Imagem de "E-books" nos anos 1930? Conheça as máquinas de leitura Readies no megacurioso

As máquinas de leitura 'Readies' eram semelhantes às leitoras de microfilme e propunham que os leitores escolhessem o tamanho dos tipos 

<head></head><body>Um escritor norte-americano chamado Robert Carlton Brown, que viveu parte de sua vida no Brasil, foi a primeira pessoa a propor e desenvolver&nbsp;um projeto envolvendo dispositivos mecânicos para exibir palavras em movimento. Isso significa que, depois de sair de uma sessão de cinema em 1930, <a href="https://www.tecmundo.com.br/software/221094-utilizar-gerenciadores-books.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bob Brown estava projetando o primeiro e-book</a> 70 anos antes de sua efetiva criação.Mergulhado em um mundo onde as artes se tornavam cada vez mais virtuais, através das modernas salas de exibição de filmes e dos fonógrafos que levavam gravações de canções para as casas das pessoas, o escritor achava que “a palavra escrita não acompanhou o tempo”.Falando especificamente sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/104231-10-fatos-sobre-o-cantor-de-jazz-o-primeiro-filme-falado-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os primeiros filmes sonoros lançados a partir de 1927</a>, Brown dizia: "Temos os talkies, mas ainda não os Readies. Chega da tirania do papel e da tinta! A escrita foi engarrafada em livros desde o início". O seu projeto — The Readies — era menos um dispositivo e mais um manifesto artístico.<h2>Como eram os Readies, os primeiros livros virtuais do mundo?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/01161213826252.jpg" alt="Protótipo da máquina de ler no manifesto The Readies.">Protótipo da máquina de ler no manifesto The Readies.Batizado de "Os Readies: Uma Proposta Modesta para Converter Todos os Livros em uma Nova Máquina de Leitura" o projeto de Brown apresentava muitas <a href="https://www.tecmundo.com.br/produto/253747-ebooks-geralmente-baratos-que-os-livros-fisicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">das funcionalidades dos e-readers atuais</a>. Seu design “permitiria aos leitores ajustar o tamanho do tipo e evitar cortes de papel”,&nbsp;assim como “ler romances de cem mil palavras em 10 minutos”, diz a descrição.&nbsp;Como na época não existia e-ink — a tinta eletrônica —, a solução encontrada foi utilizar compridas fitas de texto minúsculo, para serem roladas manualmente pelos leitores por trás de uma tela de aumento.&nbsp;Os Readies eram, na verdade, uma combinação de máquinas leitoras de microfilme com fitas adesivadas. Ou seja, mais pesados que os Kindles, porém bem mais leves que uma biblioteca convencional.&nbsp;<h2>Como o mercado recebeu as máquinas de leitura de Brown?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/01193408617000.jpg" alt="Foto de Bob Brown no ano em que lançou os Readies.">Foto de Bob Brown no ano em que lançou os Readies.Quando Bob Brown lançou o manifesto Readies, ele já era mundialmente conhecido, pois atuava em quase todos os saberes: publicidade, jornalismo, ficção, poesia, etnografia, roteiro e até livros de receitas. Em outro pioneirismo, ele escreveu, quando morava no Brasil, o que seria o roteiro da primeira série da História: What Happened to Mary?, exibida nos cinemas em 12 capítulos, que sempre terminavam com um gancho.&nbsp;No entanto, mesmo com o apoio de intelectuais de peso, como Gertrude Stein e Ezra Pound, os Readies acabaram desaparecendo, ofuscados talvez pela chegada do Technicolor e das televisões.A ideia, como sabemos hoje, era muito boa; apenas um pouco avançada para a época. Em 1971, o estudante Michael S. Hart, da Universidade de Illinois, <a href="https://www.tecmundo.com.br/produto/216808-ebook-saiba-tudo-livros-digitais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">criou o primeiro e-book digitalizado</a>: uma versão eletrônica da Declaração de Independência dos EUA. Em 2007, Amazon lançou o Kindle.</body>

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'E-books' nos anos 1930? Conheça as máquinas de leitura Readies

Imagem de Aranha-camelo: o bicho mais assustador do mundo no megacurioso

Apesar de terem uma aparência ameaçadora e serem velozes, as aranhas-camelo são tímidas e evitam o contato com os seres humanos

No &ldquo;aranhaverso&rdquo; real dos aracn&iacute;deos, as chamadas aranhas-camelo s&atilde;o normalmente alguns dos insetos mais mal compreendidos. Chamados internacionalmente de camel spiders, sun spiders ou wind scorpions, esses bichos s&atilde;o associados a muitos mitos e lendas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124948-viuva-negra-o-que-acontece-quando-somos-picados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como a de seriam venenosos</a> e poderiam matar seres humanos facilmente.&nbsp;
Essas fic&ccedil;&otilde;es ganharam for&ccedil;a a partir de 2003, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125177-3-fatos-historicos-que-esses-paises-fingem-esquecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">durante a guerra dos Estados Unidos com o Iraque,</a> quando os soldados americanos, que haviam invadido o pa&iacute;s &aacute;rabe em busca de &ldquo;armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa&rdquo;, come&ccedil;aram a enviar relatos sobre aranhas de trinta cent&iacute;metros, que punham ovos sob a pele dos camelos e corriam a uma velocidade de 40 quil&ocirc;metros por hora e gritavam estridentemente.
A verdade &eacute; que, embora sejam mesmo aracn&iacute;deos, esses insetos n&atilde;o s&atilde;o aranhas, estando mais pr&oacute;ximos dos escorpi&otilde;es. As chamadas aranhas-camelo vivem em habitats secos e arenosos, como desertos, mas fogem desesperadamente do sol, e por isso s&atilde;o chamadas de sol&iacute;fugos (pois pertencem &agrave; ordem Solifugae).
<h2>Como se comportam as aranhas-camelo?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/31/31182831126329.jpg" alt="Embora ligadas a climas des&eacute;rticos, h&aacute; aranhas-camelo vivendo na Amaz&ocirc;nia brasileira." />Embora ligadas a climas des&eacute;rticos, h&aacute; aranhas-camelo vivendo na Amaz&ocirc;nia brasileira.
Para come&ccedil;o de conversa, &eacute; importante deixar claro que as aranhas-camelo n&atilde;o s&atilde;o agressivas com os seres humanos, e picam somente quando se sentem amea&ccedil;adas. O seu nome &eacute; relacionado &agrave; forma de arco do seu dorso, que lembra as corcovas de um camelo.&nbsp;
Existem mais de 1,1 mil esp&eacute;cies de aranhas-camelo espalhadas pelo mundo e, apesar de relacionadas a ecossistemas des&eacute;rticos, tamb&eacute;m est&atilde;o presentes no Brasil, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124245-7-misterios-das-florestas-tropicais-que-desafiam-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com sete esp&eacute;cies registradas inclusive na Amaz&ocirc;nia.</a>
Como todo sol&iacute;fugo que se preza, a maioria das aranhas-camelo tem h&aacute;bitos noturnos, permanecendo entocadas durante o dia em troncos, debaixo de rochas e at&eacute; dentro de cupinzeiros, com algumas delas sendo capazes de cavar t&uacute;neis pr&oacute;prios.
<h2>O que h&aacute; de real sobre as aranhas-camelo?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/06/a-06195042374365.jpg" alt="a" />As aranhas-camelo se alimentam de insetos, escorpi&otilde;es e lagartos. (Fonte: Getty Images)
Embora n&atilde;o sejam t&atilde;o assustadoras quanto apresentadas, raramente ultrapassando sete cent&iacute;metros de tamanho, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123550-aranhas-podem-comer-toda-a-populacao-da-terra-em-um-ano-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as aranhas-camelo s&atilde;o predadoras &aacute;geis</a>, representando uma amea&ccedil;a para suas presas: outros artr&oacute;podes e pequenos vertebrados, como sapos e lagartos. Isso porque suas quel&iacute;ceras (esp&eacute;cie de pin&ccedil;as) queladas s&atilde;o muito fortes e afiadas.&nbsp;
Al&eacute;m de usadas na ca&ccedil;a, essas estruturas assustadoras s&atilde;o usadas em comportamento de corte durante a fase de reprodu&ccedil;&atilde;o e emitem ru&iacute;dos de intimida&ccedil;&atilde;o para competidores: a estridula&ccedil;&atilde;o que assustava os soldados norte-americanos. Mas &eacute; importante destacar que, embora possam provocar dor, perfura&ccedil;&atilde;o ou dilacera&ccedil;&atilde;o na pele de humanos, as quel&iacute;ceras n&atilde;o possuem pe&ccedil;onha (veneno).
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/06/a-06195131055368.jpg" alt="a" />(Fonte: Phys.org)
Por n&atilde;o apresentar nenhum tipo de risco para os seres humanos, esses sol&iacute;fugos devem ser preservados, uma vez que representam um importante elemento de controle de pragas urbanas. Muitos deles s&atilde;o injustamente perseguidos e mortos unicamente pelo medo de sua forma horripilante e por puro desconhecimento.

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Aranha-camelo: o bicho mais assustador do mundo

Imagem de Petróglifos de 2700 anos são descobertos em rocha na Suécia no megacurioso

Os petróglifos localizados em Bohuslän retratam diversas figuras de navios, pessoas e animais

<head></head><body>Arqueólogos suecos anunciaram neste mês a descoberta de uma série de 40 petróglifos — <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123829-as-6-pinturas-rupestres-mais-antigas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">entalhes feitos em superfícies de rocha</a> — que estavam ocultos sob camadas de musgo em um paredão de rocha, que já foi parte de uma ilha há 2,7 mil anos. Estendendo-se por cerca de 15 metros na superfície de pedra, as inscrições têm de alguns centímetros a 4 metros.Considerada por alguns especialistas como a maior descoberto do tipo neste século, “o que torna este petróglifo completamente único é que ele está localizado a três metros acima do nível do solo atual, em uma rocha íngreme”, explica a Fundação para Documentação das Gravuras Rupestres de Bohuslän no Facebook.Localizada na costa oeste da Suécia, a província de Bohuslän, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124768-os-moais-da-ilha-de-pascoa-realmente-tem-corpos-enterrados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde os petróglifos foram descobertos</a>, é conhecida internacionalmente por suas formações rochosas e por suas gravuras rupestres pré-históricas. Além de atração turística, essas formas de arte rupestre são consideradas um Patrimônio Mundial pela UNESCO.&nbsp;<h2>Como foram descobertos os petróglifos de Bohuslän?</h2><span class="img-fc" data-fonte="Fundação para Documentação das Gravuras Rupestres de Bohuslän/Facebook&nbsp;" data-fonte-url="https://scontent-mia3-1.xx.fbcdn.net/v/t39.30808-6/346780964_743448480907698_2153898969889099733_n.jpg?_nc_cat=100&amp;ccb=1-7&amp;_nc_sid=8bfeb9&amp;_nc_ohc=M1rCMXRaNscAX9Omu-a&amp;_nc_ht=scontent-mia3-1.xx&amp;oh=00_AfC7sRP0LYqed2EEg9VGOf6HktVIkdhP-T_ajQW-x6sOzw&amp;oe=647EDA6F"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02155422058288.jpg" alt="Os petróglifos de Bohuslän foram localizados a mais de três metros do solo.">Os petróglifos de Bohuslän foram localizados a mais de três metros do solo.Uma equipe de pesquisadores estava prospectando por petróglifos perto da cidade de Kville, quando se deparou com uma íngreme formação rochosa coberta de musgo. Notando algumas linhas aparentemente feitas por seres humanos no alto da pedra, os arqueólogos subiram até o local em uma plataforma, e retiraram a vegetação, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125122-6-descobertas-arqueologicas-incriveis-feitas-por-cachorros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">descobrindo assim os entalhes.</a> &nbsp;Falando à&nbsp;Live Science, o gerente da fundação, Martin Östholm, que foi um dos arqueólogos que descobriram os petróglifos, explicou que o local onde os entalhes foram inseridos fazia parte de uma ilha. Isso significa que, para cortar a rocha de granito, as pessoas teriam que estar em pé dentro de um barco ou em cima de uma plataforma construída no gelo.Segundo o pesquisador, para criar os petróglifos, seus autores batiam pedras duras contra a face da rocha, o que expunha uma camada branca por baixo. Esse contraste permitia que as inscrições fossem vistas ao longe, do continente ou de navios que passavam. &nbsp;<h2>O que está representado nos petróglifos?</h2><span class="img-fc" data-fonte="Fundação para Documentação das Gravuras Rupestres de Bohuslän/Facebook" data-fonte-url="https://scontent-mia3-1.xx.fbcdn.net/v/t39.30808-6/346615029_914361736492852_1649808071368672435_n.jpg?_nc_cat=101&amp;ccb=1-7&amp;_nc_sid=8bfeb9&amp;_nc_ohc=fwuTprxolpsAX-dBq9L&amp;_nc_ht=scontent-mia3-1.xx&amp;oh=00_AfC7tsCs6LbAbPX83xIgIAYIWgFBC1bzql0is7AacuxWSw&amp;oe=647EE809"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02180114544337.jpg" alt="As esculturas podem ter servido para marcar propriedade.">As esculturas podem ter servido para marcar propriedade.O conjunto rupestre encontrado em Kville possui ao todo 15 metros de comprimento e cerca de 40 figuras, entre as quais 13 navios, nove cavalos, sete pessoas e quatro carros.&nbsp;Para o arqueólogo Andreas Toreld, que também participou da descoberta, "são coisas muito grandes, incluindo um navio de dois metros e uma pessoa com mais de um metro. As figuras são bem esculpidas e profundas".&nbsp;Entrevistado pela Live Science, o pesquisador James Dodd, da Universidade de Aarhus na Dinamarca, explica que, "com base na repetição dos motivos, é possível que essa coleção de figuras forme uma narrativa". <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124814-lajedo-de-pai-mateus-as-rochas-misticas-do-sertao-da-paraiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mas o significado exato é incerto,</a> acrescentou. As pesquisas continuam em andamento no local.</body>

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Petróglifos de 2700 anos são descobertos em rocha na Suécia

Imagem de Massacre do Zong: quando 130 africanos escravizados foram afogados no megacurioso

O assassinato de 130 africanos no mar jamais foi punido, mas ajudou a fortalecer a causa abolicionista na Inglaterra

<head></head><body>Um dos episódios mais odiosos da escravização e comércio de seres humanos no mundo, o chamado massacre do Zong foi um assassinato em massa de 130 pessoas africanas escravizadas à força. Nos dias seguintes a 29 de novembro de 1781, a tripulação desse navio negreiro <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121912-ha-centenas-de-restos-mortais-de-escravos-no-fundo-do-atlantico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">decidiu jogar ao mar mais de 130 cativos africanos</a>.&nbsp;O extermínio teve início depois que a tripulação da embarcação foi atingida por uma doença e teve problemas de abastecimento de água. Sem hesitar, os marinheiros levaram o navio até um pedaço do mar no Oceano Atlântico chamado "the Doldrums" ("as calmarias"). Ali, descartaram seu carregamento menos preciosa, no caso, mulheres e crianças amarrados por pesadas correntes.&nbsp;O assassinato foi omitido pelos tripulantes e teria sido definitivamente esquecido pela História não fosse um questionamento judicial, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124185-desembarque-igbo-a-historia-do-povo-que-se-afogou-para-fugir-da-escravidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não pela perda de seres humanos,</a> mas sim pelo extravio da "carga", reclamada pelo dono do Zong, William Gregson, quando o navio chegou à Jamaica.&nbsp;<h2>O que aconteceu realmente no Zong?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29163847708332.jpg" alt="Com problemas de abastecimento, a tripulação jogou os africanos no mar.">Com problemas de abastecimento, a tripulação jogou os africanos no mar.Até os dias fatídicos do final de novembro de 1781, o Zong era um entre muitos navios negreiros <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125158-quando-comecou-a-escravidao-de-pessoas-negras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que transportavam pessoas capturadas na África</a> através do Oceano Atlântico. Segundo estimativa do site do canal História, entre seis a sete milhões de africanos foram sequestrados na África no século XVIII e vendidos como escravos no chamado "Novo Mundo".No mês de agosto de 1781, o Zong deixou o porto de Acra, em Gana, com 442 pessoas escravizadas, todas amontoadas abaixo do convés, visto que o número era pelo menos o dobro da capacidade projetada para o navio na Holanda.&nbsp;De acordo com o Daily Mail, navio negreiro já estava próximo ao destino — a Jamaica — com problemas de doenças e falta d'água, quando um navegador confundiu o porto de destino com uma colônia francesa hostil. O navio se desviou, o que precipitou a morte de 17 tripulantes e mais de 50 africanos, até o triste episódio nos Doldrums.&nbsp;<h2>Decorrências históricas do massacre do Zong</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Google Cultural Institute/Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/80/Jean-Baptiste_van_Loo_-_William_Murray%2C_1st_Earl_of_Mansfield_-_Google_Art_Project.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29183524262405.jpg" alt="Lorde Mansfield comparou o massacre a jogar &quot;cavalos&quot; no mar.&nbsp;">Lorde Mansfield comparou o massacre a jogar "cavalos" no mar.&nbsp;Depois que William Gregson teve seu pedido de indenização de perda da carga pelas seguradoras, ele as levou a um tribunal, que aceitou a tese de que os escravizados afogados equivaliam à carga perdia. Mas as seguradoras recorreram — defendendo a tese de assassinato — e o caso atribuído ao juiz britânico Lorde Mansfield.Considerando que o caso dos escravizados estava sendo tratado como se “cavalos tivessem sido jogados ao mar”, o nobre ordenou um novo julgamento para apurar responsabilidades. Conforme o The Guardian, esse julgamento jamais ocorreu.Anos mais tarde, a história foi retomada pelo abolicionista africano Olaudah Equiano e pelo ativista inglês Granville Sharp, que formaram uma parceria poderosa, transformando o massacre do Zong <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120450-luiz-gama-o-advogado-que-conduziu-a-liberdade-escravos-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">em uma disputa legal</a> que provocou uma indignação nacional na Inglaterra.</body>

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Massacre do Zong: quando 130 africanos escravizados foram afogados

Imagem de Por que não posso usar normalmente meu celular dentro do avião? no megacurioso

As autoridades de comunicações dos EUA já criaram larguras de banda para celulares e comunicação de aeronave, mas o problema pode estar no solo

<head></head><body>Quem viaja periodicamente de avião sabe que as agências reguladoras possuem regulamentos muito rígidos em relação à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105325-o-que-acontece-se-nao-desligarmos-o-celular-durante-um-voo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">utilização de dispositivos eletrônicos portáteis, os chamados PEDs em inglês</a>. Tanto a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) quanto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no Brasil, proibiam o uso de celulares durante todas as fases do voo.&nbsp;Isso terminou em 2013, quando a FAA atualizou suas diretrizes para permitir que os passageiros passassem a usar os seus PEDs (no Brasil, a atualização veio em 2015). No entanto, há uma condição: <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/248906-devemos-usar-modo-aviao-durante-voo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os dispositivos eletrônicos devem ser colocados no modo avião durante o voo.</a>Na prática, é como ficar sem celular, pois você não pode fazer nem receber chamadas, mensagens de texto, ou conectar dados. Sem redes móveis ou WiFi, você fica restrito a usar aplicativos offline, como jogos, aplicativos de notas ou reprodução de músicas e vídeos já armazenados no seu dispositivo.&nbsp;<h2>E qual é o real motivo de não poder usar o celular online?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/26195022705362.jpg" alt="Na prática, você fica sem celular a bordo de aeronaves durante o voo.">Na prática, você fica sem celular a bordo de aeronaves durante o voo.Naturalmente, a tecnologia digital que usamos hoje é muito mais sofisticada do que <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/204194-tv-tubo-antiga-derrubava-internet-vila-britanica-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as engenhocas dos anos 1960</a>. A&nbsp;tal interferência eletromagnética que, teoricamente, poderia emitir um sinal dentro da mesma frequência dos sistemas da aeronave foi descartada em 1992, quando a Comissão Federal de Comunicações (FCC) criou larguras de banda de frequência distintas para celulares e para aeronaves, o que foi seguido pelo resto do mundo.Mas, como a indústria da aviação continuou a proibir o uso de celulares, uma das explicações pode estar não lá em cima, mas aqui embaixo. Como as redes de telefonia sem fio são conectadas por uma série de torres, há um temor das operadoras de que as redes poderiam ficar sobrecarregadas se os passageiros usarem seus celulares ao mesmo tempo.Isso pode fazer sentido, pois em 2021, durante a pandemia da covid-19, o número de passageiros voando foi superior a 2,2 bilhões de pessoas. E a situação não melhora com a chegada do 5G, pois, por mais extraordinário que seja, o seu espectro de largura de banda é incrivelmente próximo daquela reservada para a aviação.&nbsp;<h2>O motivo final: a fúria aérea</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/26205227729375.jpg" alt="A fúria aérea é um fenômeno moderno.">A fúria aérea é um fenômeno moderno.Embora atualmente a maioria das companhias aéreas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119920-como-funciona-a-internet-wi-fi-nos-avioes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ofereça aos passageiros serviços de WiFi</a>, a FCC voltou a rejeitar em 2017 mais um plano para permitir o uso online de celulares a partir de 3048 metros (10 mil pés) de altitude. Só que pilotos, comissários de bordo e vários membros do público em geral foram contra.O motivo? O comportamento perturbador dos passageiros conhecido como "fúria aérea", fenômeno moderno que se caracteriza pelo descumprimento dos requisitos de segurança, brigas verbais — ou físicas — com outros passageiros e tripulação. Imaginem tudo isso com 200 pessoas falando ao mesmo tempo no celular!</body>

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Por que não posso usar normalmente meu celular dentro do avião?

Imagem de O Dia dos Mil Mortos: uma das maiores tragédias da seca no Nordeste no megacurioso

O Dia dos Mil Mortos foi uma consequência da grande seca de 1877 a 1879, que foi agravada pela epidemia de varíola na região

<head></head><body>Considerado <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124936-dom-helder-camara-o-arcebispo-perseguido-pela-ditadura-militar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o dia mais trágico da história de Fortaleza</a>, a data de 10 de dezembro de 1878 ficou conhecida como “o Dia dos Mil Mortos”. Naquela fatídica terça-feira, morreram 1.004 pessoas na cidade. O natural esgotamento da capacidade dos cemitérios fez com que uma enorme vala comum fosse aberta na região praiana de Jacareacanga.<a href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&amp;cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&amp;q=https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122969-4-dos-maiores-funerais-da-historia-recente.htm&amp;sa=U&amp;ved=2ahUKEwiqnretpoz_AhVTuJUCHR25CmQ4ChAWegQIBxAC&amp;usg=AOvVaw1dmIwJezhFVyTPaiVyJzY_" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Para enterrar um número tão grande de corpos</a>, foram convocados 60 presidiários e coveiros. Como não havia caixões disponíveis, os cadáveres eram transportados em redes ou, na falta destas, amarradas em peças de madeira. Devido ao avançado estado de putrefação, muitos pedaços dos defuntos ficavam espalhados pelo caminho.&nbsp;Esquecida pela História, a tragédia do século XIX ficou literalmente enterrada na chamada "terra da luz" até janeiro de 1994, quando um grupo de operários do Sanear, o Serviço de Saneamento de Fortaleza, encontrou dezenas de ossadas na cova coletiva. Após diversas especulações, concluiu-se de que o local era o histórico cemitério da epidemia de varíola ocorrida 116 anos antes.<h2>Seca e epidemia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/23/23163326383246.jpg" alt="A Grande Seca foi o fenômeno mais terrível da história do Brasil, durante o período imperial.">A Grande Seca foi o fenômeno mais terrível da história do Brasil, durante o período imperial.O evento gerador da tragédia fortalezense <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123119-grande-seca-de-1877-o-horror-que-destruiu-o-nordeste-brasileiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foi a chamada Grande Seca</a> que assolou a região entre os anos de 1877 e 1879. O fenômeno <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125218-por-que-a-europa-esta-secando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não somente secou todos os reservatórios de água</a>, como acrescentou graves problemas sanitários para uma população já sofrida. Durante esses três anos, a estiagem exilou mais de 100 mil sertanejos para a capital, que possuía na época cerca de 30 mil habitantes.Abrigada em barracas montadas nos subúrbios de Fortaleza, essa multidão ficou à mercê do calor sufocante e dormindo praticamente ao relento em condições sub-humanas. Para piorar, irrompeu entre eles uma epidemia de varíola, doença para a qual já existia vacina, mas as autoridades se negavam a promovê-la e a população, a se vacinar, uma tradição maldita que parece nunca ter fim.Após o enterro coletivo do dia 10 de dezembro, as procissões de mortos até o cemitério da Lagoa Funda continuaram intensas, espalhando o vírus. Segundo o incentivador da vacina, Rodrigo Teófilo, o pânico se espalhou entre a população com a notícia de que até mesmo a primeira-dama Marieta Raja Gabaglia havia sido vítima da doença.&nbsp;<h2>A reação das autoridades</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/23/23163858854255.jpg" alt="&quot;Criança Morta&quot;, de Cândido Portinari, retrata vidas marcadas pela seca.">"Criança Morta", de Cândido Portinari, retrata vidas marcadas pela seca.Com a multiplicação das mortes, a situação se tornou caótica em Fortaleza: o comércio fechou as portas, o povo não saía às ruas, agora frequentadas apenas pelos "bexiguentos" e pelos desfiles de enterros. A Câmara Municipal determinou que, durante à noite, vasos de alcatrão fossem acesos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119799-cemiterada-a-revolta-na-bahia-de-1836-contra-os-cemiterios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para desinfectar os miasmas</a>, uma teoria popular na época.Viúvo, o governador da província José Júlio de Albuquerque Barros, o Barão de Sobral, determinou, a conselho dos médicos, que fossem transferidos os acampamentos dos refugiados da seca, para locais onde os ventos soprassem para fora da cidade. A remoção foi feita sem economizar “energias para convencer os flagelados a aceitarem a mudança”, segundo Teófilo.A situação demorou a chegar à Corte. Como dom Pedro II se encontrava em viagem pelos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio e só retornou em 1877, quando a epidemia já havia se espalhado pelos sertões. Em 1878, o imperador enviou 360 navios com alimentos para a região. &nbsp;<h2>Transposição do rio São Francisco e açudes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/23/23170612874271.jpg" alt="A transposição das águas do rio São Francisco foi considerada desde a seca de 1844.&nbsp;">A transposição das águas do rio São Francisco foi considerada desde a seca de 1844.&nbsp;Desde a seca de 1844, a ideia da transposição das águas do rio São Francisco já era cogitada como a única solução para a seca no Nordeste. A ideia foi, no entanto, descartada pelo Barão de Capanema, que demonstrou não haver recursos técnicos para transpor a Chapada do Araripe. A ideia da obra foi retomada somente em 2007, e efetivamente concluída e inaugurada no início de 2022.&nbsp;Após a Grande Seca, a ideia de levar água aos nordestinos foi adaptada por dom Pedro II, que determinou a construção do primeiro açude do País: o Cedro, em Quixadá, no sertão central da província. Embora os projetos tenham sido feitos durante o período do Império, as obras só tiveram início durante a República, com o açude sendo concluído em 1906, já no século XX.Conta a História que a seca do Nordeste levou dom Pedro II a prometer que estaria disposto a vender as joias da Coroa para não deixar os sertanejos morrerem de fome. Fato é que centenas de milhares de mortes ocorreram desde então. Ao que se sabe, as tais joias jamais foram vendidas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108954-antes-das-chamas-a-historia-por-tras-do-museu-nacional-do-rio-de-janeiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">e estavam no acervo do Museu Nacional</a>, que pegou fogo no dia 2 de setembro de 2018.</body>

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O Dia dos Mil Mortos: uma das maiores tragédias da seca no Nordeste

Imagem de Paciente com câncer há 13 anos é curado com terapia celular no SUS  no megacurioso

A terapia celular Car-T Cell tem apresentado bons resultados e vem sendo estudada para utilização no SUS, onde os pacientes se recuperaram

<head></head><body>Um paciente chamado Paulo Peregrino, de 61 anos, que se encontrava em tratamento de câncer há 13 anos, deixou no último domingo (28) o Hospital das Clínicas da cidade de São Paulo. Com remissão completa da doença,&nbsp;ele é um caso de sucesso de <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/263070-metodo-usa-inteligencia-artificial-detectar-cancer-30-minutos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um tratamento que está sendo testado na rede pública</a> por um consórcio que inclui a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto.Ainda adotada em um número reduzido de países, a chamada terapia celular CAR-T Cell é considerada revolucionária no tratamento de linfomas e leucemias, como último recurso. No caso de Paulo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123743-o-que-sao-cuidados-paliativos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ele estava prestes a receber cuidados paliativos,</a> quando se submeteu ao tratamento em abril e, em apenas um mês, teve remissão total do seu linfoma.Em entrevista à Agência Brasil, o professor de hematologia, hemoterapia e terapia celular da USP, Vanderson Rocha, comemora: "Nesse caso, o que impressiona é a resposta imediata de um paciente que tinha muitos tumores. Então, as imagens [pet scan do corpo do paciente] mostram: tudo que é preto [os tumores] desaparecem completamente em um mês".&nbsp;<h2>O que é a terapia Car-T Cell que curou o paciente de câncer?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/31/31124928509163.jpg" alt="O tratamento CAR-T utiliza células do sistema imunológico do próprio paciente.">O tratamento CAR-T utiliza células do sistema imunológico do próprio paciente.A terapia celular CAR-T, acrônimo em inglês para "Célula T Receptora de Antígeno Quimérico", já foi utilizada no tratamento de 14 pacientes, com verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122193-novo-tratamento-consegue-curar-pacientes-com-cancer-de-colon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os pacientes se recuperaram no SUS</a>, e tiveram remissão de ao menos 60% dos tumores.&nbsp;A terapia começa como uma espécie de doação de sangue chamada aférese, na qual são coletadas as células T do próprio sistema imunológico do paciente. Elas são então geneticamente modificadas em laboratório para expressar um receptor de antígeno quimérico (CAR) projetado para&nbsp;reconhecer uma proteína característica das células cancerígenas.Essas células T modificadas se ligam então seletivamente às células cancerígenas que expressam o antígeno, e passam a atacá-las. Modificadas, as células T CAR-T são cultivadas e multiplicadas em laboratório. São depois reintroduzidas via infusão intravenosa no paciente, onde dão início a uma resposta imunológica poderosa e especificamente direcionada.<h2>A saga de Paulo</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Arquivo pessoal&nbsp;" data-fonte-url="https://imagens.ebc.com.br/S82M-D3gHD38WNDYBUCNGz_0ckU=/754x0/smart/https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/cancer_2.jpg?itok=7FM8611s"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/31/31133600335182.jpg" alt="O paciente Paulo Peregrino deixando o hospital.">O paciente Paulo Peregrino deixando o hospital.Paulo começou a tratar de um câncer de próstata em 2010 até 2014, explica o dr. Rocha. Em 2018, descobriu o linfoma não-Hodgkin e passou por seis ciclos de quimioterapia, mas a doença retornou, e ele fez transplante de medula autólogo. Mas, mesmo depois do transplante, a doença voltou e já não havia mais nenhum recurso terapêutico.&nbsp;&nbsp;Fora do hospital após a infusão da célula T, o paciente agora se recupera em casa. "Tivemos experiência com outros casos, mas este realmente impressionou a todos", emociona-se o médico.&nbsp;</body>

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Paciente com câncer há 13 anos é curado com terapia celular no SUS 

Imagem de Dispositivo "cheira" ovos e identifica pintinhos machos e fêmeas no megacurioso

Um dispositivo simples conseguiu classificar os ovos por sexo no início da incubação, evitando o descarte anual de 7 bilhões de pintos machos

<head></head><body>Ovos de galinha no início da incubação podem ser sexados, ou seja, separados entre machos e fêmeas, sendo "cheirados" por um dispositivo que classifica produtos químicos voláteis emitidos pela casca. A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA, pode evitar o descarte de cerca de 7 bilhões de plintos machos por ano.Essa matança de pintos machos de um dia ocorre em incubatórios para galinhas poedeiras. Nesses locais, os animais machos têm pouco valor econômico, pois, além de naturalmente não poderem pôr ovos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123229-e-possivel-que-um-ovo-choque-sozinho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pertencem a linhagens de postura</a> consideradas inadequadas para a produção de carne.&nbsp;De acordo com a pesquisa sobre o assunto, publicada dia 22 de maior na revista PLOS ONE, "um processo prático para identificar o sexo do ovo no início da incubação sem penetrá-lo melhoraria o bem-estar animal, reduziria o desperdício de alimentos e atenuaria o impacto ambiental". Segundo a vice-reitora da UC Davis, Cristina Davis, o estudo provou que isso é possível. &nbsp;<h2>Como funciona o novo sensor de sexagem de ovos por cheiro?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/24/24200453234436.jpg" alt="Na pesquisa, foram usadas ventosas do tipo industrial para manipular ovos.">Na pesquisa, foram usadas ventosas do tipo industrial para manipular ovos.Diferente das tecnologias atuais, que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125222-ovo-de-galinha-de-mil-anos-e-encontrado-intacto-em-israel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fazem a sexagem furando o ovo e coletando material&nbsp;</a>ou por meio de uma espectroscopia através da casca, a nova abordagem apenas "cheira" compostos orgânicos voláteis (VOCs) emitidos pelo embrião e difundidos através da casca. Por isso, o primeiro passo da pesquisa foi descobrir se essa diferença olfativa existe entre os sexos, e se é seguramente detectável. &nbsp;Para isso, o departamento de engenharia mecânica e aeroespacial da UC Davis criou um chip sensor capaz de coletar e analisar produtos químicos orgânicos no ar. A tecnologia patenteada foi licenciada pela Sensit, que pretende comercializá-la para uma variedade de aplicações, inclusive agricultura e medicina.Os ovos foram "cheirados" adaptando-se ventosas usadas no manuseio industrial para não os abrir. Em seguida, as amostras de ar passaram por análises de cromatografia gasosa/espectrometria de massa nos laboratórios da coautora Davis. Finalmente, o sexo dos ovos foi comprovado por exames de DNA no laboratório do professor Huajin Zhou.<h2>Qual o índice de sucesso do experimento?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/24/24204904933006.jpg" alt="O novo método separou embriões masculino e femininos em dois minutos de amostragem.">O novo método separou embriões masculino e femininos em dois minutos de amostragem.Para especificar quais são as condições ideais para coletar os VOCs de ovos de forma a discriminar entre embriões masculinos e femininos, os pesquisadores fizeram três experimentos separados: extração de VOC ativa versus passiva, condições de armazenamento dos ovos e tempos de extração de VOC/temperaturas de incubação.Em um release da universidade, o presidente e CEO da Sensit Ventures, Tom Turpen, que também é o autor sênior do artigo, afirma: “Descobrimos haver produtos químicos voláteis no ovo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124690-como-os-animais-rastreiam-um-cheiro-ate-a-sua-fonte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um cheiro que você pode capturar e classificar</a> estatisticamente”.&nbsp;Os embriões masculinos e femininos foram identificados com 80% de acerto, aos oito dias de incubação, com base em dois minutos de amostragem.</body>

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Dispositivo 'cheira' ovos e identifica pintinhos machos e fêmeas

Imagem de Jurupari: o "Sandman" do folclore da América do Sul no megacurioso

São várias as visões sobre o Jurupari, geralmente sendo o espírito devorador de boca torta ou o pesadelo que paralisa

<head></head><body>O Jurupari é um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123405-matinta-pereira-a-bruxa-que-amedronta-a-regiao-norte-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">personagens míticos mais populares do folclore amazônico.</a> Como a maioria destes seres, a sua forma depende da etnografia utilizada para pesquisá-lo. Ele pode aparecer na forma de um homem de boca torta, de uma grande cobra com braços, assumir a aparência de um sábio, de um bebê invisível ou apenas de um deus – diferindo de acordo com a região onde a lenda é contada.Figura cativa nos "bois" dos Festival Folclórico de Parintins e presente em enredos de várias escolas de samba, o Jurupari <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122010-5-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-criaturas-miticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">é uma figura mitológica</a> que faz parte de algumas culturas indígenas amazônicas, como os povos Tukano e Desana. Assim como o personagem Sandman, de Neil Gaiman, a divindade indígena tem poderes relacionados com os sonhos, espiritualidade e transformação.&nbsp;Além das variadas representações culturais, o ser mitológico ainda é personagem da lenda do guaraná, na qual, por inveja do indiozinho Cauê – protegido pelo deus Tupã e amado por toda a tribo, transformou-se em uma serpente e matou a criança. Mas, entre as histórias do Jurupari, duas se destacam.<h2>O Legislador</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18073051867000.jpg" alt="(Fonte: Naomi Covacs/Tive uma Ideia)">(Fonte: Naomi Covacs/Tive uma Ideia)Esse relato mítico <a href="https://www.megacurioso.com.br/cultura/85676-mitologia-5-formas-bizarras-pelas-quais-algumas-mulheres-engravidaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">começa com uma concepção milagrosa</a>: a índia Ceci estava descansando embaixo de uma árvore e, com fome, comeu do seu fruto — o mapati (uva da Amazônia) — proibido para moças que estavam em período fértil. Como resultado, ela engravidou de um menino e foi expulsa da tribo.&nbsp;Essa criança era o Jurupari,&nbsp;que fora enviado por seu verdadeiro pai, o Sol (Guaraci), para reformar os costumes e as leis dos homens. Com sete dias de vida, o menino aparentava ter dez anos e uma sabedoria que atraiu a atenção de todos. Chamado de legislador, o filho do Sol decidiu romper a tradição milenar do matriarcado que regia a linha de descendência.Decidido a tornar os homens independentes do poder das mulheres, Jurupari instituiu grandes festividades, das quais só homens podiam participar. Inconformada, Ceci desrespeitou a nova lei e entrou em um desses cerimónias, e foi fulminada por um raio. Chamado a ressuscitar a mãe, Jurupari não o fez, pois não podia abrir precedentes, mas transformou-a em uma estrela.<h2>Demônio dos Sonhos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18080824043013.jpg" alt="(Fonte: Marcos Miller/Tive uma ideia/Reprodução)">(Fonte: Marcos Miller/Tive uma ideia/Reprodução)A versão mais conhecida de Jurupari atualmente — a de "deus da escuridão e do mal" – pode ter sido estimulada e contada pelos jesuítas, pois a noção de demônio não existia na mitologia indígena, mas sim entre os católicos.&nbsp;Ao associar a entidade <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243245-sandman-tudo-poderes-morpheus-sonho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ao controle dos sonhos e pesadelos das pessoas</a>, os religiosos substituíam a sua adoração pelo deus branco trazido da Europa.&nbsp;Nesse discurso reformista, Jurupari visita as pessoas em sonhos, causa pesadelos e maus presságios. Impedidas de gritar, elas asfixiam.</body>

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Jurupari: o 'Sandman' do folclore da América do Sul

Imagem de Tetraplégico volta a andar com ajuda de implantes cerebrais no megacurioso

A nova BSI restaura a comunicação entre o cérebro e a região lesada da medula espinhal que produz a marcha, e o paciente anda

<head></head><body>Cientistas do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne (EPFL), na Suíça, criaram e implantaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124335-o-implante-cerebral-capaz-de-curar-quadros-severos-de-depressao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma interface cérebro-espinhal (BSI) inédita</a> que conecta o cérebro humano à medula espinhal. Com isso, um paciente com tetraplegia crônica conseguiu se levantar e caminhar normalmente em espaços públicos.De acordo com o estudo publicado quarta-feira (24) na revista científica Nature,&nbsp;essa BSI "consiste <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121518-implante-cerebral-traduz-os-pensamentos-de-homem-paralisado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">em sistemas de gravação e estimulação totalmente implantados</a> que estabelecem uma ligação direta entre os sinais corticais e a modulação analógica da estimulação elétrica peridural visando as regiões da medula espinhal envolvidas na produção da caminhada".Como o objetivo da equipe de pesquisa era tirar logo o dispositivo do ambiente laboratorial e levá-lo logo à clínica, um voluntário holandês de 40 anos chamado Gert-Jan Oskam teve os dispositivos eletrônicos implantados em seu cérebro. A delicada cirurgia foi realizada pela neurocirurgiã e professora da Universidade de Lausanne Jocelyne Bloch.<h2>Como foi a implantação da BSI no paciente?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Lorach et al.&nbsp;" data-fonte-url="https://media.springernature.com/full/springer-static/image/art%3A10.1038%2Fs41586-023-06094-5/MediaObjects/41586_2023_6094_Fig1_HTML.png?as=webp"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/26135636699204.jpg" alt="Design, tecnologia e implantação de uma BSI.&nbsp;">Design, tecnologia e implantação de uma BSI.&nbsp;A dra. Bloch, que também é coautora do artigo, fez a operação em Gert-Jan em julho de 2021. O primeiro procedimento foi fazer dois orifícios circulares de 5 cm de diâmetro em cada um dos lados do cérebro, logo acima das regiões envolvidas no controle do movimento.&nbsp;Nos furos, foram colocados dois implantes em forma de disco, que transmitem os sinais cerebrais (as intenções do holandês), via wireless, para dois sensores presos a um capacete.&nbsp;O circuito é "fechado" com um algoritmo desenvolvido pela equipe de pesquisadores, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122854-tecnologia-que-le-mentes-esta-cada-dia-mais-perto-de-existir.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que consegue traduzir esses sinais sinápticos em instruções</a> para mover os músculos das pernas e dos pés através de um segundo implante que Bloch também inseriu em volta da medula espinhal de Gert-Jan, nas terminações nervosas relacionadas à caminhada.&nbsp;<h2>Como está vivendo o paciente que recebeu o implante cerebral?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/wsUyZSRyJIk" title="Paralysed man able to stand and walk with an aid after doctors implant device" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Embora o sistema ainda esteja em fase experimental, fez toda diferença na vida de Gert-Jan Oskam. "Eu me sinto como uma criança aprendendo a andar de novo", disse o ex-ciclista à BBC. Capaz hoje de ficar de pé sozinho e até subir escadas, ele comemora: "Foi uma longa jornada, mas agora posso me levantar e tomar uma cerveja com meus amigos".<a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/257276-neuralink-empresa-musk-criou-chip-implantado-cerebro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A tecnologia dos implantes cerebrais</a> se baseia em um trabalho preliminar do professor Grégoire Courtine, da EPFL, que também liderou o atual projeto. No estudo anterior, só o implante espinhal era utilizado para recuperar os movimentos, amplificando os sinais fracos do cérebro para a parte lesada da coluna vertebral.&nbsp;Agora, na nova pesquisa, esses sinais são intensificados ainda mais pelo algoritmo. Com algumas semanas de treinamento, Oskam já conseguia ficar de pé e andar com o auxílio de um andador, disse Courtine à BBC. "Vê-lo andar tão naturalmente é muito comovente. É uma mudança de paradigma em relação ao que existia antes", conclui o professor.</body>

Jorge Marin