Por que tantos peixes são enviados ao espaço?

É provável que você já tenha lido sobre os cães que fizeram parte de missões espaciais no passado, como o notório caso da cachorra Laika que viajou a bordo do Sputnik 2 em 1957. Mas você sabia que nós, seres humanos, também já enviamos diversos peixes para serem estudados fora do nosso planeta?

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O caso mais recente são de embriões de peixe-zebra que recentemente chegaram na Estação Espacial Chinesa Tiangong. Porém, esses gloriosos "astronautas aquáticos" são apenas um exemplo de tudo que já aconteceu até agora e a história dos peixes no espaço é bem mais complexa do que isso.

Peixes astronautas

Antes mesmo de qualquer mulher chegar ao espaço, dois exemplares de mummichogs tornaram-se os primeiros peixes a sair da Terra. Isso tudo aconteceu em 1973, quando esses animais foram lançados ao espaço a bordo de uma das cápsulas da tripulação Apollo, como parte do Skylab 3 — uma missão de três meses à antiga estação espacial da NASA.

Os peixes viajaram durante três semanas até finalmente chegarem em seu novo habitat. Os dois mummichogs foram as primeiras entradas em uma longa série de peixes que estiveram em órbita e serviram como exemplo para entendermos melhor como a microgravidade afeta as criaturas vivas. Quase 50 anos depois, uma nova revolução: quatro peixes-zebra agora estão vivendo em um ecossistema autossustentável — e o primeiro do tipo.

De acordo com os pesquisadores envolvidos no experimento, o estudo planeja mapear como a microgravidade afetará o ciclo de vida dos peixes e outros ciclos naturais dentro do seu ambiente fechado. Os investigadores também ressaltaram que essa é uma ótima espécie para atuar como organismo modelo, uma vez que esses peixes foram extensivamente estudados e têm muitos dos mesmos órgãos principais que os seres humanos.

Ação da microgravidade

Os efeitos da microgravidade são um tópico de muito interesse para os pesquisadores, uma vez que não influencia somente na ausência de peso que os humanos experimentam no espaço. Isso também envolve mudanças em quase todas as nossas funções corporais, desde os ossos até coração e cérebro. Logo, para podermos passar mais tempo no espaço no futuro — como em missões para Marte — é crucial compreendermos estas mudanças biológicas.

Como estudar diretamente seres humanos é um processo mais delicado e demorado, a solução encontrada foi observar de perto o comportamento dos peixes no espaço. Por serem transparentes antes de eclodirem, os cientistas também podem observar o interior dos peixes-zebra durante seu desenvolvimento, acelerando ainda mais o processo de pesquisa.

Tal como astronautas humanos, cada peixe é cuidadosamente escolhido para ir ao espaço e sempre com uma missão específica em mente. Dos mummichogs aos peixes-zebra, a utilização de peixes na pesquisa científica espacial está abrindo portas para evoluirmos nossa jornada de desbravamento do universo com segurança. Basta aguardar os próximos capítulos!