Descubra a história fascinante do autopolo, um esporte perigoso e emocionante que envolvia carros em vez de cavalos.

O autopolo, ou polo automotivo, foi uma criação peculiar que surgiu nos Estados Unidos no início do século XX. Inicialmente pensado como uma estratégia de marketing para impulsionar as vendas de carros, o autopolo rapidamente se tornou um <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/42096-5-esportes-antigos-extremamente-perigosos-e-violentos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esporte</a> popular em feiras, exposições e instalações esportivas tanto nos EUA quanto na Europa.Porém, sua popularidade foi efêmera, sendo eclipsada por preocupações com segurança e custos exorbitantes de danos aos veículos e lesões aos jogadores.<h2>Origens e popularidade inicial</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/19/19190242447002.jpg" alt="Jogo de autopolo. (Fonte: Collier's Magazine / Wikimedia Commons)"><figcaption>Jogo de autopolo. (Fonte: Collier's Magazine / Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O autopolo nasceu da mente visionária de Ralph "Pappy" Hankinson, um revendedor de automóveis Ford de Topeka, Kansas, em 1911. Hankinson viu no esporte uma oportunidade única de promover os carros <a href="https://www.megacurioso.com.br/recordes/85454-15-recordes-mundiais-com-a-ford-no-guinness-2016.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Modelo T</a> e atrair a atenção do público. Sua visão não era apenas vender carros; era criar um espetáculo, uma experiência emocionante que cativaria o público e deixaria uma impressão duradoura.O primeiro jogo registrado ocorreu em Wichita, em 1912, testemunhado por uma multidão de 5 mil pessoas. O autopolo rapidamente se tornou uma sensação, com partidas regulares acontecendo em todo o país. Em Nova York e Chicago, os jogos eram eventos noturnos, atraindo multidões ávidas por adrenalina e entretenimento.A rápida disseminação internacional do esporte, com exposições em locais tão diversos quanto Manila, destacou seu apelo global e sua capacidade de transcender fronteiras culturais e geográficas.<h2>Riscos e queda do interesse do público</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/19/19190537390003.jpg" alt="Acontecia muitos acidentes durante o autopolo. (Fonte: The Library of Congress / Wikimedia Commons)"><figcaption>Aconteciam muitos acidentes durante as partidas de autopolo. (Fonte: The Library of Congress / Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O autopolo, apesar de sua inicial popularidade emocionante, enfrentou desafios significativos que comprometeram sua viabilidade a longo prazo, principalmente relacionados à segurança. As frequentes colisões entre os carros, mesmo com esforços para melhorar a segurança dos jogadores, elevaram os riscos a níveis alarmantes, resultando em acidentes espetaculares e danos materiais significativos.Além disso, os crescentes custos associados à substituição dos veículos danificados, somados às preocupações com a segurança dos jogadores e à falta de seguros adequados para cobrir os custos médicos, contribuíram para o declínio do interesse público no esporte.Consequentemente, até o final dos anos 1920, o autopolo perdeu sua popularidade anterior, com as multidões diminuindo nas arenas esportivas. Gradualmente, a prática desapareceu do cenário esportivo, deixando para trás memórias de uma emocionante, porém perigosa, era.Embora tenha sido uma curiosidade fascinante do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/106582-os-padroes-mudam-veja-como-eram-os-fortoes-do-inicio-no-seculo-20.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">início do século XX</a>, o autopolo permanece como um lembrete das excentricidades da era automotiva emergente. Sua mistura de emoção e perigo capturou a imaginação das pessoas por um breve momento na história, mas sua passagem também serve como um lembrete dos limites entre entretenimento e segurança.Embora tenha desaparecido dos campos de jogo, sua memória permanece como um testemunho da busca humana por emoção e aventura, mesmo que às vezes às custas da prudência.

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Autopolo: o esporte motorizado e mortal do início do século XX

A humanidade tem uma longa história de competições e desafios, em uma busca cada vez mais incessante de superar seus próprios limites.

Não faltam registros na história da humanidade de comunidades e civilizações que criaram competições para testar seus próprios limites – e superá-los, preferencialmente. Trata-se de um elemento intrínseco às pessoas, que perpassa os antigos gregos, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/4-fatos-controversos-que-moldaram-a-historia-dos-jogos-olimpicos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos Olímpicos</a> modernos e chega às inúmeras competições que surgem a cada ano.Por diferentes razões, os seres humanos buscam na natureza desafios e testes físicos extremos, que vão de escalar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/ainda-existem-montanhas-sendo-formadas-atualmente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">montanhas</a> íngremes à umidade excessiva da floresta amazônica. Ultrapassar marcas e vencer adversários é tanto um objetivo esportivo, quanto um estilo de vida para perfis aventureiros.<h2>1. Race Across America</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16152631073162.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>A RAAM é uma das corridas ciclísticas mais tradicionais do mundo. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma das mais duras competições ciclísticas do mundo, a Race Across America (RAAM) é disputada anualmente nos Estados Unidos durante o mês de junho. Nela, competidores percorrem pouco mais de 4 mil quilômetros desde a Costa Oeste até a Costa Leste do país, cruzando 12 estados entre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119907-a-grande-guerra-dos-ovos-causou-quase-uma-extincao-na-california.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Califórnia</a> e Maryland.A competição, aberta tanto para amadores quanto para profissionais, é uma disputa que pode ser feita solo ou em equipes de duas, quatro e até oito pessoas, que devem percorrer a distância em no máximo 12 dias, sem descanso. Diferente de outras corridas do gênero, a Race Across America não é dividida em etapas, mas uma competição contra o relógio. A dificuldade é tamanha que, a cada ano, cerca de metade dos inscritos desiste da RAAM por exaustão ou outros problemas.<h2>2. Ramsay's Round</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16152754120163.jpg" alt="(Fonte: Ramsay's Round/Reprodução)"><figcaption>Charlie Ramsay batizou sua trilha após completar todos os munros de Fort William. (Fonte: Ramsay's Round / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Ramsay's Round surgiu como um desafio após Charlie Ramsay, um corredor em estado semi-delirante, percorrer as encostas de Ben Nevis pouco antes do meio-dia de 9 de julho de 1978. Naquele dia, Ramsay se tornou o primeiro atleta a completar a subida de todos os munros de Fort William em tempo menor que o limite, de 24 horas.Munro é como são chamadas as montanhas com altura superior a 900 metros na Escócia. O objetivo é escalar o maior número possível deles nas 24 horas. Ramsay idealizou uma rota própria que se tornou um clássico entre as corridas de resistência. Ele percorreu uma distância de 90 quilômetro, que envolveu escalar quase 9 mil metros, equivalente à altura do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122378-5-fatos-espetaculares-sobre-o-monte-everest.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Everest</a>.<h2>3. Iditarod Trail</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16154007382166.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Competição presta homenagem a evento histórico do Alasca. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Iditarod Trail (trilha Iditarod, em português) é uma prova que envolve seres humanos e animais, e é percorrida anualmente no Alasca. A cada nova edição, cães presos a trenós percorrem 1600 quilômetros pela natureza selvagem do local, em meio a nevascas e temperaturas que ultrapassam os 50 graus negativos.Ela é uma forma de homenagem aos competidores da Grande Corrida da Misericórdia, que, no ano de 1925, percorreram mais de mil quilômetros em trenós puxados por cães transportando remédios para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119305-em-1899-foi-criado-um-centro-de-desinfeccao-de-pessoas-em-londres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">difteria</a> até a cidade de Nome, que vivia uma epidemia àquela época. A versão moderna ocorre desde 1973, com 50 competidores.<h2>4. Jungle Ultra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16154503546175.jpg" alt="(Fonte: Beyond The Ultimate/Reprodução)"><figcaption>Depois de ocorrer no Brasil, a Jungle Ultra leva competidores à Amazônia peruana. (Fonte: Beyond The Ultimate / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por um período, a Jungle Ultra foi conhecida como a "maratona da selva". Em meio à floresta amazônica brasileira, inúmeros corredores tinham que vencer uma distância de 250 quilômetros, que se tornava ainda pior somada aos 40 °C e à umidade altíssima, exigindo o máximo do organismo dos competidores.Ainda ocorrendo na Amazônia, porém no lado peruano, a competição envolve um percurso que atravessa pântanos, rios, descidas íngremes e trilhas estreitas, além de subidas angustiantes. Cerca de 25% dos inscritos desistem antes do fim.<h2>5. Marathon des Sables</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16154755790180.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Competidores devem levar alimentos, bebidas e suprimentos no deserto marroquino. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Maratona des Sable se passa no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123759-franca-x-marrocos-como-a-historia-ja-viu-esse-embate.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marrocos</a>, em meio à areia quente do deserto. Realizada desde o ano de 1986, é uma ultramaratona que exige dos corredores muita energia para superar 250 quilômetros durante seis dias. Se suportar os 40 °C do Saara marroquino não fossem suficientes, os competidores devem carregar consigo alimentos, água e demais suprimentos.Considerada um desafio físico e mental, a Maratona des Sables já vivenciou casos de atletas que se perderam no deserto, entre eles o pentatleta olímpico Mauro Prosperi, que desapareceu por 10 dias até ser encontrado 300 quilômetros longe da rota e com 18 quilos a menos.

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As 5 competições físicas mais difíceis do planeta

No passado, vários esportes bizarros estiveram presentes nas Olimpíadas.

Os Jogos Olímpicos são um momento histórico de celebração entre os países, mas também de muita competição entre esportistas de alta performance. Quando você pensa no evento, é provável que lembre de esportes bem conhecidos, como vôlei, corrida, basquete e natação.Contudo, os jogos já contemplaram uma gama muito maior de modalidades deixadas de lado com o tempo. Hoje, parece até difícil de acreditar com algum desses esportes já existiram um dia.<h2>1. Corrida de bigas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/15/15145138007196.jpg" alt="As corridas de bigas fazem parte da fundação das Olimpíadas. (Fonte: Wikipedia/ Reprodução)"><figcaption>As corridas de bigas fazem parte da fundação das Olimpíadas. (Fonte: Wikipedia/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A biga é uma carroça de duas rodas, movida por dois cavalos, usada na Antiguidade como carro de combate. As corridas realizadas com elas foram encaradas como um dos primeiros eventos a fundar os Jogos Olímpicos na Grécia.Era um esporte muito popular, que era praticado em coliseus projetados justamente para isso. As carruagens tinham de 2 a 4 cavalos que davam 12 voltas na pista do estádio. Os esportistas vencedores eram também homenageados com poemas e estátuas.<h2>2. Pancrácio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/15/15145412144198.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)"><figcaption>O pancrácio era uma modalidade marcial extremamente brutal. (Fonte: Wikipedia/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/110438-atleta-russa-morre-durante-o-banho-ao-usar-iphone-que-estava-na-tomada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pancrácio</a> era uma antiga arte marcial de combate sem armas, misturando boxe clássico e luta olímpica. Os lutadores usam técnicas que incluem socos, chutes, estrangulamentos e até cabeçadas. Segundo a mitologia grega, os heróis Héracles e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117888-wandavision-entenda-o-paradoxo-do-navio-de-teseu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Teseu</a> seriam praticantes dela.Era realmente uma demonstração de masculinidade brutal, cuja única regra era "não morder nem arrancar". Não por acaso, os lutadores não usavam nem bandagens nas mãos: a ideia é que fosse um espetáculo bem sangrento.<h2>3. Cabo de guerra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/15/15151158568205.jpeg" alt="O cabo de guerra foi uma competição olímpica até 1920. (Fonte: Wikipedia/ Reprodução)"><figcaption>O cabo de guerra foi uma competição olímpica até 1920. (Fonte: Wikipedia/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Conhecido como uma brincadeira de criança, o famoso <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/104535-o-que-aconteceria-se-brincassemos-de-cabo-de-guerra-no-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cabo de guerra</a> foi uma competição nos Jogos Olímpicos entre 1900 e 1920. Não era incomum que os países inscrevessem mais de uma equipe.&nbsp;Pelas regras internacionais, cada equipe precisava ter oito integrantes, que ficavam em linha reta ao longo de um cabo de 10 cm de diâmetro. A disputa era realizada com dois times que tinham que puxar a corda e tentar derrubar o time oponente.A última competição olímpica de cabo de guerra ocorreu em 1920 na Antuérpia e deu a vitória para uma equipe formada por policiais de Londres.<h2>4. Tiro ao pombo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/15/15151855369215.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)"><figcaption>Em 1900, era permitido matar pombos com tiros nas Olimpíadas. (Fonte: Wikipedia/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Hoje é até difícil de acreditar, mas o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128014-conheca-cher-ami-o-heroico-pombo-correio-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tiro ao pombo</a> foi um esporte olímpico. O objetivo entre os competidores desse esporte era, obviamente, abater o maior número de pombos no ar.Contudo, o caráter bárbaro da competição foi se evidenciando à medida que as aves eram mortas e o campo ficava cheio de sangue e penas. Mas em 1900, o vencedor foi Leon de Lunden, da Bélgica. Ele conseguiu matar 21 das 300 aves. Uma curiosidade triste: essa foi a única vez que um animal foi morto de propósito durante os Jogos Olímpicos.<h2>5. Competições artísticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/15/15152822738220.jpg" alt="(Fonte: World History/ Reprodução)"><figcaption>No passado, artistas disputaram medalhas nas Olimpíadas. (Fonte: World History/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Entre os jogos de Estocolmo de 1912 e de Londres em 1948, tivemos sete edições das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/4-fatos-controversos-que-moldaram-a-historia-dos-jogos-olimpicos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Olimpíadas</a> em que artistas competiram por medalhas em cinco modalidades: arquitetura, literatura, música, pintura e escultura. Todos os atletas faziam obras inspiradas no esporte.A ideia desse tipo de competição veio do barão francês Pierre de Coubertin, mas nunca empolgou muito e acabou por fim abandonada. Nenhum artista de renome mundial foi campeão olímpico nas artes, mas a categoria contou com jurados importantes, como a sueca Selma Lagerlöf, primeira mulher laureada com o Nobel de Literatura, e o músico russo Igor Stravinsky.

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5 esportes que foram excluídos das Olimpíadas

Também chamado de "O Anjo Francês", Tillet fez sucesso na luta livre na década de 1940.

Esportes são incríveis e megacuriosos e esta é uma série de matérias do Mega Curioso que conta histórias sensacionais sobre as mais diversas práticas esportivas, do popular futebol, passando por esportes históricos, até os mais desconhecidos da atualidade. Confira no fim desta matéria outras histórias incríveis sobre esportes curiosos!***Personagem marcante do universo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116928-gato-de-botas-de-shrek-da-vida-real-viraliza-na-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animação</a>, Shrek aparentemente teve a sua aparência inspirada por um lutador que fez fama na década de 1940, embora os responsáveis pela franquia nunca tenham confirmado. Estamos falando de Maurice Tillet, cuja compleição se assemelha à do ogro das telonas.Nascido em 1903 na Rússia, ele foi morar na França, terra de seus pais, após a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117620-revolucao-russa-fatos-mais-marcantes-do-periodo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Russa</a>. Com 17 anos, o jovem começou a apresentar inchaço nas mãos, pés e cabeça, entre outras partes do corpo, e o diagnóstico foi de acromegalia, distúrbio que leva a glândula pituitária a produzir o hormônio do crescimento em excesso.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16164002295232.jpg" alt="A aparência de Tillet é familiar aos fãs da animação. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>A aparência de Tillet é familiar para os fãs da animação. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Essa condição foi a responsável por gerar uma mudança drástica na sua aparência física, incluindo mãos enormes e cabeça com quase o dobro do tamanho de uma pessoa saudável. A transformação no visual fez com que Tillet ficasse receoso em ter sucesso na vida.O “Shrek da vida real” se formou em Direito mas não seguiu a profissão, preferindo se alistar à Marinha francesa onde serviu durante cinco anos. Depois disso, tentou trabalhar como ator, mas não durou muito na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/8-recordes-mundiais-do-guinness-conquistados-por-filmes-famosos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indústria cinematográfica</a>. Sua vida mudou, definitivamente, ao conhecer o lutador lituano Karl Pojello.<h2>Carreira na luta livre</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16164130715234.jpg" alt="O lutador era chamado de "><figcaption>O lutador era chamado de "O Anjo Francês". (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Acreditando que transformaria Maurice Tillet em uma celebridade do wrestling, devido à sua aparência, Pojello passou a treiná-lo, com o iniciante recebendo o apelido de “The Angel French” (“O Anjo Francês”, em tradução livre). Morando nos Estados Unidos, em 1940, ele chamou a atenção do promotor de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118754-luta-livre-com-polvos-o-bizarro-esporte-da-decada-de-1960.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">luta livre</a> Paul Bowser.Como atraía multidões de curiosos para os eventos, o lutador foi contratado e alcançou uma longa sequência de invencibilidade, conquistando o título de campeão mundial na categoria pesos pesados, naquele mesmo ano. O Anjo Francês ganhou mais um título, em 1942, dessa vez no Canadá, e seguia imparável nos ringues.Mas com o sucesso, inúmeros imitadores começaram a surgir, um deles também com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121165-mary-ann-bevan-a-tragica-historia-da-mulher-mais-feia-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acromegalia</a>, e Tillet passou a ser chamado de “O homem mais feio do wrestling”. Por volta de 1945, sua saúde começou a ficar debilitada devido ao distúrbio e o desempenho não foi mais o mesmo.<h2>Fim melancólico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16163823317231.jpg" alt="O Shrek da vida real morreu em 1954. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>O Shrek da vida real morreu em 1954. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Mesmo sem o vigor de antes, o homem que inspirou o Shrek seguiu lutando, tendo aparecido no ringue pela última vez em 1953, quando foi derrotado pelo inglês Bartolomeo Assirati. Um ano depois, o treinador Pojello faleceu e a&nbsp;notícia da perda do amigo piorou a saúde do Anjo Francês.Poucos dias depois, Maurice Tillet teve um <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125274-o-que-acontece-no-corpo-durante-um-ataque-cardiaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataque cardíaco</a> e morreu. Os parceiros foram enterrados lado a lado no Cemitério Nacional da Lituânia em Justice, no estado de Illinois (EUA).***Confira outras histórias incríveis sobre esportes aqui no Mega Curioso:<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/o-jogo-de-futebol-mais-bizarro-da-historia-a-epopeia-por-gols-contra-de-barbados-x-granada">O jogo de futebol mais bizarro da história: a epopeia por gols contra de Barbados x Granada</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/4-esportes-antigos-que-ja-fizeram-parte-das-olimpiadas">4 esportes antigos que já fizeram parte das Olimpíadas</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/4-atletas-olimpicos-que-provaram-que-idade-e-so-um-detalhe">4 atletas olímpicos que provaram que idade é só um detalhe</a></li></ul>

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Maurice Tillet: a história do homem que teria inspirado a criação de Shrek

Em jogo válido pela Copa do Caribe, em 1994, as duas seleções protagonizaram um jogo mais estranho que o 7 x 1 de Brasil e Alemanha. 

Esportes são incríveis e megacuriosos e esta é uma série de matérias do Mega Curioso que conta histórias sensacionais sobre as mais diversas práticas esportivas, do popular futebol, passando por esportes históricos, até os mais desconhecidos da atualidade. Confira no fim desta matéria outras histórias incríveis sobre esportes curiosos!***Aqui no Brasil, há um famoso ditado que diz que "o futebol é uma caixinha de surpresas". E <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127504-jogo-de-futebol-iniciou-uma-guerra-entre-honduras-e-el-salvador.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o futebol</a> é, de fato, um esporte com histórias incríveis, sendo algumas, às vezes, bastante bizarras. Mas a história mais louca aconteceu em um confronto entre as seleções de Barbados e Granada, durante a Copa do Caribe de 1994.O torneio, organizado pela União Caribenha de Futebol, tinha suas próprias peculiaridades. Com equipes não tão tradicionais e um sistema de classificação complexo, cada partida era crucial.&nbsp;Além disso, nenhum jogo poderia terminar empatado. Caso isso ocorresse, o jogo iria para uma prorrogação com duração de 30 minutos. E essa prorrogação ainda tinha uma regra bizarra, como logo você vai descobrir.&nbsp;Foi nesse cenário que as duas seleções se enfrentaram em um confronto que entraria para a história.<h2 style="text-align:justify;">Estratégia ousada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/14/14104151369087.jpg" alt="Jogador de Barbados chuta contra o próprio gol. (Fonte: Nubecielo, YouTube/ Reprodução)"><figcaption>Jogador de Barbados chuta contra o próprio gol. (Fonte: Nubecielo, YouTube / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No final da fase de grupos, Barbados precisava de uma vitória por dois gols de diferença contra Granada para avançar para a próxima fase. Parecia uma tarefa difícil, mas Barbados conseguiu marcar dois gols e estava prestes a garantir a classificação. No entanto, faltando cerca de 10 minutos para <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123682-5-paises-que-ja-disputaram-a-copa-do-mundo-e-nao-existem-mais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acabar o jogo</a>, Granada marcou um gol, colocando em risco a esperança de Barbados.Foi então que Kevin Millard, o técnico de Barbados, teve uma ideia ousada. Ele percebeu uma brecha nas regras do torneio: se o jogo terminasse empatado, iria para a prorrogação, onde um gol valeria por dois. É isso mesmo que você leu.De acordo com o regulamento, caso a partida fosse para a prorrogação, o gol valeria em dobro. Dessa forma, se, por exemplo, o placar ao final do tempo regulamentar fosse 0 x 0, o time que marcasse na prorrogação venceria por 2 x 0.&nbsp;Para completar, ainda havia o controverso Golden Gol (Gol de Ouro, em português), que era literalmente "quem fizer o primeiro gol, vence".&nbsp;Seguindo essa lógica, Millard pensou que, se o jogo fosse para a prorrogação e eles marcassem o gol, venceriam por 4 x 2, conseguindo assim a tão sonhada classificação.Com isso em mente, o técnico ordenou que sua equipe fizesse um gol contra. Assim, Barbados fez o gol e deixou o placar em 2 x 2, o que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107905-national-geographic-traz-fotos-que-mostram-o-amor-pelo-futebol-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transformou o jogo numa loucura</a>.<h2 style="text-align:justify;">Momento caótico</h2><iframe width="1032" height="590" src="https://www.youtube.com/embed/JZlqfhLwBnE" title="Shell Cup 1994: Barbados vs. Grenada" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>O que se seguiu foi um verdadeiro caos. Granada percebeu a estratégia de Barbados e também começou a atacar o próprio gol, numa tentativa desesperada de evitar a prorrogação. Enquanto isso, os jogadores de Barbados se dividiram entre defender sua própria meta e a meta de Granada, criando uma cena surreal e hilária.No final, Barbados conseguiu levar o jogo para a prorrogação, onde marcou o gol decisivo, garantindo assim sua vaga na próxima fase.&nbsp;A estratégia astuta de Barbados deixou Granada perplexa e indignada, com seu técnico descrevendo a situação como um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123497-7-paises-que-foram-proibidos-de-jogar-a-copa-do-mundo-da-fifa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">verdadeiro absurdo</a>, uma insanidade por parte de quem criou aquele regulamento.O que torna esse jogo tão especial é a combinação de elementos improváveis: as regras excêntricas do torneio, a astúcia tática (e um pouco antiética) de um técnico e o caos que se seguiu em campo.&nbsp;Para Barbados, essa partida não será esquecida tão cedo, garantindo seu lugar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122790-fuga-para-a-vitoria-a-vez-em-que-pele-quebrou-o-dedo-de-stallone.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">história do esporte</a> como protagonista do jogo mais bizarro já visto nos gramados.***Confira outras histórias incríveis sobre esportes curiosos:<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/maurice-tillet-a-historia-do-homem-que-teria-inspirado-a-criacao-de-shrek">Maurice Tillet: a história do homem que teria inspirado a criação de Shrek</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/4-esportes-antigos-que-ja-fizeram-parte-das-olimpiadas">4 esportes antigos que já fizeram parte das Olimpíadas</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/4-atletas-olimpicos-que-provaram-que-idade-e-so-um-detalhe">4 atletas olímpicos que provaram que idade é só um detalhe</a></li></ul>

O jogo de futebol mais bizarro da história: a epopeia por gols contra de Barbados x Granada

Novos estudos tentam explicar os segredos pelas variadas velocidades atingidas pelos seres humanos em uma corrida.

Correr rápido — de verdade — não é exatamente algo que qualquer ser humano saiba como fazer bem. Porém, existe um nome específico que sabe como fazer isso muito melhor do que todos: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109100-usain-bolt-e-o-homem-mais-rapido-do-mundo-mesmo-em-gravidade-zero.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Usain Bolt</a>. O velocista jamaicano passou muito tempo sendo o humano mais rápido do mundo, chegando a velocidades de 37,57 km/h em uma corrida de 100 metros.Esses números não apenas são extraordinários, como dificilmente podem ser alcançados até mesmo por outros corredores na Terra. Essa é basicamente a velocidade de um carro numa zona limitada no centro da cidade, já imaginou? Mas qual o motivo de certos indivíduos serem muito mais rápidos do que os outros? Para sanar essa dúvida, cientistas foram atrás de respostas.<h2>Explicações variadas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/08/08115543395133.jpg" alt="Fatores genéticos determinam tipos de músculos predominantes em nosso corpo, o que impacta na velocidade de corrida. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fatores genéticos determinam tipos de músculos predominantes em nosso corpo, o que impacta na velocidade de corrida. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Como você pode imaginar, existem diversos motivos pelos quais uma pessoa consegue ser mais rápida do que as demais. Obviamente, a genética é um fator primordial nesse sentido, mas pesquisadores garantem que escolhas pessoais ao longo da vida e experiências também influenciam nesse processo.O primeiro fator que mexe com a sua capacidade de correr rápido é a estrutura corporal, incluindo como seus músculos funcionam. Em geral, o corpo humano possui 600 <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127619-qual-e-o-maior-e-o-menor-musculo-do-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">músculos</a> que trabalham em conjunto para realizarmos atividades — permitindo que os humanos possam se mover em diferentes direções e velocidades variadas.Porém, esses músculos são divididos em dois tipos de grupos de fibra: contração rápida e contração lenta. As fibras musculares de contração rápida são maiores e ajudam o corpo a se mover rapidamente e a gerar força significativa. Por isso, é comum que velocistas tenham uma abundância de fibras desse gênero.No entanto, esse também é o tipo de fibra que se cansa rapidamente, o que limita o tempo que você consegue <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106691-16-coisas-que-nao-te-falam-sobre-correr-mas-que-voce-deveria-saber.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">correr</a> em velocidade máxima. Já as fibras de contração lenta são menores e nos ajudam a correr em velocidades menores, mas com maior resistência. Corredores de longa distância e ciclistas competitivos tem mais desses músculos.&nbsp;<h2>Genética e mental</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/08/08115628669137.jpg" alt="Treinamento contínuo e técnicas aprimoradas podem melhorar o desempenho na corrida, dizem estudos. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Treinamento contínuo e técnicas aprimoradas podem melhorar o desempenho na corrida, dizem estudos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A quantidade de cada tipo de fibra muscular que temos é algo determinado exclusivamente por nossos genes. Portanto, cada pessoa precisa trabalhar com o que tem para melhorar a sua mobilidade. Contudo, é preciso destacar que a capacidade física de um humano não envolve apenas seus músculos.No fim das contas, nossos músculos esqueléticos são controlados pelos nossos cérebros. Nesse sentido, uma pessoa pode ensinar seu corpo a usar as melhores técnicas possíveis de corrida para aumentar seu desempenho. Fatores como postura adequada e passada econômica também são determinantes.Quanto mais uma pessoa pratica uma atividade, é comum que ela tenha uma curva de aprendizado e se torne cada vez melhor. A genética evidentemente pode ser uma barreira em termos de potencial máximo, mas isso não significa que não existem coisas que você possa melhorar para atingir seu potencial máximo.

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Por que algumas pessoas correm mais rápido que outras?

Competição teve origem em tradição do povo Rapa Nui, da ilha de Páscoa, para decidir quem seria o rei.

Na remota e deslumbrante ilha de Páscoa, no Chile, um cenário de beleza natural deslumbrante serve como palco para uma das competições mais emblemáticas e desafiadoras do mundo: o Triatlo Tau'a Rapa Nui.A competição, que evoluiu das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118985-dutrou-bornier-o-colono-que-destruiu-a-historia-da-ilha-de-pascoa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antigas tradições da ilha</a>, é uma celebração profunda das raízes culturais e da resiliência do povo Rapa Nui, bem como uma oportunidade para os participantes testarem suas habilidades físicas em um cenário deslumbrante e desafiador.<h2>Quem é o rei?</h2>A competição teve suas raízes na antiga tradição da corrida histórica conhecida como Birdman, que era realizada na Ilha de Páscoa até 1866. No evento, os competidores desciam os penhascos da ilha, enfrentavam as águas infestadas de tubarões e escalavam rochas em busca do primeiro ovo posto pela andorinha-do-mar migratória.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124940-conheca-o-mel-mais-puro-do-mundo-feito-na-ilha-de-pascoa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça o mel mais puro do mundo, feito na Ilha de Páscoa</a></li></ul>Este ovo, uma vez recuperado intacto e trazido de volta ao topo da ilha, garantia ao líder tribal o direito de se tornar rei no ano seguinte. No entanto, com a chegada da incursão estrangeira, doenças importadas e conflitos internos, o Birdman chegou ao fim em 1866.O desejo dos ilhéus de preservar suas tradições e honrar suas raízes culturais permaneceu vivo. Assim, em 1995, durante as celebrações do Tapati, os habitantes locais decidiram recriar uma versão moderna e menos perigosa do Birdman, dando origem ao Triatlo Tau'a Rapa Nui.<h2>Remando nas águas do vulcão Rano Raraku</h2><figure class="image image_resized" style="width:75%;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/04/29/29163428421042.jpg" alt="273365098_901711300493933_4154491995904023283_n.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/04/29/29163428421043.jpg 156w,https://mega.ibxk.com.br/2024/04/29/29163428483044.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/04/29/29163428483045.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/04/29/29163428561046.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>Competição relembra tradições do povo Rapa Nui na Ilha de Páscoa. (Fonte: Haretavana / Divulgação)</figcaption></figure>Os competidores iniciam sua jornada adentrando as águas calmas e azul-turquesa da cratera do vulcão adormecido Rano Raraku. O local é sagrado para o povo Rapa Nui, pois está cercado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/126789-a-verdade-por-tras-das-misteriosas-estatuas-da-ilha-de-pascoa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estátuas de pedra Moai</a> que adornam as margens, testemunhas silenciosas de séculos de história e tradição.Em suas canoas de junco habilmente construídas, eles enfrentam os desafios da navegação enquanto remam para completar os 400 metros da primeira etapa do triatlo. Os competidores devem enfrentar as correntes e os ventos que podem surgir repentinamente, exigindo ajustes constantes em suas técnicas de remo.A competição não se trata apenas de força física, mas também de habilidade e resistência, enquanto os remadores enfrentam as águas tranquilas e as brisas suaves que sopram pela cratera vulcânica.<h2>Correndo descalço com cachos de bananas</h2>Após a intensa sessão de remo nas águas sagradas do vulcão Rano Raraku, os competidores desembarcam de suas canoas de junco e se preparam para enfrentar uma corrida descalços pela costa acidentada da Ilha de Páscoa.Com cachos de bananas em seus ombros, eles iniciam os 1.500 metros de trajeto, sendo os últimos 1.000 metros realizados com um peso adicional de aproximadamente 20 quilos de bananas.<h2>Nadando entre boias artesanais</h2>A terceira e última etapa do Triatlo Tau'a Rapa Nui mergulha os competidores de volta às águas, mas desta vez para uma corrida de natação entre boias artesanais para percorrer os 400 metros finais da competição.À medida que os nadadores cruzam a linha de chegada, eles são recebidos com celebração e aclamação, não apenas por sua conquista pessoal, mas também por sua dedicação em honrar as tradições e o espírito do povo Rapa Nui.

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Triatlo dentro de vulcão mistura esporte e tradição no Chile

Explore conosco as curiosidades por trás dos esportes olímpicos e descubra termos divertidos que dão cor e vivacidade aos bastidores das competições.

A cada edição, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/9-esportes-que-fazem-parte-das-olimpiadas-e-voce-provavelmente-nao-sabia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos Olímpicos</a> nos proporcionam momentos emocionantes de competição e nos convidam a explorar diferentes modalidades esportivas. Nesse cenário, conhecemos muitas gírias e termos usados nos esportes que não são apenas linguagem técnica, mas também refletem a cultura, a criatividade e o humor presentes nas Olimpíadas.Conheça seis expressões curiosas que revelam um lado divertido e intrigante dos bastidores das competições.<h2>1. Pneu</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11210757422005.jpg" alt="Tenista durante uma partida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Tenista durante uma partida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121457-tenis-como-o-esporte-considerado-da-elite-social-mudou-a-moda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">No mundo do tênis</a>, quando um jogador vence um set por 6-0, ele conquista um "pneu", uma referência à forma redonda do zero. Além disso, há uma variação dessa expressão conhecida como "bicicleta", que ocorre quando um jogador vence dois sets consecutivos por 6-0. Nesse caso, o jogador não apenas "dá um pneu" no oponente, mas aplica uma "bicicleta", destacando ainda mais a dominância na partida. Essas gírias são usadas para enfatizar a superioridade do vencedor e a falta de resistência do oponente.<h2>2. Pé murcho</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11210852744006.jpg" alt="Um jogador de futebol chutando uma bola. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Um jogador de futebol chutando uma bola. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>No futebol, "pé murcho" é uma expressão usada para descrever um jogador cujo rendimento está abaixo do seu potencial esperado durante uma partida. Isso pode incluir falhas na execução de jogadas, falta de intensidade ou contribuição insuficiente para o desempenho da equipe.<h2>3. Lavadeira</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11211549745007.jpg" alt="Cesta de basquete. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Cesta de basquete. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>No basquete, a "lavadeira" descreve um tipo específico de arremesso, conhecido como "underhand free throw" em inglês, em que o jogador lança a bola do meio das pernas, de baixo para cima, durante uma tentativa de lance livre. Apesar de não ser tão comum quanto o arremesso tradicional por cima, a "lavadeira" é uma técnica alternativa que alguns jogadores adotam devido à sua potencial eficácia.<h2>4. Bola morta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11211804736010.jpg" alt="Partida de tênis de mesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Partida de tênis de mesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>No tênis de mesa, a "bola morta" é uma expressão que descreve uma bola com pouco ou nenhum efeito. Quando a bola é golpeada com pouca rotação ou sem nenhum efeito, ela é considerada "morta" porque não apresenta desvio significativo em sua trajetória. Esse tipo de bola pode ser mais previsível para o jogador receptor e, portanto, pode exigir ajustes rápidos na técnica para ser jogada corretamente.<h2>5. China</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11211914015011.jpg" alt="Partida de voleibol feminino. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Partida de voleibol feminino. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>No voleibol, China é uma técnica de ataque que se tornou quase exclusiva do vôlei feminino. Nessa jogada, geralmente realizada pela central, a jogadora engana a marcação adversária com movimentos de pernas, simulando uma corrida para o centro da quadra, mas direcionando-se para as costas da levantadora. Em seguida, a atleta salta com apenas uma das pernas para alcançar a bola na saída da rede, em um movimento que a faz parecer estar indo para fora da quadra. A jogada recebeu esse nome em homenagem à Seleção Chinesa de Voleibol Feminino do início dos anos 1980 que popularizou a jogada.<h2>6. Flutz</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11212240603013.jpg" alt="Patinação artística. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Patinação artística. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125102-patinacao-artistica-veremos-pessoas-do-mesmo-sexo-dancando-juntas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">patinação artística</a>, a técnica é essencial, e um movimento mal-executado pode custar pontos preciosos. O flutz é um exemplo disso. Esse termo refere-se a um erro durante a execução do salto lutz, no qual o patinador acaba executando um flip involuntariamente. Ou seja, o flutz (lutz + flip) ocorre quando um movimento incorreto durante o lutz resulta em um salto mais parecido com o flip.

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6 gírias curiosas usadas nos esportes olímpicos

Originário da cultura hip hop dos EUA, o break dance agora também vale medalha olímpica.

Assim como na edição anterior, os Jogos Olímpicos de Paris 2024 terão novas modalidades estreando. Além da canoagem slalom extremo e de duas categorias adicionadas à vela, o breaking&nbsp;também fará parte das competições que vão agitar a capital francesa entre os dias 26 de julho e 11 de agosto.Popularmente chamada de break dance, a modalidade se baseia em um estilo de dança urbana originada na década de 1970 nos Estados Unidos. Parte da cultura de rua americana, ela surgiu em festas realizadas na região do Bronx, em Nova York, berço do rap e do <a href="https://www.tecmundo.com.br/voxel/273665-dia-mundial-hip-hop-relembre-9-rappers-nos-games.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hip hop</a>.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04170510333255.jpg" alt="Os jogos de Paris 2024 começam em julho. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os jogos de Paris 2024 começam em julho. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Caracterizado por movimentos acrobáticos, o esporte de dança olímpico é formado por quatro elementos primários: toprock (baile dos pés), footwork/downrock (trabalho de pés e mãos no solo), power move (movimentos de dificuldade) e freeze (posturas congeladas). Os praticantes são chamados de b-boys (homens) e b-girls (mulheres).O breaking passou a fazer parte de competições internacionais na década de 1990, levando essa forma de dança na qual o DJ e o mestre de cerimônias (MC) exercem papel fundamental para um público muito maior. A transformação em modalidade olímpica aconteceu em 2018, nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/4-fatos-controversos-que-moldaram-a-historia-dos-jogos-olimpicos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos Olímpicos</a> da Juventude de Buenos Aires (Argentina).<h2>Como será a competição de breaking nas Olimpíadas de Paris?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04171547631260.jpg" alt="As batalhas do break dance serão um contra um em Paris. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As batalhas do break dance serão um contra um em Paris. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/9-esportes-que-fazem-parte-das-olimpiadas-e-voce-provavelmente-nao-sabia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos de Paris</a>, o break dance terá dois eventos, um para homens e outro para mulheres, que acontecerão nos dias 9 e 10 de agosto no Parque Urbano La Concorde. Serão 16 b-boys e 16 b-girls participando de duelos um contra um, fazendo seus movimentos e improvisando ao ritmo das músicas tocadas pelo DJ.Os atletas poderão usar uma combinação de movimentos, incluindo seis passos, congelamento e moinhos de vento, para se adaptarem às batidas, tentando conquistar as melhores notas dos jurados. A cada música,&nbsp;os competidores terão 60 segundos para se apresentar, mostrando todo o seu talento.Para as notas, os juízes levarão em conta aspectos como personalidade, técnica de execução dos movimentos, criatividade, variedade, performance e musicalidade. Quem obtiver a maior pontuação segue avançando para a próxima etapa do torneio, em busca da sonhada <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119572-por-que-o-brasil-nao-ganha-mais-medalhas-nas-olimpiadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medalha de ouro olímpica</a>.<h2>Quem vai participar?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04171444581259.jpg" alt="Pictograma do breaking. (Fonte: COI/Divulgação)"><figcaption>Pictograma do breaking. (Fonte: COI/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Faltando pouco mais de três meses para o início das Olimpíadas de Paris, a competição olímpica de break dance ainda não definiu todos os participantes. Restam 10 vagas para as batalhas masculinas e nove para as femininas, que serão preenchidas via torneios pré-olímpicos e princípio da universalidade.Já a lista de classificados traz nomes como Victor Montalvo (EUA), Danis Civil (França) e Shigeyuki Nakarai (Japão), entre os b-boys. No caso das b-girls, garantiram vaga Sunny Choi (EUA), India Sardjoe (Holanda) e Liu Qingyi (China), além de outras competidoras.

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Breaking: conheça a modalidade que estreia nos Jogos Olímpicos de Paris

Por que o boxe nunca foi formalmente regulamentado nos EUA?

A prática do boxe remonta aos tempos antigos, quando os lutadores se enfrentavam em competições de combate corpo a corpo para entretenimento dos outros, como na Roma do ano 400. No entanto, a forma moderna da modalidade começou em meados do século XVIII, na Inglaterra, transformada pelas "Regras do Marquês de Queensberry", que deram início à base atual do <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/68326-boxeador-mayweather-ostenta-riqueza-nas-redes-sociais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">boxe</a>.De acordo com Manuel Velázquez, um ativista antiboxe famoso por manter arquivos meticulosos sobre o esporte, desde 1884 cerca de 2 mil boxeadores teriam morrido como resultado direto das lutas. O estudo de Velázquez teve início em 1940 e foi continuado por Joseph R. Svinth a partir de 1990 em um projeto em andamento chamado Death Under the Spotlight: The Manuel Velazquez Boxing Fatality Collection. De 1720 a 2011, Svinth relata 1.863 mortes no esporte.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/28/28095620847035.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O boxe moderno começou com as Regras do Marquês de Queensbery. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O relatório acaba por ressaltar como o boxe foi se aprimorando e se tornando <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123665-a-morte-de-davey-moore-fez-papa-joao-xxiii-pedir-o-fim-do-boxe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mais seguro </a>do que era há um século. Na década de 1920, por exemplo, foram 233 mortes no boxe, contra 103 nos anos 2000. Desde então, houve 33 mortes, das quais 6 aconteceram nos Estados Unidos. A mais recente foi em setembro de 2021, quando a jovem pugilista de 18 anos, Jeanette Zacarías Zapata foi nocauteada pela canadense Marie Pier Houle após uma série de uppercuts. Zapata sofreu uma convulsão depois que a briga foi interrompida. Ela foi encaminhada ao hospital e faleceu em seguida.Um estudo realizado pela Compare the Market apontou que a expectativa de vida de um boxeador é 5 anos menor do que a média dos atletas esportivos. O boxe foi o único esporte entre os atletas profissionais que reduziu a expectativa de vida. O estudo afirmou que sofrer traumatismo craniano em lutas e treinamentos é a razão por trás dos números mais baixos do esporte.Esse foi o caso de Prichard Colón e como um golpe ilegal e a falta de regulamentação do boxe nos EUA destruiu sua vida e carreira.<h2>O começo do fim</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/28/28095719750036.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Prichard Colón enfrentou Terrel Williams em 2015. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 17 de outubro de 2015, o boxeador profissional Prichard Colón já havia lutado 7 vezes em um ano, quando subiu ao ringue, naquela tarde de sábado, para enfrentar o invicto Terrel Williams, no EagleBank Arean, em Fairfax (Virgínia, EUA).Em entrevista à ESPN, André Diaz, melhor amigo do boxeador, disse que quando Colón estava no vestiário se preparando para a luta que seria televisionada nacionalmente, ele conseguia sentir sua energia e a emoção do quanto estava pronto para aquele duelo – do qual era o favorito e o mais certo para vencer.Nos primeiros cinco rounds, Colon assumiu a liderança, mas reclamando ao árbitro Joe Cooper que Williams não parava de acertá-lo com os denominados rabbit punches, ou "socos de coelho", um golpe desferido na parte de trás da cabeça ou na base do crânio. Esse tipo de movimento é considerado ilegal devido seu potencial em causar lesões graves ou irreversíveis. Inclusive, em alguns casos, o soco pode causar lesões na medula espinhal e até morte instantânea.A reclamação foi ignorada por Cooper, e Williams continuou desferindo os golpes ao longo dos 9 rounds. Durante as pausas, Colón conversou com o médico do ringue, Richard Ashby, e afirmou que estava sentindo tonturas, mas o médico insistiu que ele poderia continuar.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/28/28095818586038.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Prichard Colón foi golpeado por uma série de 'rabbit punches'. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Colón chegou a acertar Williams com um golpe baixo, pelo qual foi penalizado em 2 pontos, muito diferente do que aconteceu com seu adversário, que em momento nenhum foi penalizado pelos seus rabbit punches. Para Richard Colón, o pai do boxeador, o filho fez isso porque estava frustrado por ser atingido tantas vezes atrás da cabeça sem que o árbitro fizesse nada.Cooper só ameaçou a dupla com a desqualificação quando Colón desferiu outro golpe baixo e Wlliams revidou com um rabbit punch logo em seguida. No nono round, após receber vários golpes ilegais, Colón foi nocauteado pela primeira vez em sua carreira profissional. Ele conseguiu se levantar, mas caiu mais uma vez.No final da rodada que Colón lutou para passar, seus corners desfizeram os nós de suas luvas, acreditando que a luta havia sido encerrada. Com isso, Colón foi desclassificado e a vitória foi concedida a Terrel Williams.<h2>Fim da linha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/28/28100003103039.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Prichard Colón foi nocauteado no nono round. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Assim que saiu do ringue, Colón disse aos seus pais que estava tonto e não conseguia enxergar nada. À medida que ele se aproximava do vestiário, suas pernas começaram a ficar cada vez mais cambaleantes e o seu corpo, fraco. Ao se sentar, o pugilista vomitou tanto que desmaiou sobre a poça de vômito. Ele nunca mais voltou à consciência.Colón foi encaminhado às pressas para o Hospital Inova Fairfax, onde uma tomografia mostrou um hematoma subdural do lado esquerdo medindo 1,5 cm de diâmetro e um desvio de 1,2 cm da linha média (um deslocamento do cérebro para além da linha central). Uma hemicraniectomia de emergência foi realizada para tentar reduzir o inchaço cerebral e aliviar a pressão sobre o crânio, mas era tarde demais para Prichard Colón, que entrou em coma por 221 dias. Atualmente, ele encontra-se em estado vegetativo persistente.Em 2016, um relatório investigativo divulgado pelo estado da Virgínia descobriu que, embora a condição médica de Colón seja trágica, não há uma ação aparente e/ou flagrante que justifique culpar qualquer pessoa. O relatório também não esclareceu as questões sobre a gestão da luta pelo árbitro, tampouco a conduta do médico do ringue, apesar das queixas de Colón durante os rounds. O inquérito conduzido pela família do pugilista e o pedido de indenização não chegaram a lugar algum, e o caso do boxeador continua impune.<h2>O problema</h2>O Departamento de Regulamentação Profissional e Ocupacional da Virgínia (DPOR) investigou o incidente e alegou que não encontrou nenhuma irregularidade na partida entre os dois pugilistas, mostrando como existe um verdadeiro lobby de profissionais que relutam a apontar ou criticar algumas práticas no esporte. O DPOR disse também que "os métodos de avaliação médica usados durante uma luta são de responsabilidade exclusiva do médico e presume-se que estejam de acordo com os padrões estabelecidos de atendimento". O Conselho Mundial de Boxe não se pronunciou.Mas esse é o problema do boxe profissional. O caso internacional de Prichard Colón lançou luz sobre o fato de que o boxe profissional continua sendo o único grande esporte nos EUA que não tem uma associação, liga ou outro órgão regulador forte e centralizado para estabelecer e aplicar regras e práticas uniformes.Em 1996, o Congresso promulgou a Lei de Segurança do Boxe Profissional ao perceber que os estados individuais não estavam protegendo adequadamente os boxeadores. Quatro anos depois, essa lei foi aumentada pela Lei de Reforma do Boxe Muhammad Ali, e essas duas legislações, juntas, são chamadas de Lei Ali.&nbsp;Por mais que tenha surgido como forma de proteger os pugilistas de maneira física e financeira, a Lei Ali sofre de falhas graves, sobretudo no fato de que ninguém se importa em impô-la. Muitas pessoas no boxe simplesmente ignoram as exigências do ato, e praticamente ninguém em posição de autoridade em relação à aplicação da lei está fazendo algo para remediar a situação.<h2>Um esporte que não representa a América</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/28/28100829445041.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>A falta de regulamentação do boxe nos EUA aumenta as mortes. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2012, o então senador do Arizona, John McCain, do partido Republicano, tentou criar uma Comissão de Boxe dos Estados Unidos para tentar unificar o esporte. “A supervisão ineficaz do boxe profissional continuará a resultar em escândalos, controvérsias, práticas antiéticas, falta de confiança na integridade dos resultados julgados e, os mais trágico de tudo, mortes desnecessárias no esporte”, disse ele em um discurso no Senado ao apresentar sua legislação.Não é para menos que muitos críticos chamam o boxe dos EUA de uma espécie de Reaganomics do negócio esportivo, em referência à política econômica adotada por Ronald Reagan na década de 1980, visto que as comissões estaduais criam seus próprios órgãos de governo local, supervisionando tudo, desde padrões de segurança até acordos financeiros. Desse modo, é constituído uma verdadeira máfia, exatamente porque os poderosos que se beneficiam do funcionamento do atual sistema deixam a intervenção federal como a única opção – algo que raramente acontece.Para o notório Gil Clancy, um treinador de boxe e um dos mais notáveis comentaristas do esporte de todos os tempos, os próprios lutadores que reforçam o antissindicalismo por serem os últimos individualistas em um negócio cruel em que só pensam no pagamento no final do dia. É por essa razão que, desde o início do século XXI, o esporte enfrenta um declínio permanente.Autor de The Meaning of Sports, o professor de relações exteriores da Universidade Johns Hopkins, Michael Mandelbaum salientou que, na primeira era de ouro dos esportes americanos, o boxe prevaleceu ao lado do beisebol e das corridas de cavalos. A modalidade, no entanto, sofreu uma queda devido ao aumento dos esportes coletivos, sendo que muitos se enganam sobre sua popularidade devido à era Ali.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/28/28101005526042.jpg" alt="O boxe cresceu entre os imigrantes e afro-americanos. (Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O boxe cresceu entre os imigrantes e afro-americanos. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além disso, no último quarto de século, cresceu uma espécie de pudorismo na sociedade americana, que passou a enxergar a ideia de dois homens desferindo socos em rede nacional, um tipo de entretenimento menos respeitável. O boxe nunca esteve no centro da mesa. A origem do esporte está profundamente associada a comunidades de imigrantes e afro-americanos que viram nele um poder de ascensão social e econômica em um sistema opressor que não lhes dava oportunidades.Crianças e jovens desse mesmo recorte racial e social cresceram à sombra da possibilidade de triunfo no esporte ao ter como inspiração Mike Tyson, Joe Louis e Muhammad Ali. Enquanto enfrentavam as adversidades e eram empurrados para o submundo da sociedade, se aproximando mais do crime, o boxe serviu como uma luz no fim do túnel que precisou ser agarrada com brutalidade e, literalmente, com os próprios punhos.Com a limpeza visual que os estadunidenses fizeram no que chamavam de entretenimento e associavam a sua imagem, parece ainda menos relevante para o governo se os lutadores estão morrendo ou não por arbitragem e práticas escusas. Afinal, esse não é o esporte da América, apenas um que sempre habitou as regiões mais importantes da corrupção e do crime organizado. Portanto, é quase como essa série de desgraças fossem parte do "ossos do ofício".No final das contas, o que importa é que a economia manipulada da modalidade continue rodando e beneficiando quem tem poder o suficiente sobre ela. O que vimos do boxe e de sua exaltação foi apenas a fetichização do campeão caído, seja lá em qual âmbito, e da glorificação do papel ilusório da América como a “terra das possibilidades para todos”.

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