'Cidade dos Mortos': arqueólogos descobrem mais de 300 tumbas em Assuã, no Egito

15/07/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 15/07/2024 às 18:00

Em 2019, arqueólogos anunciaram a descoberta de um vasto cemitério antigo no Egito, agora conhecido como a "Cidade dos Mortos" de Assuã. Nos últimos cinco anos, os pesquisadores vêm explorando intensivamente a área, que abrange mais de 82 mil metros quadrados. As escavações continuam a surpreender e intrigar os estudiosos com suas descobertas notáveis.

A importância da "Cidade dos Mortos"

A necrópole está localizada próxima ao mausoléu de Aga Khan III. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A necrópole está localizada próxima ao mausoléu de Aga Khan III. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Assuã desempenhou um papel fundamental como centro econômico, militar e cultural nas margens do rio Nilo. Localizada estrategicamente na fronteira sul do Egito, a cidade facilitava o intercâmbio de bens preciosos como ouro, marfim, incenso e animais exóticos com a Núbia e outras regiões do sul da África.

Ao longo dos séculos, a cidade se transformou em um verdadeiro caldeirão cultural. Desde os antigos egípcios até persas, gregos, romanos e africanos subtropicais, a cidade testemunhou uma diversidade cultural única que se refletia em práticas religiosas, arquitetura e rituais funerários.

A descoberta inicial em 2019 marcou o início de uma série de escavações arqueológicas que revelaram um impressionante complexo funerário. Em cinco anos de pesquisa intensiva, os arqueólogos desenterraram mais de 300 tumbas, distribuídas em até 10 terraços distintos em uma colina próxima ao mausoléu de Aga Khan III.

Análise dos restos mortais e artefatos encontrados

Uma máscara feita de cartonagem recuperada da tumba em Assuã. (Fonte: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Reprodução)
Máscara feita de cartonagem encontrada em Assuã. (Fonte: Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito / Reprodução)

As tumbas foram reutilizadas ao longo de aproximadamente 900 anos, fornecendo uma visão cronológica única das práticas funerárias e da evolução da estrutura social na região. Muitas tumbas continham restos mortais de famílias inteiras, indicando um sistema de enterro que refletia práticas culturais específicas. Além disso, a disposição das tumbas, com as elites sepultadas nos terraços superiores e a classe média abaixo, evidencia uma estrutura social estratificada que persistiu durante séculos na antiga Assuã.

Os estudos detalhados dos restos mortais proporciona uma compreensão profunda das condições de vida e saúde dos habitantes da cidade. Muitos indivíduos sofriam com doenças infecciosas, como tuberculose e outras enfermidades comuns na época. Além disso, distúrbios ósseos e sinais de anemia foram comumente observados, revelando os desafios de saúde enfrentados pela população local há centenas de anos.

Artefatos como cartonagem colorida, estatuetas de argila e mesas de oferendas forneceram informações valiosas sobre as crenças religiosas e as práticas culturais dos antigos egípcios. Além de decorar os túmulos, esses itens também faziam parte dos rituais funerários, refletindo a visão de mundo e a cosmologia da antiga sociedade.

As novas descobertas na "Cidade dos Mortos" de Assuã destacam a importância de preservar e estudar sítios arqueológicos para desvendar os mistérios do passado. Com cada nova tumba aberta, surge uma nova história, prometendo mais revelações fascinantes sobre uma das civilizações mais antigas do mundo.

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