Ozzy Osbourne inicia tratamento com células-tronco. Conheça benefícios

Mundialmente famoso por suas peripécias dentro e fora dos palcos, Ozzy Osbourne (75), contou em seu programa "Ozzy Speaks" que tem realizado tratamento baseado em células-tronco. O músico britânico foi diagnosticado com a doença de Parkinson em 2019, e mais recentemente, com um tumor vertebral para o qual realiza o tratamento com base na medicina regenerativa.

Nosso corpo possui ao menos 216 tipos diferentes de células, cada uma especializada em sua função. Dificilmente esses corpos celulares podem mudar sua estrutura ou objetivo, e quando fazem, as consequências podem ser geradoras de cânceres. Mas existe uma classe especial de células, cuja transformação é desejada: as células-tronco. 

As células-tronco são capazes de se transformar em qualquer tipo celular, sendo assim, podem ser aplicadas em tratamentos que visam a reparação de tecidos e estruturas do nosso organismo.

No caso de Ozzy, o objetivo do tratamento é a melhora e atraso dos danos causados pelo tumor vertebral, tornando o processo menos agressivos e regenerando parte do tecido lesionado. Uma forma de garantir maior tempo de saúde e vida funcionais.

Células-tronco funcionariam também para doenças neurodegenerativas, como o Parkinson de Osbourne?

Alguns estudos têm se direcionado para compreender a eficácia do uso de células-tronco para doenças neurodegenerativas. 

A exemplo, o estudo intitulado Inovação biomédica na cidade: estratégias para impulsionar a pesquisa em células-tronco na regeneração cerebral, publicado na Revista Políticas Públicas e Cidades, traz um panorama sobre os avanços e possibilidades.

Segundo Luiz Felipe Carvalho, autor do artigo e Diretor do Departamento de Tratamento com Uso de Células Tronco do Centro de Pesquisa e Análise Heráclito, "já existem testes clínicos para a aplicação dessa tecnologia para o tratamento de doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer".

"Além disso, essa ferramenta também vem sendo testada para o tratamento de danos cerebrais causados por condições como Acidente Vascular Cerebral, traumatismo craniano, e, até mesmo, para reverter os efeitos colaterais da quimioterapia", continua.

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Com potencial para formar e estimular a neurogênese (crescimento de tecido neural), as células-tronco poderiam ser aplicadas em regiões com maiores lesões, recuperando ao menos parte do tecido atingido. 

No caso do Parkinson, as regiões afetadas pela doença são delimitas, no início, atingindo a substância negra, nesse caso, o alvo do tratamento poderia ser melhor previsto e manejado, o que possibilitaria boas chances de sucesso no tratamento, seja para remissão ou controle da condição. 

No entanto, o tratamento com células-tronco ainda enfrenta diversos desafios e permanece em um campo experimental. Os autores do artigo reforçam que estudos mais robustos precisam ser realizados.