pistas de uma substância capaz de regular os níveis de açúcar no sangue, algo como descobrir o “santo graal” dos diabéticos. Encontrada no predador caracol-cone-geográfico, a substância tóxica é parecida com o hormônio humano somatostatina.<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/trompeteaustraliano-maior-caramujo-do-mundo-tem-quase-1-m-de-comprimento">Trompete-australiano: maior caramujo do mundo tem quase 1 m de comprimento</a></li></ul>Publicado recentemente na revista Nature Communications, o estudo explica como os efeitos típicos da toxina se parecem com as mensagens químicas típicas dos hormônios. Segundo os autores, aquilo que, nos caracóis, ajuda a imobilizar suas presas pode servir para desenhar medicamentos específicos para doenças como o diabetes e outros distúrbios hormonais graves e até fatais.Para a autora sênior do estudo, Helena Safavi-Hemami, professora da Universidade de Utah (The U), "Animais venenosos têm, por meio da evolução, componentes de veneno ajustados para atingir um alvo específico na presa e interrompê-lo", explica a bioquímica em um comunicado de imprensa.<h2>Como age o veneno do caracol-cone-geográfico?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/V0zzti4Ubas" title="Venomous Cone Snails - cool" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Chamada de consomatina, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128576-sera-que-funciona-muco-de-caracol-e-alternativa-na-industria-cosmetica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a toxina do caracol-cone atua</a> como um pedal de freio para alguns processos corporais, da mesma forma que somatostatina faz nos seres humanos. Ela impede a elevação dos níveis de açúcar no sangue (glicose) e de outras moléculas. Só que a consomatina se mostrou bem mais estável e específica do que o hormônio humano.Os pesquisadores mediram, em uma placa de Petri, a ação da consomatina com os mesmos alvos da somatostatina em células humanas. Eles perceberam que a toxina interage com uma das mesmas proteínas que a somatostatina. Só que, enquanto esta interage com várias proteínas, a consomatina influencia apenas uma.Essa seletividade ajustada torna a consomatina mais eficaz do que os medicamentos sintéticos de primeira linha, além de durar muito mais tempo no corpo do que o próprio hormônio humano, com a ajuda de um aminoácido que dificulta sua quebra. Teoricamente, ela poderia se transformar em um remédio ideal e duradouro, mas seus efeitos ainda são pouco conhecidos no organismo humano para uma utilização segura.<h2>Como o veneno se transforma em remédio?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/24/24130020678171.jpg" alt="O caracol cone-geográfico usa sua toxicina em forma de hormônio em uma vítima. (Fonte: Ho Yan Yeung et al.)"><figcaption>O caracol-cone-geográfico usa sua toxina em forma de hormônio em uma vítima. (Fonte: Ho Yan Yeung et al.)</figcaption></figure></figure>Venenos de animais peçonhentos usam normalmente alguns mecanismos moleculares tanto para incapacitar presas como se defender de predadores. A maioria dessas toxinas desliga os sistemas nervoso, locomotor e cardiovascular das vítimas, além de poder causar danos aos tecidos.&nbsp;Por isso, a descoberta de que alguns tipos de caracóis-cone caçam peixes usando "insulinas para induzir choque hipoglicêmico em presas", diz o estudo, pode ser um exemplo diferenciado de toxinas que atuam diretamente na regulação dos níveis de glicose no sangue.&nbsp;Conforme o primeiro autor do artigo, Ho Yan Yeung, também da The U, "Isso significa que pode não haver apenas insulina e toxinas semelhantes à somatostatina no veneno, mas também outras toxinas com propriedades reguladoras da glicose". E justamente <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127518-ozempic-e-outros-5-remedios-derivados-de-veneno-de-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">essas toxinas podem ser usadas para desenvolver novos medicamentes</a> para diabetes.

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Veneno mortal de caramujo marinho pode ajudar diabéticos

Os gemidos metálicos chamados pelos cientistas de "biotwang" foram ouvidos pela primeira vez perto das Fossas Marianas em 2014.

Um dos lugares mais inexplorados da Terra, a Fossa das Marianas, um abismo de 11 mil metros de profundidade localizado no Oceano Pacífico ocidental, tem produzido periodicamente uma espécie de gemido metálico, que os cientistas chamaram de “biotwang”. Embora atribuído a uma baleia-de-barbatana, nunca houve contato visual para confirmar isso.Agora, passados dez anos da primeira gravação de biotwang, feita por planadores subaquáticos, pesquisadores da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) se juntaram a uma equipe do Google que trabalha em uma ferramenta de IA para identificar vocalizações de baleias.Descrita em um artigo publicado recentemente na revista Frontiers in Marine Science, a parceria resultou em uma feliz combinação de dados de pesquisa visual com a acústica coletada no arquipélago das Marianas. Isso levou os cientistas a identificar a emissora do biotwang: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116949-fossil-raro-de-baleia-de-bryde-e-encontrado-na-tailandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei).</a><h2>Biotwang: os sons misteriosos da Fossa das Marianas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23120516077145.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Fossa das Marianas é o ponto mais profundo dos oceanos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O biotwang começa com um som baixo e murmurante reverberando nas profundezas do mar, seguido por um toque metálico agudo, que os pesquisadores compararam aos sons produzidos pelas naves especiais dos filmes Jornada nas Estrelas e Guerra nas Estrelas.Embora tenham ficando completamente confusos sobre o que estava produzindo aquilo, os pesquisadores se manifestaram novamente em 2016, afirmando que a parte "bio" do som havia sido produzida possivelmente por baleias-azuis (Balaenoptera musculus) <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/sexo-entre-baleiasjubarte-machos-e-documentado-pela-primeira-vez-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ou baleias jubarte (Megaptera novaeangliae),</a> mesmo não sendo um chamado de baleia conhecido.<h2>Como os pesquisadores descobriram a origem do ruído misterioso?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23143107770204.jpg" alt="Um acúmulo de baleias-de-bryde nas Marianas em 2016 forneceu a pista definitiva para o biotwang. (Foto: Getty Images/Reproduçao)"><figcaption>Um acúmulo de baleias-de-bryde nas Marianas em 2016 forneceu a pista definitiva para o biotwang. (Foto: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para testar suas hipóteses, os pesquisadores usaram ferramentas de IA para vasculhar mais de 200 mil horas de gravações de sons do oceano. Depois combinaram os ruídos com os padrões de migração das baleias-de-bryde, depois de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112475-video-mostra-a-alimentacao-de-baleias-do-ponto-de-vista-delas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">flagrar nove de dez espécimes emitindo um som parecido com o biotwang</a> perto das ilhas Marianas.Depois que o algoritmo de aprendizado de máquina concluiu a análise das gravações de áudio, os pesquisadores descobriram que o biotwang só era ouvido no noroeste do Pacífico, indicando ser uma população específica de baleias chamando. Mas o que matou definitivamente a charada foi um aumento de ruídos em 2016, quando o El Niño provocou um aumento no número de baleias-de-bryde na área.Até agora os autores não conseguiram descobrir por que essas chamadas têm um som tão bizarro, diz a primeira autora, Ann Allen, à Popular Science. "É possível que elas usem o biotwang como uma chamada de contato, uma espécie de 'Marco Polo' do oceano", compara ela com o jogo pique-pega de piscina onde o caçador grita “Marco”, e os caçados respondem “Polo”.

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Gemido misterioso no local mais fundo do oceano é identificado

O estudo analisou a correlação entre a ingestão de café, chá e cafeína com o risco de multimorbidade cardiometabólica de início recente.

Qualquer pessoa do bem sabe que tomar café todo dia é uma das melhores coisas da vida. Agora, uma equipe de pesquisadores da Suécia e da China descobriu que, além do prazer sensorial, a ingestão habitual da bebida ou outras com cafeína, principalmente moderadamente, “foi associada a um menor risco de multimorbidade cardiometabólica”.Na prática, isso significa que a cafeína consumida todo dia no café ou no chá pode reduzir o risco de duas, ou mais, doenças relacionadas ao coração, de forma especial quando várias xícaras são consumidas por dia.Conforme diversos estudos publicados, ter dois ou mais distúrbios ao mesmo tempo, em vez de só um, pode mais que dobrar o risco de morte. Essas condições incluem hipertensão, acidente vascular cerebral, diabetes ou doença cardíaca coronária. Esses distúrbios cardiometabólicos, afirma o estudo publicado na revista The Journal of Clinical Endocrinology &amp; Metabolism, têm menor chance de se desenvolver em amantes de café e chá.<h2>Como foram identificados os consumidores de café e chá</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/19/19134111861191.jpg" alt="x"><figcaption>Os participantes da pesquisa foram selecionados entre os 500 mil participantes do UK Biobank. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A pesquisa prospectiva usou dados do grande estudo dietético longitudinal UK Biobank, sendo 172.315 participantes para análise de cafeína e 188.091 para análise de chá e café. Nenhum dos indivíduos, entre 37 e 73 anos, tinha qualquer tipo de doença cardiometabólica. A saúde dos participantes foi rastreada por uma média de 11 anos.A definição de multimorbidade cardiometabólica (CM na sigla em inglês) foi definida no estudo como sendo a coexistência de pelo menos duas das seguintes condições: diabetes tipo 2, doença cardíaca coronária e derrame.Já a identificação dos resultados das doenças cardiometabólicas foi feita a partir de condições médicas autorrelatadas pelos próprios participantes, além de dados de cuidados primários, registros de internação hospitalar e atestados de óbitos vinculados ao UK Biobank.<h2>Resultados da pesquisa sobre os benefícios do café, chá e cafeína</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/19/19140254876207.jpg" alt="x"><figcaption>Consumidores moderados de café são os que tomam três doses diárias. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A análise dos dados revelou que, quando comparados aos não consumidores ou consumidores de menos de 100 mg de cafeína por dia, os consumidores de três doses diárias de café (considerados moderados), ou 200 a 300 mg diárias de cafeína, tiveram um risco 48,1% ou 40,7% menor para CM de início recente.Em um comunicado de imprensa, o autor principal do estudo, Chaofu Ke, da Faculdade de Medicina de Suzhou da Universidade Soochow, em Suzhou na China, explicou que “Consumir três xícaras de café, ou 200-300 mg de cafeína, por dia pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver multimorbidade cardiometabólica em indivíduos sem nenhuma doença cardiometabólica”.O estudo vai além e destaca que adotar a ingestão de quantidades moderadas de café ou cafeína como um hábito alimentar por pessoas saudáveis pode prevenir a CM no longo prazo.

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Tomar café ou chá todo dia pode proteger a saúde do seu coração

O Brookesia nofy chamou a atenção dos pesquisadores por habitar um dos locais mais impróprios para uma espécie que se esconde naturalmente.

Uma descoberta surpreendente, mesmo para uma fauna tão exótica quanto a de Madagascar, foi anunciada recentemente. Trata-se do Brookesia nofy, um microcamaleão de 33 milímetros de comprimento, que, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123591-como-os-camaleoes-mudam-de-cor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ao contrário dos seus colegas de gênero</a>, que habitam o chão da floresta tropical, resolveram se aventurar em uma área florestal litorânea, dedicada ao ecoturismo.De acordo com o artigo da pesquisa, publicado na revista ZooTaxa, o bichinho foi encontrado na floresta Ankanin'ny Nofy, daí o seu nome distintivo dentro dessa família de camaleões-anões ou camaleões-folha.A presença de um réptil em extinção em um local badalado e superpovoado de visitantes contribuiu, paradoxalmente, para a sua descoberta. É que as fotos logo viralizaram nas redes sociais, chamando a atenção dos cientistas que correram para tirar o atraso, pois uma espécie ainda desconhecida pela ciência estava posando livremente no Instagram.<h2>Como o microcamaleão foi localizado?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/22/22105537991000.jpg" alt="x. (Fonte: Miguel Vences/Divulgação)"><figcaption>Encontrar um microcamaleão não é um desafio fácil. (Fonte: Miguel Vences/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Em entrevista à&nbsp;IFLScience, Mark D. Scherz, outro caçador de minicamaleões que não participou desta pesquisa, explicou que eles não são fáceis de rastrear. "É preciso muita paciência e olho para isso. Com a prática, pode-se ficar relativamente bom nisso, mas muitas vezes trabalhamos com guias locais que também são <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/40118-8-curiosidades-sobre-os-camaleoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">especialistas em encontrar esses pequenos camaleões</a>".Com “uma cauda relativamente mais curta [do que seu ‘irmão’ B. ramanantsoai], um arranjo diferente de cristas cefálicas e provavelmente tamanho corporal menor e cabeça relativamente maior”, diz o estudo, a nova espécie foi descoberta até com uma relativa facilidade, principalmente levando-se em conta o local improvável que escolheu para viver.<h2>A importância da descoberta do B. nofy</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/22/22105820076001.jpg" alt="x. (Fonte: Zamilane Tours/Divulgação)"><figcaption>Ankanin'ny Nofy, o local escolhido pela B. nofy para viver. (Fonte: Zamilane Tours/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Mesmo extremamente pequeno, o B. nofy não é o menor camaleão do mundo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127923-menor-reptil-do-mundo-pode-ter-sido-descoberto-em-madagascar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">título que pertence ao B. nana</a>, espécie que também acumula um recorde no tamanho de seus órgãos genitais, que chegam a 20% do seu comprimento corporal.Sem nenhuma característica externa notável ou espetacular, o que chamou a atenção na descoberta do B. nofy foi que "o único refúgio seguro aparente para a espécie seja uma floresta privada usada para ecoturismo, enquanto os poucos trechos de floresta natural remanescentes ao seu redor estão, neste momento, sob forte pressão devido&nbsp;à agricultura de corte e queimadas".A escolha de um local tão avesso às características dos camaleões que, literalmente, se escondem para viver, pode, segundo os autores, servir como argumento poderoso para a conservação. A descoberta de uma espécie endêmica inédita em uma área dedicada ao ecoturismo reforça a importância de proteger o que resta desse tipo de floresta em Madagascar, um dos maiores abrigos de biodiversidade do planeta. &nbsp;

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A nova espécie de camaleão com 33 mm de comprimento achada em Madagascar

Um dos corpos encontrados nos sarcófagos de chumbo teve o crânio serrado e permanece desconhecido.

Um mistério que vem intrigando arqueólogos desde que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121295-os-segredos-de-notre-dame-revelados-apos-o-incendio-em-2019.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a icônica Catedral de Notre-Dame queimou em 2019</a> pode ter sido solucionado: a identidade dos corpos enterrados no subsolo do templo, em dois caixões de chumbo, descobertos sob as ruínas do incêndio. Embora sejam ambos muito antigos, estão separados entre si por centenas de anos.Usando equipamentos de proteção individual para se proteger da toxicidade do chumbo, pesquisadores da Universidade de Toulouse abriram com cuidado os dois sarcófagos. Em ambos havia restos mortais de dois homens ricos que tiveram provavelmente problemas de saúde.O trabalho de pesquisa foi facilitado porque o primeiro caixão veio com um epitáfio, onde se lê: “Este é o corpo do Sr. Antoine de La Porte Cônego da Igreja. Falecido em 24 de dezembro de 1710 aos 83 anos. Descanse em paz”.<h2>Identificação do primeiro caixão de chumbo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20171435346128.jpg" alt="Equipe do Hospital Universitário de Toulouse examina o esqueleto desconhecido. (Fonte: Inrap/Divulgação)"><figcaption>Equipe do Hospital Universitário de Toulouse examina o esqueleto desconhecido. (Fonte: Inrap/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A equipe de arqueólogos explicou, em entrevista à Live Science, que De la Porte era um cônego, padre que se dedica às funções mais litúrgicas de uma catedral, e, por isso foi sepultado na área central do transepto, que é <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/4-fatos-surpreendentes-a-respeito-da-catedral-de-notre-dame" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a parte transversal de uma igreja em forma de cruz</a>.&nbsp;Nesse local eram enterrados alguns figurões da igreja, como bispos, abades e beneméritos. Durante sua vida, o religioso foi muito influente e rico, e encomendou várias pinturas que estão atualmente no Museu do Louvre, além de financiar o coro da catedral.O objetivo de enterrar pessoas em caixões de chumbo era ajudar a preservar o corpo, método disponível apenas para os ricos da época. No caso de De La Porte, a coisa não funcionou, pois o caixão não estava intacta, e o corpo se deteriorou bastante, deixando só ossos, cabelos e pedaços de tecido. Os ossos mostraram que ele levava um estilo de vida sedentário, e sofria de gota, uma doença inflamatória.<h2>O mistério do segundo caixão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20165730148121.jpg" alt="Escavação da travessia do transepto, com o caixão"><figcaption>Escavação da travessia do transepto, com o caixão "desconhecido" à esquerda. (Fonte: Inrap/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O ocupante do segundo caixão era possivelmente um aristocrata, entre 25 a 40 anos, e que andava a cavalo, segundo a equipe, pela aparência dos seus ossos pélvicos. A estrutura óssea sugere que ele teve uma doença crônica.&nbsp;O esqueleto mostrou sinais de um crânio deformado, possivelmente por usar alguma faixa na cabeça quando bebê. A parte de cima do crânio estava serrada, uma espécie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112643-perucas-escondiam-segredos-de-nobres-no-seculo-18.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">distinção dada aos nobres do século 16</a>.Uma análise mais acurada levou a equipe a supor que o corpo possa pertencer ao poeta francês Joachim du Bellay, que viveu de 1522 a 1560, era tuberculoso e morreu provavelmente de uma meningite crônica. A hipótese de que o corpo pertence a du Bellay traz um mistério adicional, pois segundo os registros funerários ele teria sido enterrado em uma capela lateral.

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Solucionado o mistério dos caixões de chumbo da catedral de Notre-Dame

O estudo descobriu que a capacidade dos lêmures em considerar múltiplos aspectos de um problema pode explicar a evolução dos seus cérebros primatas.

Uma pesquisa recente sobre a forma como lêmures, os icônicos primatas de Madagascar de olhos redondos, procuram alimento em seu ambiente revelou que, além do olfato, como era de se esperar, eles combinam esses traços de aroma com sua memória espacial e informações sociais, antes de decidir.Segundo a primeira autora do trabalho, Elena Cunningham, professora clínica de patobiologia molecular na Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York, a estratégia "demonstra sua capacidade de considerar vários aspectos de um problema", afirma a antropóloga em um comunicado de imprensa.Em artigo publicado no International Journal of Primatology, os autores explicaram que a combinação do uso dos sentidos e conhecimentos/habilidades pode ter desempenhado um importante papel na evolução dos primatas. Ou seja, a necessidade de processar informações complexas do ambiente e das relações sociais <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116332-primatas-com-cerebros-maiores-nao-sao-mais-inteligentes-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pode ter impulsionado a evolução de cérebros maiores e mais capazes</a>.<h2>Como os lêmures descobriram a comida?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/08/08123036898002.jpg" alt="x. (Fonte: (Fonte: Elena Cunningham/Divulgação)"><figcaption>Na maior parte do tempo, os lêmures usaram seu olfato para achar os melões (Fonte: Elena Cunningham/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para testar suas hipóteses, Cunningham foi até a Fundação para a Conservação dos Lêmures, em Myakka City nos EUA, um dos poucos locais onde há concentrações dos pequenos primatas fora de Madagascar. A equipe se concentrou nos lêmures-marrons (Eulemur spp), <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118030-lemures-sentem-o-cheiro-de-frutas-a-15-metros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animais sociais com um olfato muito aguçado,</a> e apreciador de frutas.&nbsp;Foram estudados 11 grupos de lêmures marrons em cativeiro. Os pesquisadores colocaram seis ou nove recipientes de delivery, 1/3 dos quais com dois pedaços de melão. Foram usados dois cronogramas em cinco testes, que foram repetidos após 1, 2, 4, 5, 7 e 14 dias.Rapidamente, os lêmures aprenderam quais recipientes continham comida, e continuaram se lembrando de sua localização&nbsp;semanas e até meses após o experimento, com uma taxa de aproximação 50% melhor do que o acaso. Ao final, os animais abriram as embalagens com frutas primeiro em 98% do tempo, sugerindo que eles usaram seu olfato para detectar o melão de perto.&nbsp;<h2>Qual a importância do estudo sobre o comportamento dos lêmures?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/oHcVcYwb6v8" title="Brown lemurs at the Lemur Conservation Foundation (Myakka, Florida)" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>A grande sacada da pesquisa foi perceber que mesmo as estratégias individuais dos lêmures para encontrar comida eram influenciadas por interações sociais. Assim, nos grupos igualitários, onde todos têm um status social relativamente semelhante, as informações e o melão eram compartilhados voluntariamente.&nbsp;Já em grupos hierárquicos, onde indivíduos de status mais elevado têm prioridade no acesso a recursos, os dominantes corriam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119397-osso-de-maxilar-de-1-5-mil-anos-revela-lemure-do-tamanho-de-gorila.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para se servir da fruta quando um subordinado a encontrava</a>. Mas, como os subordinados tinham mais probabilidade de achar a fruta, eles espertamente usavam essa "vantagem de descobridor" para comer mais melão.Para Cunningham, o estudo consegue provar que "os lêmures têm memórias de onde a comida está e estão considerando informações olfativas e fatores sociais". E conclui: “Ainda temos muito a aprender sobre como essa interação e a evolução da cognição funcionam, mas é importante olhar para esses fatores não de forma isolada, mas abrangente”.

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Lêmures usam outros fatores, além do cheiro, para encontrar comida

O estudo descobriu que as alegações de longevidade nas Zonas Azuis eram baseadas em falta de registros em cartório ou fraudes da previdência social.

Hoje, muitos idosos do mundo gastam o precioso tempo de suas vidas pesquisando os hábitos dos moradores das cidades de Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Icária (Grécia), Nicoya (Costa Rica) e Loma Linda (EUA). É que esses locais são considerados "Zonas Azuis", regiões do mundo <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/exames-de-sangue-explicam-porque-ha-tantas-pessoas-com-100-anos-no-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde as pessoas vivem mais de 100 anos,</a> e de uma forma mais saudável.&nbsp;Esse poderoso conceito, que já rendeu dezenas de livros de sucesso, e poderosas franquias pelo mundo, foi cunhado pelo jornalista Dan Buettner no início dos anos 2000, na época explorador e bolsista da National Geographic. Depois de uma expedição a Okinawa, no Japão, para investigar os casos de longevidade na ilha, ele decidiu pesquisar outras regiões do mundo com populações supostamente longevas.Após 24 anos de sucesso e inspiração global para idosos e profissionais de saúde do mundo inteiro, as zonas azuis podem estar agora prestes a caducar. É que uma pesquisa de maio, ainda não revista por pares, flagrou erros administrativos e até fraudes previdenciárias escondidos na construção dos conceitos de longevidade das zonas azuis,<h2>O que a nova pesquisa descobriu sobre os habitantes das Zonas Azuis?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20144107225087.jpg" alt="X. (Fonte: Blue Zones/Divulgação)"><figcaption>O teste de certidão de nascimento eliminou 82% dos supercentenários. (Fonte: Blue Zones/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O autor do estudo, Dr. Saul Justin Newman, demógrafo do University College London, começou sua pesquisa pelo mais óbvio: as certidões de nascimento. A primeira descoberta foi que só 18% dos supercentenários tinham o documento. Nos EUA, esse índice é quase zero por cento e, o que é pior, só 10% dos que já morreram tinham certidão de óbito. Com isso entre 69 a 82% dos supercentenários "azularam" da lista.Mas a coisa não parou por aí: em Okinawa, uma revisão do governo japonês de 2010 descobriu que 82% dos supostos centenários já estavam mortos há muito tempo. Nos casos de Sardenha e Ikaria, o escritório de estatísticas Eurostat atualizou registros em 1990, a cidade italiana estava no 51º lugar em expectativa de vida na velhice na Europa, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124886-os-segredos-de-ikaria-a-ilha-onde-um-terco-passa-dos-90-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enquanto os gregos ficaram em 109º</a>.Nas duas cidades, foram detectadas fraudes previdenciárias: na Grécia, mais de 9 mil pessoas com mais de 100 anos que recebiam aposentadoria estavam na realidade mortas. Na Itália, descobriu-se que 30 mil pensionistas "vivos" estavam mortos desde 1997.&nbsp;<h2>Denúncia de velhice fake vale Prêmio IgNobel</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20150230073091.jpg" alt="Dr. Newman (à esquerda) com o seu Prêmio Ig Nobel. (Fonte: Universe College London)"><figcaption>Dr. Newman (à esquerda) com o seu Prêmio Ig Nobel. (Fonte: Universe College London)</figcaption></figure></figure>Pelo seu trabalho sobre as tretas das Zonas Azuis, o Dr. Saul Justin Newman <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/premio-ignobel-conheca-os-vencedores-de-2024" rel="noopener noreferrer" target="_blank">recebeu o Prêmio IgNobel de Demografia,</a> a famosa paródia do Prêmio Nobel, concedido a pesquisas e descobertas científicas que "primeiro fazem as pessoas rirem, e depois pensarem".&nbsp;Em um artigo para a plataforma The Conversation, o cientista resumiu a sua principal conclusão: "O segredo para viver até os 110 anos era: não registre sua morte". Mais IgNobel impossível.

Jorge Marin