A Ilha das Cobras abriga a única população de jararacas-ilhoas da Terra, um tipo de serpente cujo veneno mata um ser humano em seis horas. 

Uma pequena ilha localizada a 35 km do litoral sul paulista, chamada Ilha da Queimada Grande, abriga em seus quase 138 hectares o maior serpentário natural do mundo. Com uma população estimada em 15 mil serpentes, a extensão de terra, localizada entre os municípios de Itanhaém e Peruíbe, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125678-kevin-budden-o-cientista-morto-criando-antidotos-para-picada-de-cobra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">é chamada popularmente de Ilha das Cobras</a>.&nbsp;Com tamanhos entre 0,5 e 1 metro de comprimento, a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) predomina entre a população de répteis, mas há também muitas jararacas-comuns (Bothrops jararaca) que medem de 1,2 a 1,6 metro, mas podem chegar aos 2 metros de comprimento, segundo técnicos do Instituto Butantan, que estudam a fauna da região desde 1911.Mas nem sempre o local foi uma ilha. Segundo os geólogos, ela já esteve ligada ao continente, até que um aumento do nível do mar, ocorrido no fim da última era glacial há 10 mil anos, inundou a ponte de terra que havia, e acabou aprisionando a população de jararacas, que rapidamente se adaptaram à floresta local e se multiplicaram.<h2>Como é a vida na Ilha das Cobras?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17155849948212.jpg" alt="x"><figcaption>Para evitar as picadas mortais, a Marinha automatizou o farol da ilha na década de 1920. (Fonte: Prefeitura Municipal de Itanhaém / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Como a Ilhas das Cobras é totalmente desprovida de mamíferos, o veneno da jararaca-ilhoa, um dos mais mortais do mundo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127355-como-as-cobras-conseguem-engolir-animais-maiores-que-elas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evoluiu para ser mais potente para suas presas específicas</a>, segundo o Butantan. De ação rápida, provavelmente para facilitar a captura de aves marinhas, o veneno dessa cobra é capaz de matar um ser humano em até seis horas.&nbsp;Mesmo com esses riscos, algumas pessoas, como faroleiros da Marinha do Brasil, habitaram a ilha até a década de 1920, quando o farol foi automatizado. No entanto, há relatos de que o último guardião e sua família foram mortos por serpentes que invadiram sua moradia por uma janela.Segundo o artigo Instituto Butantan e a jararaca-ilhoa: 100 anos de história, mitos e ciência, disponível no site do Butantan, a Marinha muitas vezes tentou prevenir esses ataques simplesmente incendiando a mata da ilha. Esses fortes incêndios, que podiam ser avistados do continente, acabaram por rebatizar o local como “Queimada Grande”.<h2>Quem pode frequentar a Ilha das Cobras?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17174811009269.jpg" alt="x"><figcaption>Desde 1984, a ilha de Queimada Grande se tornou área de interesse ecológico. (Fonte: ICMBio / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Se você estiver pensando em visitar a Ilha das Cobras, esqueça. Em 31 de janeiro de 1984 a ilha da Queimada Grande foi transformada em uma ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico), <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127931-o-milagre-da-ilha-redonda-o-modelo-de-restauracao-ecologica-no-caribe-mais-bem-sucedido-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o que a torna prioritária para a conservação ambiental</a>, por abrigar exemplares raros da fauna.&nbsp;Por isso, o acesso à ilha é proibido e restrito exclusivamente aos analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma autarquia criada em 2007 para gerir, proteger, monitorar e fiscalizar as 338 Unidades de Conservação Federais do Brasil.

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Ilha das Cobras: conheça o serpentário onde só ambientalistas podem entrar

Quem visita o templo de Veerabhadra na Índia se assusta com um pilar de 20 toneladas que parece não tocar no chão.

Destino imperdível para os turistas que visitam a Índia, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128158-6-edificios-religiosos-famosos-no-mundo-todo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o templo de Veerabhadra em Lepakshi, no estado de Andhra Pradesh</a>, chama a atenção pela sua impressionante arquitetura Vijayanagara (do século XIV ao XVII), com esculturas complexas, altas colunas e portais imponentes (gopurams). Mas, entre as colunas, uma chama a atenção de todos.Um dos pilares, com cerca de 9 metros de altura e 20 toneladas de peso, parece não encostar no chão, ficando suspenso sobre uma base quadrada de 76 centímetros, o que lhe valeu o apelido de "pilar flutuante". No entanto, quando os visitantes tentam passar um pedaço de pano ou de papel naquele espaço de cerca de 1 centímetro, não conseguem, pois a pedra deve tocar o chão em algum cantinho oculto.Dessa forma, o mistério do pilar flutuante permanece em aberto, o que reforça a sua lenda de "milagroso" e acaba atraindo mais visitantes ao local. Mesmo sem encostar aparentemente no chão, ou encostando na prática, o pilar é uma prova da combinação de criatividade e misticismo, o que, na Índia (e não só), é sempre sinônimo de poder.&nbsp;<h2>Qual a importância do templo de Veerabhadra?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20160422428227.jpg" alt="X (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Veerabhadra é uma manifestação feroz do deus Shiva. &nbsp;(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Considerado Patrimônio Universal da Unesco, o templo de Veerabhadra teve entre suas principais características relacionadas com o seu Valor Universal Excepcional <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/106584-kailasa-o-incrivel-templo-indiano-esculpido-em-um-imenso-bloco-de-pedra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">justamente os seus pilares esculpidos, além dos afrescos e esculturas monolíticas,</a>&nbsp;como o famoso touro (Nandi) cavalgado por Veerabhadra (o deus Shiva em sua forma ígnea), com 4,5 metros de altura.Embora datado no do período Vijayanagara, o templo não apresenta nenhuma inscrição que comprove o início da sua história. O que se sabe é que o desenvolvimento do complexo do templo pode ser remetido aos avanços arquitetônicos ocorridos entre os anos 1100 e 1350 d.C., quando se criaram os pilares, pilastras e nichos.&nbsp;Em sua justificativa para considerá-lo monumento da humanidade, a Unesco afirma que o templo "é o melhor exemplo da continuidade dos traços culturais evoluídos e da transformação através do intercâmbio de valores culturais durante muitos anos de arte e história cultural indiana".<h2>As teorias sobre o pilar flutuante de Veerabhadra</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/95PeHmmCIOs" title="The Hanging Pillar of Lepakshi Temple | Anantapur, Andhra Pradesh" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/conheca-8-segredos-de-angkor-wat-o-maior-templo-religioso-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como o templo é muito bem projetado,</a> surgiram diversas teorias, ao longo dos anos, tentando explicar o mistério do pilar flutuante, com alguns defendendo que a "falha" foi propositalmente projetada pelos arquitetos originais.&nbsp;Outros, no entanto, acham que o desnível foi provocado de um engenheiro britânico que, fascinado pelo mistério, tentou mover o pilar, para entender as técnicas de construção usada pelos artesãos indianos, mas causou um deslocamento ainda maior.&nbsp;Entre as teorias, uma das maiores populares diz que o pilar foi esculpido com tal precisão milimétrica, que foi criada uma base côncava que se encaixaria perfeitamente em uma elevação imperceptível no chão. Esse ressalto, impossível de ser visto a olho nu, funcionaria na realidade como um suporte para dar essa ilusão de que o pilar flutua.

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O mistério do pilar flutuante do Tempo de Veerabhadra

O aquecimento global está transformando uma depressão na Sibéria em uma erosão termal devastadora que pode engolir todo o vale ao redor.

<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115645-portal-para-o-submundo-na-siberia-aumenta-devido-ao-aquecimento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uma enorme depressão em forma de anfiteatro descoberta na Sibéria em 1991</a> continua a assustar o mundo. E não é por causa do seu nome popular, Portal para o Inferno, mas sim devido à velocidade do seu crescimento, causado pelo derretimento contínuo do permafrost, a camada de solo e sedimentos que permeia a cratera e deveria permanecer em estado sólido.No entanto, o aquecimento climático moderno, que se reflete no aumento da temperatura do ar e das chuvas no Ártico, tem impactado de forma permanente o permafrost, não apenas na elevação de sua temperatura média, como na intensificação do degelo sazonal.&nbsp;Agora, um estudo recente, publicado na revista Geomorphology faz algumas revelações preocupantes. A megadepressão Batagaika, que hoje ocupa uma área equivalente a mais de 80 campos de futebol, está se expandindo em um volume da queda de degelo retrógrado (derretimento mais rápido do gelo) de 1 milhão de metros cúbicos por ano, segundo o estudo.&nbsp;<h2>Como foi avaliado o crescimento do Portal do Inferno?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21151220733065.jpg" alt="Cientistas usaram imagens de satélite para avaliar o derretimento do permafrost."><figcaption>Cientistas usaram imagens de satélite para avaliar o derretimento do permafrost. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para chegar a esse inventário alarmante, os autores do estudo usaram, primeiramente, imagens de satélite para avaliar o crescimento em 2D. Em seguida, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126924-patogenos-congelados-no-permafrost-irao-acordar-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma visão 3D da velocidade do derretimento do permafrost</a> foi gerada por meio de sensoriamento remoto e dados de campo obtidos em amostras de laboratório.Segundo o primeiro autor do artigo, Alexander Kizyakov, da Universidade Estadual de Moscou Lomonosov, “nos últimos anos, a taxa de recuo das paredes superiores variou de 5 a 15 metros por ano”. A essa velocidade, todo o vale adjacente pode ser engolido em dez ou vinte anos, afirma Nikita Tananaev, pesquisador principal do Instituto Melnikov de Permafrost, que não participou do estudo, à plataforma Atlas Obscura.<h2>Quais as consequências do derretimento do permafrost da cratera?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21150128485055.jpg" alt="x"><figcaption>O derretimento do permafrost movimentou 1 milhão de metros cúbicos de material por ano, desde 2014. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128706-misterio-de-crateras-explosivas-na-siberia-pode-ter-sido-resolvido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Com o aumento do degelo na cratera Batagaika</a>, o rio Batagay pode ter sérios problemas, alertam os autores do estudo, pois o aumento do volume de água pode elevar a taxa de erosão das margens. "Isso levará a alterações significativas no habitat ribeirinho", afirma Tananaev.Outra séria consequência do derretimento do permafrost, apontada tanto por Tananaev quanto por Kizyakov, é um aumento nas emissões de gases com efeito estufa. Isso pode ocorrer pela liberação do metano armazenado nas camadas de gelo, e pela exposição de grandes quantidades de matéria orgânica congelada, como plantas e restos de animais.Finalmente, Kizyakov e seus colegas fazem um prognóstico bom, mas nem tanto. Para eles, Batagay só é realmente capaz de se expandir até certo ponto. No entanto, isso significa que a depressão atingiu o fundo do poço, ou melhor, o leito rochoso do fundo. Mas os lados ainda continuaram aumentando, prevê o estudo.

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Portal para o Inferno? Cratera na Sibéria continua crescendo 16 metros por ano

Considerado um político linha-dura e defensor dos valores islâmicos, Raisi prometeu apoio do Irã aos palestinos em seu último discurso.

Morto no domingo (19) aos 63 anos, em um acidente de helicóptero, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, era considerado um político ultraconservador e defensor ferrenho dos valores islâmicos. Eleito em 2021, o hojjatoleslam, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127679-conheca-a-seita-medieval-que-inspirou-o-videogame-assassin-s-creed.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">título que mostra sua proeminência entre os clérigos xiitas</a>, era homem de confiança do aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo da república.Antes de assumir a presidência, ele ocupava o cargo de chefe do Judiciário, tendo sido indicado pelo próprio Khamenei em 2019. Ele era também o vice-presidente da Assembleia de Peritos, o órgão clerical de 88 membros responsável pela eleição do próximo Líder Supremo da república.Ele também enfrentou pedidos contínuos de muitos iranianos e ativistas de direitos humanos para que houvesse uma investigação sobre o seu suposto papel nas execuções em massa de prisioneiros políticos e, 1988. Na época,&nbsp;Raisi era um dos quatro juízes que participaram de tribunais secretos, o que lhe valeu o apelido de "açougueiro de Teerã".<h2>Vida pessoal de Ebrahim Raisi</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20130422827123.jpg" alt="Santuário do Imam Ali Reda, em Mashad. (Fonte: Iahsan/Wikimedia Commons)"><figcaption>Santuário do Imam Ali al-Reza, em Mashad. (Fonte: Iahsan / Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Ebrahim Raisi nasceu em 1960 em Mashhad, considera a "cidade sagrada" do irá, por abrigar o Santuário do Imam Ali al-Reza, centro espiritual e cultural para os muçulmanos xiitas em todo o mundo. Lá, o futuro presidente seguiu os passos do pai e começou a frequentar um seminário na cidade sagrada de Qom, aos 15 anos.Ainda estudante, participou dos protestos contra o xá (rei) Mohammad Reza Pahlavi, <a href="https://www.megacurioso.com.br/recordes/101066-as-10-maiores-concentracoes-humanas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">deposto em 1979 pela Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini</a>. Formado, Raisi trabalhou no poder judiciário, servindo como promotor em diversas cidades.Embora sua vida pessoal seja bastante restrita, sabe-se que sua esposa, Jamileh, lecionava na Universidade Shahid Beheshti, em Teerã, e que eles tinham duas filhas adultas. O sogro do presidente, aiatolá Ahmad Alamolhoda, é líder religioso em Mashhad.<h2>Os atos de Raisi na presidência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20131834973126.jpg" alt="x"><figcaption>A primeira crise do governo Raisi foram os protestos do ançmovimento Mulher, Vida, Liberdade (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Eleito com 62% dos votos no primeiro turno, embora com uma participação popular considerada pífia (49%), Raisi teve qu encarar, em seu primeiro mês de governo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123098-protestos-no-ira-3-razoes-para-esse-ser-um-momento-impar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os protestos pela morte de Mahsa Amini,</a> uma jovem presa pela polícia moral em Teerã por supostamente usar seu hijab (véu islâmico) "de forma incorreta". Pelo menos 550 participantes foram mortos, segundo a ONU.No cenário político, o governo do Irã surpreendeu o mundo em março de 2023, ao aceitar uma reaproximação contra a Arábia Saudita, um de seus maiores rivais. Mas as tensões regionais aumentaram, na esteira do conflito entre o Hamas e o governo de Israel, quando a força aérea israelense bombardeou à embaixada iraniana em Damasco em abril passado. Em represália, Raisi ordenou o lançamento de 300 drones e mísseis contra Israel.No domingo, (19), Raisi voltava da inauguração de uma barragem no noroeste do país, quando um forte nevoeiro e chuva forte provocaram a queda da aeronave em um terreno montanhoso, no qual morreram o presidente e várias autoridades.

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Ebrahim Raisi: quem era o presidente iraniano morto em acidente de helicóptero?

O máximo solar, momento em que o sol atinge o seu pico de atividades durante o ciclo solar, pode já estar acontecendo.

Desde que uma violenta erupção solar ocorreu no dia 8 de maio, observada na Terra em comprimentos de onda de radiação ultravioleta extrema (EUV), partículas carregadas começaram aqui. Parcialmente desviada pelo nosso campo magnético, essa radiação solar gerou, felizmente, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128776-cachos-de-aurora-fotografo-capta-evento-raro-no-ceu-da-islandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apenas auroras boreais e astrais, até mesmo em latitudes improváveis</a>.&nbsp;Se o que vemos aqui são apenas brilhos e luzes espetaculares, lá no sol o cenário é bem diferente: uma série de explosões de "classe X" (as mais poderosas e raras), além de um aumento de manchas solares, que são áreas escuras causadas por fortes concentrações de campo magnético, são fortes indicadores de que o pico de um ciclo solar está em curso.Embora essa mudança periódica de cerca de 11 anos seja previsível quanto à sua duração, a intensidade das explosões e erupções solares, principalmente as que ocorrem durante o pico de atividades, como os eventos atuais, adiciona elementos de imprevisibilidade e caos em todo o Sistema Solar.&nbsp;<h2>Por que a atividade solar está aumentando?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/m0adW6mkEwg" title="X8.7! Huge sunspot blasts biggest flare of solar cycle - Spacecraft sees it and more" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Na terça-feira (14), <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/283011-monstro-solar-sol-explode-erupcao-x8-7-maior-ciclo-atual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a NASA divulgou um vídeo da erupção solar mais potente dos últimos anos</a> e certamente a maior do atual ciclo solar, o de número 25, que começou em dezembro de 2019.&nbsp;Embora prevista para ocorrer somente em 2025, segundo o Centro de Previsão do Clima Espacial (SWPC), administrado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), a fase mais ativa e perigosa do ciclo solar pode já estar acontecendo sobre nossas cabeças.&nbsp;A afirmação foi feita ao site WordsSideKick.com pelo vice-diretor do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica do Colorado, Scott McIntosh. A partir da descoberta de uma anomalia magnética conhecida como eventos do terminador solar, a equipe do físico solar contestou as previsões da NOAA e previu a ocorrência do pico solar do atual ciclo para o início deste ano.<h2>Quais os riscos de um pico do ciclo solar para a Terra?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/15/15223314184000.jpg" alt="x"><figcaption>A nossa atmosfera absorve a maior parte da radiação ionizante. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Tanto as erupções solares (flares) quanto as ejeções de massa coronal (CME) lançam radiação e partículas carregadas, que viajam com o vento solar, a velocidades próximas da luz, por todo o Sistema Solar, e muito além de Plutão. As CMEs, em particular, são temidas pelo efeito devastador que podem ter em satélites, viajantes espaciais e na lua.&nbsp;A princípio, não há motivos para pânico: não só nossa atmosfera absorve a maioria da radiação ionizante prejudicial e desvia partículas potencialmente perigosas, como a NASA, a NOAA e a AFWA (Agência Meteorológica da Força Aérea dos EUA) vigiam constantemente o sol e monitoram as explosões de classe X com suas tempestades magnéticas.&nbsp;No entanto, apesar de todas essas tentativas de controle, continuamos sem entender <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128858-o-sol-esta-passando-por-uma-inversao-de-polos-magneticos-e-agora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">por que o sol continua atuando em escalas de tempo mais ou menos previsíveis</a>. E nem saber como ele funciona exatamente.

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Por que o sol está tão agitado ultimamente?

A discussão sobre a existência ou não do Planeta Nove é um exemplo de debate iterativo e colaborativo sobre um fenômeno natural ainda não compreendido pela ciência

Nos confins do nosso Sistema Solar, além da Terra e dos nossos sete conhecidos vizinhos, há um mistério que os cientistas não conseguem explicar. O pior é que, quanto mais avanços ocorrem nos estudos observacionais, maiores têm sido as revelações de padrões incomuns nas órbitas de objetos transnetunianos (OTNs), que são corpos gelados que orbitam o sol, mas estão a uma distância para além de Netuno.Essas anomalias, que não podem ser explicadas nos moldes da escultura dinâmica do modelo científico inicial, têm levado os pesquisadores a atribuí-las, coletivamente, à existência de um suposto planeta massivo ainda desconhecido. Esse objeto, <a href="https://www.megacurioso.com.br/astronomia/102992-lembra-do-planeta-9-parece-que-tem-um-10-mundo-rondando-o-sistema-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nomeado provisoriamente como Planeta Nove (P9) em 2016</a>, pelos astrônomos Konstantin Batygin e Mike Brown do Caltech, foi um dos maiores enigmas cósmicos do nosso tempo desde então.Nos últimos oito anos, pesquisadores têm encontrado novas evidências do planeta, mas todas circunstanciais. O acalorado debate entre os cientistas se justifica, afinal, confirmar a descoberta do P9 iria redefinir nossa compreensão do nosso Sistema Solar.&nbsp;<h2>Mudança do foco de observação de objetos em busca do Planeta 9</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02153122371232.jpg" alt="Simulações das distribuições orbitais com o P9 (esquerda) e sem o P9 (direita). Fonte: Konstantin Batygin et al./Divulgação."><figcaption>Simulações das distribuições orbitais com o P9 (esquerda) e sem o P9 (direita). (Fonte: Konstantin Batygin et al./Divulgação)</figcaption></figure></figure>No novo estudo, a equipe liderada por Batygin mudou o seu foco de observação de OTNs indiferenciados para uma "classe mais convencional e específica" com três características principais.&nbsp;Os OTNs agora analisados são de&nbsp;longo período (demoram muito tempo para concluir suas órbitas), quase planares (quase no mesmo plano de Netuno) e que cruzem algumas vezes a órbita deste planeta.&nbsp;<div aria-atomic="true" aria-live="polite">Nesse sentido, os autores realizaram simulações computacionais de N corpos para modelar <a href="https://www.megacurioso.com.br/astronomia/102992-lembra-do-planeta-9-parece-que-tem-um-10-mundo-rondando-o-sistema-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o movimento e as interações gravitacionais de todos os planetas gigantes</a>, da maré galáctica, e de estrelas que passavam perto do Sol na época da formação do Sistema Solar. &nbsp;</div><h2>O que há de novo na última pesquisa sobre o Planeta Nove?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02154933920247.jpg" alt="O observatório astronômico com um telescópio refletor de 8,4 metros será inaugurado no Chile. (Fonte: Observatório Vera Rubín/Divulgação)."><figcaption>O observatório astronômico com um telescópio refletor de 8,4 metros será inaugurado no Chile. (Fonte: Observatório Vera Rubín/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Tendo como novidade a adição do impacto da atração gravitacional de Netuno, o novo estudo também está considerando a influência da chamada maré galáctica,&nbsp;uma força sutil exercida por objetos da própria Via Láctea, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128411-6-descobertas-incriveis-sobre-o-nosso-sistema-solar-feitas-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">no caso, além do Sistema Solar</a>.&nbsp;Nesse contexto, a explicação mais plausível para o comportamento dos objetos transnetunianos, apoiada agora por uma nova linha de evidências, é mesmo o P9. Embora as simulações realizadas não tenham permitido identificar sua localização. Ainda que outras forças possam explicar o comportamento simulado, todas são menos prováveis.&nbsp;Os autores também delinearam no estudo uma série de previsões observacionais preparadas para resolução a curto prazo. Para isso, contam com o início das operações do Observatório Vera Rubín, no Chile, cuja inauguração, prevista anteriormente para este ano, foi prorrogada para 2025.

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Planeta 9: por que a existência dele gera tanto debate entre cientistas?

Projetar os danos macroeconômicos causados por mudanças climáticas futuras é essencial para políticas de adaptação, mitigação e justiça climática.

<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128677-guerras-mudancas-climaticas-e-ia-relogio-do-fim-do-mundo-nunca-esteve-mais-perto-da-meia-noite.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Se costumamos dizer que a coisa não está boa para ninguém</a>, um estudo recente realizado por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK), na Alemanha, aponta que o PIB global diminuirá em US$ 38 bilhões até 2050.&nbsp;A baixa será causada pelas emissões de CO2 que já estão na atmosfera da Terra.Isso significa que essa redução, equivalente a 20% da atividade econômica das nações do planeta, ocorrerá mesmo que a humanidade, por uma espécie de milagre, consiga reduzir efetivamente a poluição por carbono, afirmaram os pesquisadores em um comunicado à imprensa.&nbsp;Esses prejuízos serão causados principalmente pelo aumento das temperaturas, mas também pela variação no padrão de chuvas e mudanças sazonais. Segundo o primeiro autor do estudo, Maximilian Kotz, cientista do PIK, a queda nos rendimentos afetará mais fortemente países do sul da Ásia e África, embora possa atingir também regiões da América do Norte e Europa.<h2>Cumprir o Acordo de Paris evitaria a perda global de renda</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18140418897171.jpg" alt="x (Fonte: Maximiliano Kotz et al./Divulgação)."><figcaption>Alterações percentuais da renda per capita sem impactos climáticos. (Fonte: Maximiliano Kotz et al./Divulgação)</figcaption></figure></figure>Publicado recentemente na revista Nature, o estudo diz que o mundo pagará um preço real, no caso bilhões de dólares por ano até 2100, se a Terra ultrapassar 2&nbsp;°C acima dos níveis climáticos de meados do século XIX. Só que, em um curto período, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118375-o-que-foi-o-acordo-de-paris.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a temperatura global já subiu 1,2&nbsp;°C acima da meta proposta no Acordo de Paris em 2015</a>.Segundo os autores, o investimento anual capaz de segurar o aquecimento global abaixo dos 2&nbsp;°C é somente uma pequena fração dos prejuízos que poderiam ser evitados.&nbsp;O autor principal Max Kotz, especialista em ciência da complexidade do PIK, alerta que ficar abaixo do limite de 2&nbsp;°C “poderia limitar a perda média de renda regional a 20%, em comparação com 60%” em um cenário de altas emissões.<h2>Países menos responsáveis por emissões sofrerão mais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18141420230181.jpg" alt="x (Fonte: Getty Images)."><figcaption>Países menos responsáveis pelas alterações climáticas sofrerão as maiores perdas financeiras. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Coautor do trabalho, o cientista sénior do PIK, Anders Levermann, traz um dado perverso na divisão dos prejuízos. "Prevê-se que os países menos responsáveis pelas alterações climáticas sofrerão perdas de rendimento 60% superiores às dos países com rendimentos mais elevados, e 40% superiores às dos países com emissões mais elevadas", diz o pesquisador.As projeções, que se baseiam em 40 anos de dados econômicos e climáticos de 1,6 mil regiões do planeta (em vez de estatísticas nacionais), prevê que a maioria das nações tropicais, muitas com o crescimento já comprometido por questões climáticas, pagará uma fatia maior da conta, diz o estudo.Nesse sentido, diz a coautora Leonie Wenz, também pesquisadora do PIK, "nossos cálculos são extremamente relevantes" para orientar estratégias governamentais de adaptação aos impactos climáticos.&nbsp;Ela também sugere negociações lideradas pela ONU, para compensar as nações em desenvolvimento, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125193-aquecimento-global-limite-de-1-5-c-pode-ser-ultrapassado-ate-2027.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que mal contribuíram para o aquecimento global</a>, pelas perdas inevitáveis.

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Rendimento dos mais pobres cairá 20% até 2050 devido às mudanças do clima

O estudo mapeou a história da 'família' do café arábica durante os períodos de mudanças climáticas no planeta.

Uma equipe internacional de pesquisadores publicou recentemente na revista Nature Genetics o que pode ser considerado o mais completo genoma já realizado sobre a espécie de café mais popular no mundo: o arábica (Coffea arabica).&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128600-como-a-ciencia-ajuda-a-melhorar-o-gosto-do-cafe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ao pesquisar segredos milenares em diversos continentes</a>, o que se buscou foi "seus históricos de cruzamento e loci [trechos específicos do DNA] que possam contribuir com resistência a patógenos", diz o estudo.&nbsp;Conforme o coautor correspondente do estudo, Victor Albert, professor da Universidade de Buffalo, nos EUA, o "trabalho não foi diferente de reconstruir a árvore genealógica de uma família muito importante". Eles descobriram que o arábica se formou há mais de 600 mil anos, nas florestas da Etiópia, como resultado do cruzamento natural entre duas outras espécies de café.<h2>O melhor café do mundo se formou sem ajuda humana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18173207502296.jpg" alt="O estudo criou o genoma de referência do café Arábica. (Fonte: Universidade de Buffalo/Divulgação)."><figcaption>O estudo criou o genoma de referência do café Arábica. (Fonte: Universidade de Buffalo/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Queridinho da população mundial, o arábica é&nbsp;resultado de uma hibridização natural entre o Coffea canephora (o robusta) e&nbsp;Coffea eugenioides, que mandaram dois conjuntos de cromossomos cada, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128775-amelia-a-imperatriz-que-transformou-o-habito-de-tomar-cafe-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para o campeão de vendas do Brasil.</a> Quando e onde isso ocorreu, no entanto, permanece incerto, com estimativas entre 10 mil e 1 milhão de anos atrás.Para refinar a amostra, os autores usaram um programa de modelação computacional para buscar "assinaturas" entre vários genomas. Foram isolados três estrangulamentos populacionais durante a vida do arábica, com o mais antigo ocorrendo há 29 mil gerações, ou 610 mil anos, o que coloca a data como o novo piso.Esse evento natural, sem a participação humana no cruzamento de espécies, é chamado de poliploidia, diz Albert em um comunicado. Quanto ao seu cultivo, o arábica pode ter começado a ser plantado no Iêmen, por volta do século XV.&nbsp;<h2>Proteção genética do café arábica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18193116259001.jpg" alt="x"><figcaption>Uma baixa diversidade genética pode resultar na eliminação do café. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo avalia que o café arábica tenha uma população efetiva de reprodução de apenas 10 mil a 50 mil indivíduos. Esse número imaginário representa o tamanho ideal de uma população capaz de manter a diversidade genética. Assim, uma população menor apresenta um risco mais elevado de perda da variabilidade ao longo do tempo.&nbsp;A baixa diversidade genética pode até mesmo resultar em uma eliminação completa da população, devido a doenças, alterações climáticas e pragas, como a perigosa ferrugem do café, uma doença fúngica que causa perdas anuais entre UD$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões.O genoma de referência mostrou como "o Robusta se hibridizou novamente com o arábica em Timor [no Sudeste Asiático], e trouxe consigo alguns dos seus genes de defesa contra agentes patogênicos", explicou Albert. Ao tentar replicar o cruzamento, os autores descobriram uma região no genoma que pode levar ao desenvolvimento de novas variedades no futuro.

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Primeiros rastros do café arábica no mundo mostram origem pré-histórica

O Milbenkäse é um dos queijos mais exclusivos do mundo por ser comido com pequenos ácaros para dar um gostinho.

Embora saibamos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128849-cientistas-criam-novas-cores-para-o-queijo-azul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que todos os queijos que comemos</a> resultam de um processo análogo à deterioração do leite, alguns desses lácteos nos surpreendem com o seu processo de fabricação. Esse é o caso do Milbenkäse, um queijo fabricado na vila alemã de Würchwitz, na Alta Saxônia,&nbsp;feito de leite de cabra, e maturado com milhões de ácaros.Esses ácaros-do-queijo, chamados Tyrophagus casei, são da mesma família Acaridae que abrange as espécies Dermatophagoides pteronyssinus e Dermatophagoides farinae, que encontramos muitas vezes em colchões de hotéis e até no nosso travesseiro favorito.No caso do queijo, não precisamos temer as tradicionais alergias que os ácaros causam, porque comemos os bichinhos, suas peles e cocôs junto com o queijo. Aliás, são esses "adicionais" que conferem ao Milbenkäse o seu característico sabor picante.&nbsp;<h2>Como os ácaros modificam o sabor do queijo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04170050331248.jpg" alt="x (Fonte: Milbenkäse Manufaktur)"><figcaption>Ácaros Tyrophagus casei recobrindo o queijo quark. (Fonte: Wikimedia Commons/Mitbenkäse Manufaktur/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para fabricar esse queijo gourmet, os queijeiros temperam pequenas bolinhas de quark — um queijo fresco com baixo teor de gordura e sabor ácido — com sal, cominho e flor-de-sabugueiro. Em seguida, colocam as bolinhas em caixas grandes de madeira <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128470-por-que-o-queijo-mofado-nao-faz-mal-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">e as polvilham com uma grossa cobertura de milhões de ácaros vivos</a>. O queijo fica curando entre três meses a um ano.Para que os pequenos aracnídeos não devorem o queijo inteiro, eles são alimentados regularmente com farinha de centeio durante todo o processo de cura. A "mágica" acontece quando uma enzima presente nos intestinos dos ácaros é excretada e, apesar de provocar um forte cheiro de amônia, acrescenta um sabor picante de nozes, segundo os especialistas.&nbsp;Depois de um mês, a casca — que também é comestível — começa a amarelar e, após três, se torna marrom. Alguns produtores, no entanto, optam por uma cura curta, de apenas uma semana, o que deixa a casca do queijo preta.<h2>Quem fabrica o queijo de ácaros?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/01EUT2JKQU0" title="Milbenkäse: Das köstliche Geheimnis des lebendigsten Käses der Welt" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Também chamado de queijo-aranha, o Milbenkäse é fabricado desde à Idade Média, mas, com o passar do tempo, a tradição de fabricação foi se perdendo aos poucos até que, em 1970, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128521-cientistas-descobrem-o-motivo-pelo-qual-o-queijo-cheddar-e-tao-saboroso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a receita da iguaria foi considerada perdida para sempre</a>.No entanto, uma moradora idosa da aldeia de Würchwitz, que havia recebido a receita de seus antepassados, transmitiu-a para um professor de ciências local chamado Helmut Pöschel. Junto com o empresário Christian Schmelzer, a dupla fundou a Würchwitzer Mitbenkäse Manufaktur, que é hoje o único lugar do mundo a produzir o Milbenkäse.Como nem os ácaros-do-queijo, nem os seus poderosos sucos digestivos estão na lista de ingredientes lácteos da União Europeia, o queijo-aranha de Würchwitz só pode ser produzido com uma licença do escritório local de segurança alimentar. Quem estiver interessado em comprar o queijo, pode adquiri-lo diretamente no site dos produtores a 16,89 € (R$ 93) por rolinho de ácaro original.&nbsp;

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Milbenkäse: o queijo alemão que é coberto por ácaros vivos

A queixa de muitos portugueses, que defendem um purismo linguístico, pode ocultar razões xenófobas por trás das queixas. 

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120448-o-portugues-brasileiro-em-portugal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">queixa é recorrente em Portugal</a>: no início do ano, uma postagem feita no X por uma página portuguesa com conteúdos anti-imigração denunciou que um sinal de trânsito na cidade Sintra continha uma proibição escrita em português brasileiro. Segundo os autores, o termo "trem", que é chamado de "comboio" em Portugal,&nbsp;“assassina a língua de Camões, que é o português europeu”.Na verdade, o sinal nada tem de brasileiro, uma vez que a palavra “trem”, em Portugal, se refere também às carruagens puxadas por cavalos, que passeiam com turistas por Sintra. Contudo, é importante notar que existe um movimento contra o uso de vocabulários tipicamente brasileiros no país luso.Essa onda de rejeição, movida por portugueses ditos "puristas" se dirige principalmente a conteúdos produzidos por youtubers e tiktokers brasileiros nas redes sociais. O incômodo fica claro em notícias e manchetes de jornais portugueses, denunciando um assédio cultural às crianças e jovens, ou "miúdos e putos", como se diz em Portugal.&nbsp;<h2>Por que termos brasileiros incomodam os portugueses?&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04205359608032.jpg" alt="O sinal da discórdia usa a palavra "><figcaption>O sinal da discórdia usa a palavra "trens". (Fonte: X/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A população de Portugal está dividida: alguns acham que a imprensa exagera e que, no fundo, há uma xenofobia disfarçada de preocupação com um possível "apagamento" da cultura do país. Mas para outros, é como se a popularidade de termos brasileiros "emporcalhasse a língua europeia”, avalia a linguista brasileira Jana Behling, doutorando na Universidade de Coimbra, em entrevista à BBC.Falando também à emissora, o linguista português Fernando Venâncio, que estuda há décadas a questão, diz que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124821-pindorama-como-era-a-vida-no-brasil-antes-dos-europeus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">essa indignação contra o aumento de traços importados d'além-mar</a> nas terras de Camões não é novidade. “Desde finais dos anos 1970 e princípios dos anos 1980, houve uma aquisição de brasileirismos gigantesca”, afirma o ensaísta.&nbsp;Autor do livro O Português à Descoberta do Brasileiro, ele explica que isso ocorreu na época devido ao sucesso das novelas brasileiras em Portugal, e que o fenômeno atinge agora jovens que "veem cada vez mais youtubers brasileiros, às vezes, por muitas horas".&nbsp;<h2>Existe um português correto?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04223429823005.jpg" alt="X (Fonte: Getty Images)."><figcaption>Implantação do português no Brasil foi "compulsória". (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Professoras ouvidas pela BBC afirmaram que os pais de seus alunos têm reações diferentes. Enquanto alguns, mais tradicionais, corrigem seus filhos quando os ouvem dizer “palavras mais à brasileira”, outros são mais flexíveis e não se importam.Para o linguista Xoán Lagares, professor da Universidade Federal Fluminense, essas diferenças apontadas em Portugal como erros ou deturpação do português <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123677-portugal-anuncia-planos-de-devolver-tesouros-as-suas-ex-colonias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não passam de preconceito em relação ao português do Brasil</a>. Especialista em história social e cultural das línguas, ele reforça a ideia de que não existe uma versão mais correta da língua.A professora de Linguística da Universidade de Coimbra, Graça Rio-Torto, vê todas essas construções e palavras brasileiras aprendidas pelos jovens de Portugal como um aprendizado positivo. “Essas palavras novas enriquecem o léxico dessas crianças e não há mal nenhum nisso”, conclui.

Jorge Marin