Afinal, com que frequências estrelas 'morrem' na Via Láctea?

05/07/2024 às 08:002 min de leituraAtualizado em 05/07/2024 às 08:00

Já parou para pensar que, quando olhamos para o céu durante a noite, podemos estar observando estrelas que já morreram? Afinal, o firmamento que vemos é um retrato de corpos celestes que estão a milhões e milhões — ou até mesmo alguns bilhões — de quilômetros de distância do sistema solar.

Ou seja, o brilho que vemos demorou alguns anos-luz para chegar até a Terra, o que significa que algumas das estrelas observáveis podem já ter mudado de estágio. É possível que algumas delas já tenham "morrido", se tornando anãs brancas, estrelas de nêutrons ou buracos negros.

Como as estrelas morrem?

O processo de "morte" de uma estrela depende de sua massa. Para estrelas enormes, de massas a partir de 8 vezes maiores que ao do nosso Sol, ocorre o evento conhecido como supernova. Já as menores, com massa mais baixa, se tornam anãs brancas.

Getty Images/Reprodução Supernova (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Estrelas com massa 8 vezes maior ou mais que a do nosso Sol podem explodir em Supernovas (Fonte: Getty Images / Reprodução)

As anãs brancas surgem quando todo o hidrogênio no núcleo da estrela é transformado em hélio, que se condensa no centro do astro e é convertido em carbono. Durante este processo, a estrela primeiro se expande, engolindo tudo à sua volta, e se transforma em uma gigante vermelha. Com o tempo, o gás na atmosfera da estrela vai se esvaindo, reduzindo de tamanho, enquanto seu interior vai ficando mais e mais denso até que ela se torna uma anã branca.

Já em relação às explosões conhecidas como supernovas, a coisa toda é bastante violenta. Uma vez que o núcleo da estrela começa a mudar a forma como funde os elementos e sua atmosfera se torna tão grande que não pode mais ser mantida pela gravidade, ela gera uma explosão gigantesca e pode então seguir entre dois caminhos.

Se a fusão de elementos no núcleo causar uma explosão que expele sua carga e dispersa sua atmosfera, causando em seguida uma implosão, a estrela se torna um buraco negro. Caso contrário, se a fusão de elementos no núcleo continuar acontecendo mesmo após a explosão da Supernova, ela se torna uma estrela de nêutrons.

Buraco negro (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Uma Supernova seguida da dispersão da atmosfera da estrela resulta em um buraco negro (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Com tantas estrelas em nossa galáxia, fica a dúvida: com que frequência as estrelas da Via Láctea "morrem"? Estes eventos são raros ou ocorrem o tempo todo?

Quantas estrelas morrem por ano na Via Láctea?

A resposta para esta pergunta, segundo um cientista pesquisador do projeto Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI, do inglês Search for Extraterrestrial Intelligence), é um tanto complexa.

Como explicou James De Buizer ao site Live Science, "pode estar havendo Supernovas do outro lado do centro da galáxia [...] mas tem tanta coisa entre nós [...] que não podemos vê-las". Ele estima que uma anã branca surja na Via Láctea a cada dois anos, enquanto Supernovas ocorram uma ou duas vezes por século. Desta forma, podemos fazer uma suposição da frequência com que estrelas "morrem" na Via Láctea. 

Com uma anã branca surgindo mais ou menos a cada dois anos e uma ou duas Supernovas explodindo a cada 100 anos, estima-se que cerca de 53 estrelas "morram" por século em nossa galáxia. Isto daria uma média aproximada de uma estrela morrendo a cada 1,9 anos. Contudo, não necessariamente podemos vê-las desaparecendo dos céus por conta do tamanho da Via Láctea e as nuvens de gás e demais detritos entre elas e nosso planeta.

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