Hans Staininger: o homem que morreu por conta da própria barba

06/06/2023 às 10:002 min de leitura

Dizem que a barba é a maquiagem do homem, responsável por ressaltar as características mais atraentes de um rosto, como olhos e lábios, e também conferir um aspecto mais maduro., além de esconder possíveis imperfeições. Ao longo dos séculos, a barba já foi considerada impura, um sinal de divindade, um símbolo de força e sabedoria, e também traço essencial para um homem ser considerado da elite.

Foram nos tempos pré-históricos que os homens começaram a cultivar longas barbas. Primeiro, para se manterem aquecidos, depois para se protegerem de golpes no rosto – e também como forma de intimidação. A barba significou muito para várias culturas, se tornando traço identitário, entrando e saindo de moda várias vezes ao longo dos séculos.

Com a modernização da medicina, as barbas foram associadas à má higiene, e muitos homens que as usavam eram considerados sujos e possíveis portadores de doenças. No século XVIII, cresceu a ideia de que o excesso de pelo facial não é saudável ou pode causar má saúde.

Em 1567, Hans Staininger morreu ao tropeçar na própria barba, e por muito tempo foi a personificação de que o excesso de pelos faciais poderia não ser tão bom.

A barba que abria portas

(Fonte: Images D'Art/Reprodução)(Fonte: Images D'Art/Reprodução)

Nascido em 1506, em Obergrasensee, atual Alemanha, Hans Staininger foi prefeito de Braunau am Inn, na Áustria. Pouco se sabe sobre sua vida, apenas que o político se dedicava ao seu trabalho – não é para menos que foi eleito prefeito seis vezes na cidade – e sua longa e esvoaçante barba.

Apesar de tê-la cortado várias vezes, em 1567, a barba de Staininger chegou a ter um pouco mais que dois metros de comprimento, despontando em dois tufos bifurcados de cada lado de seu rosto. Inclusive, assim ele foi retratado por um pintor anônimo em uma tela de 1560, atualmente pendurada no Museu do Louvre.

A popularidade de sua barba incomum era tamanha naquela época que chegou a levá-lo a lugares conceituados, conhecendo nomes influentes, como o imperador Rodolfo II do Sacro Império Romano-Germânico. Staininger também usou essa fama para obter privilégios para Braunau.

Um fim trágico

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

No entanto, mais famosa que sua barba foi a maneira como Staininger morreu. Existem duas histórias diferentes e conflitantes sobre como tudo ocorreu, embora terminem da mesma maneira.

Fontes dizem que o político barbudo acordou na noite de 28 de setembro de 1567 durante um incêndio na sua cidade. Ao correr de um lado para o outro, desesperado, para avisar os cidadãos para que salvassem suas vidas, Staininger teria tropeçado em sua própria barba, caído de um lance de escadas e quebrado o pescoço na queda.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

O escritor de viagens do século XIX, Joseph Kyselak, conta, no entanto, uma versão diferente para a maneira como Staininger morreu. Segundo o homem, o político teria corrido em direção a um príncipe que passava pela cidade para mostrar respeito, acabou tropeçando em sua barba, caído e quebrado o pescoço no processo.

Seja como for, a morte de Hans Staininger é considerada emblemática e o único caso documentado de morte pela barba. Em sua homenagem, os habitantes de Braunau ergueram uma estátua do lado de fora da Igreja de Santo Estêvão e preservaram sua barba inteira em uma caixa de vidro, até hoje em exposição no Museu Distrital de Herzogenburg, na Áustria.

Muitas pessoas já acabaram morrendo porque suas barbas ficaram presas em máquinas industriais, mas nenhum delas aconteceu pela barba ter feito alguém tropeçar e cair para a morte.

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