Starlink na Amazônia: indígenas se viciam em redes sociais e pornografia

14/06/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 14/06/2024 às 14:00

A disponibilidade da internet nas regiões remotas da Amazônia, por meio da rede de satélites Starlink, levou várias melhorias para os indígenas que vivem na floresta. Mas as vantagens chegaram junto com problemas comuns às populações conectadas das cidades, como o vício na tecnologia.

Habitando a região próxima ao vale do rio Javari, a tribo Marubo foi uma das mais afetadas. Em entrevista ao The New York Times no início de junho, os líderes do grupo relataram ter medo de que a internet possa mudar a cultura do grupo para sempre.

O serviço de internet é fornecido pela empresa de Elon Musk. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O serviço de internet é fornecido pela empresa de Elon Musk. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

De acordo com eles, os membros mais jovens da tribo não desgrudam dos smartphones. Eles passam a maior parte do tempo acessando redes sociais e jogando, especialmente games de tiro, o que tem assustado os mais velhos por conta da violência.

A chegada da internet às tribos indígenas da Amazônia também facilitou o contato com pessoas de culturas diferentes, por meio das redes sociais e aplicativos de mensagem. Mas como esses grupos vivem em áreas isoladas, as conversas online com estranhos têm gerado desconfiança.

“Aprendendo os costumes dos brancos”

O uso exagerado da tecnologia tem prejudicado as atividades da tribo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O uso exagerado da tecnologia tem prejudicado as atividades da tribo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

O consumo de conteúdos pornográficos na internet é outra queixa dos líderes dos marubos. Conforme os relatos, os jovens estão compartilhando esses materiais entre si, por meio dos mensageiros, influenciando os beijos em público, o que é desaprovado pela cultura local, e contribuindo para um comportamento sexual mais agressivo.

Com a tecnologia, também foi notado um crescente desinteresse pelas atividades tradicionais das tribos, como a fabricação de tinturas e artesanatos, por parte dos viciados na internet. Até mesmo a caça, a pesca e os cuidados com as plantações ficaram em segundo plano, o que pode afetar a disponibilidade de alimentos.

Os jovens ficaram preguiçosos por causa da internet. Eles estão aprendendo os costumes dos brancos”, reclamou o aldeão Tsainama Marubo, em entrevista ao jornal. Segundo o indígena, o grupo havia ficado feliz com o acesso à web, mas isso mudou diante das más influências provocadas pela tecnologia.

Limites para o uso da internet

A conectividade também resultou em benefícios para quem vive na floresta. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A conectividade também resultou em benefícios para quem vive na floresta. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Para tentar preservar as tradições da cultura local, os líderes tribais decidiram restringir o acesso à internet via satélite na área. Com as mudanças, o grupo só pode se conectar duas horas durante a manhã e cinco horas no período noturno, enquanto no domingo o sinal está liberado o dia inteiro.

Apesar dos problemas relatados, a Starlink na Amazônia trouxe vários benefícios, como o acesso à educação, novas oportunidades de trabalho e o socorro médico mais rápido. O sinal está disponível em mais de 90% dos municípios na região da Amazônia brasileira.

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: