Busca por cápsula radioativa perdida mobiliza equipes na Austrália

07/02/2023 às 11:202 min de leitura

Recentemente um incidente deixou a população da porção ocidental da Austrália alerta para o risco de contato com um material altamente radioativo. Tudo começou quando uma mineradora fazia o transporte de um medidor de radiação entre duas instalações, no dia 12 de janeiro.

Mas foi apenas dez dias após a conclusão da viagem de 1.400 quilômetros, no dia 25, que a empresa Rio Tinto deu falta de uma pequena cápsula radioativa que continha Césio-137 e fazia parte do aparelho.

Assim, o problema estava formado, porque ao mesmo tempo em que um componente tão pequeno, com cerca de 6 milímetros de largura e 8 milímetros de altura, oferecia tanto perigo a quem quer que se aproximasse dele, não havia nenhuma pista concreta acerca de sua localização.

O caminho, então, era percorrer toda a área envolvida e torcer para encontrar a pequena cápsula com sua estrutura preservada, sem que o material tivesse qualquer chance de sair — tarefa que foi considerada uma missão quase impossível, devido à pequena dimensão do item.

Entendendo os perigos do Césio-137

Gov. of Western Australia(Fonte: Government of Western Australia/Department of Fire & Emergency Services)

O Césio-137 apresenta níveis de radiação muito elevados e período de meia-vida em torno de 30 anos, significando que a emissão é reduzida pela metade após esse intervalo. Mas nesse ritmo, para que toda a sua radioatividade perdesse efeito, levaria pelo menos 300 anos. Por outro lado, a proximidade com a substância é capaz de causar danos irreversíveis.

O maior tempo de exposição, somada a uma maior proximidade, poderiam causar queimaduras graves, além do risco de desenvolvimento de câncer, já que o Césio-137 emite raios beta e gama. O contato direto com a cápsula, por sua vez, poderia levar um adulto à morte em questão de horas.

Ou seja, além do temor que alguém tivesse pego o objeto, existia o risco dele acabar perdido numa área mais povoada, causando danos a uma população inteira. Por conta disso, além do alerta emitido à população no dia 27, também foi reunido um grupo de mais de 100 pessoas para auxiliar na difícil busca.

Nessa missão foram utilizados medidores com capacidade de detectar a presença de material radioativo num raio de até 20 metros, um espectrômetro de raios gama capaz de medir a intensidade da radiação emitida por um determinado material, além de monitores de radiação que são usados em locais como aeroportos.

Missão de busca

Caminhão se deslocou entre a mina de Gudai Darri e a cidade de Perth. (Fonte: ArtPhoto_studio/Freepik/Reprodução)Caminhão se deslocou entre a mina de Gudai Darri e a cidade de Perth. (Fonte: ArtPhoto_studio/Freepik/Reprodução)

Cinco dias depois, que era o tempo estimado para percorrer a área que o caminhão viajou, ainda não havia nenhum sinal da cápsula, apesar de todos os esforços empreendidos. Mas no último dia 01 veio a boa notícia: ela estava numa rodovia relativamente próxima ao local de embarque do veículo que a transportava, na cidade de Newman.

No final das contas, isso reforçou a hipótese que ela havia se desprendido do material durante o deslocamento. O uso combinado dos aparelhos permitiu a localização da pequena cápsula. E ao que tudo indicava, ela não havia se movido do local desde a ocorrência da queda. 

Por se tratar de uma área menos povoada e que o Césio-137 continuava selado dentro da cápsula, o risco de contágio também foi descartado. Caso contrário, o perigo seria muito maior. Afastados os temores, agora o governo australiano pretende conduzir uma investigação para apurar o incidente.

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